Nesta terça-feira, 18 de janeiro, é celebrado no Brasil o Dia da Universidade, uma data que destaca a importância do Ensino Superior para a educação de um país, além de ressaltar o impacto dessas instituições na vida de milhões de pessoas.

De acordo os dados do Ministério da Educação, existem 206 universidades brasileiras com mais 16 mil cursos de graduação e 5.449 de pós-graduação disponíveis pelo território nacional.

Assim, ao mesmo tempo que geram empregos, movimentam a economia das cidades em que estão localizadas e formam profissionais, as universidades são espaços de pesquisa e extensão.

Em Bauru, considerada uma cidade universitária pela grande oferta de instituições e cursos superiores, um dos destaques é a Universidade Estadual Paulista, a Unesp.

Conforme aponta a Professora Doutora Fernanda Henriques, presidente do Grupo Administrativo do Campus de Bauru da Unesp, diretora da Faculdade de Arquitetura, Artes, Comunicação e Design (FAAC), docente e pesquisadora da Graduação e do Programa de Pós-Graduação em Design, a Unesp está presente em 23 municípios.

“Se você andar em linha reta no Estado de São Paulo, a cada 100 km tem uma Unesp. E o campus em Bauru é o maior deles. Em tempos normais, sem pandemia, seis mil pessoas frequentam nosso campus por dia. Dessas seis mil, mais ou menos 4.500 pessoas são estudantes, entre graduação e pós-graduação. Tudo é grandioso quando falamos em Bauru!“, salienta.

Diante desse cenário, conversamos com a professora Fernanda e com os Professores Doutores José Alfredo Covolan Ulson e José de Souza Rodrigues, diretor e vice-diretor da Faculdade de Engenharia de Bauru (FEB), respectivamente, para entender de que maneira a Unesp, enquanto uma universidade pública, estabelece conexões com a comunidade bauruense.

Extensão universitária

A Solutudo Bauru já trouxe a entrevista exclusiva com a professora Fernanda Henriques, em que a docente elenca diversas iniciativas e programas da Unesp que, para ela, são muito importantes que a comunidade conheça e saiba da ligação com a universidade. Alguns exemplos são: os cursinhos populares de preparação para os vestibulares, voltados à população de Bauru (o Principia, o Ferradura e o Primeiro de Maio), e o Colégio Técnico Industrial (CTI), considerado um dos melhores colégios da cidade, que é uma escola pública e gratuita mantida pela Unesp por meio da FEB, a qual custeia os professores e servidores.

Mas, nessa data de celebração do Ensino Superior, vamos destacar os projetos de extensão, um dos três pilares da universidade ao lado do ensino e da pesquisa, que nada mais é do que a relação da universidade com a sociedade, isto é, o contato das atividades realizadas naquele espaço com a comunidade.

Para José Alfredo, que representa a Faculdade de Engenharia, os projetos de extensão fazem uma interface com a sociedade no que tange a difusão de conhecimento e a prestação de serviços. Assim, de acordo com o professor, a FEB está passando por um momento de reestruturação dos cursos, o que inclui uma dedicação maior a essa questão. “Nas novas diretrizes curriculares, nós teremos 10% da carga horária do aluno de graduação creditados na forma de extensão. Então, se um curso de engenharia tem em torno de quatro mil horas, 400 horas serão para para esse tipo de atividade”, explica.

“os projetos de extensão fazem uma interface com a sociedade no que tange a difusão de conhecimento e a prestação de serviços”

Professor Doutor José Alfredo Covolan Ulson, diretor da Faculdade de Engenharia de Bauru (FEB) da Unesp

O professor Rodrigues, vice-diretor da faculdade, lembra que são cerca de 1200 estudantes nos cursos de engenharia e, fazendo o cálculo, essa nova demanda resultaria em 9.600 horas de trabalho dedicado à comunidade por ano. “Nossa expectativa é de melhorar muito a interação com Bauru e seu entorno”, avalia.

José Alfredo também adiantou que um dos planos da FEB é criar, possivelmente, um escritório de engenharia que pudesse prestar serviços nas áreas de civil, elétrica e mecânica. “Isso para estender a nossa função social como universidade pública“, acrescenta.

Logo, os novos projetos podem somar aos que se mantiveram no decorrer dos anos na faculdade. Um dos que é referência na cidade é o Ao Vivo e Em Cores, que surgiu espontaneamente entre os alunos e se tornou um projeto de extensão.

“São estudantes que se organizam voluntariamente para fazer melhorias em escolas. Diversas atividades são promovidas com as crianças e jovens, e os universitários da Unesp também realizam a pintura dos muros, das salas e fazem a qualificação de quadras esportivas. Esses estudantes queriam devolver para a cidade algo de bom. Muitos não são daqui e são abraçados por Bauru. Por isso, querem devolver essa recepção”, conta Fernanda Henriques.

Outros projetos de extensão ligados à FEB são o Taquara e o GeraSol. O primeiro busca unir informações técnicas com atividade criativa para disseminar a cultura do bambu. Segundo a página oficial da iniciativa, que conta com a estrutura do Laboratório de Experimentação com Bambu, trata-se de um material renovável, de fácil cultivo, introdução e exploração, sendo sua cultura considerada sustentável. Assim, o Taquara participa de eventos, congressos, feiras e mostras, além da promover cursos e palestras.

Já no GeraSol, os alunos da Unesp de Bauru colocam em prática conhecimentos e levar a crianças e adolescentes da cidade informações sobre fontes alternativas de energia limpas e sustentáveis, com foco na energia solar.

A diretora da FAAC também cita o Polo Arte na Escola, um projeto de extensão da faculdade que oferece formação continuada para professores de artes do ensino básico das redes municipal e estadual da cidade e da região. 

Fernanda Henriques ainda lembra, entre as dezenas de projetos que passam por avaliação e processo seletivo anualmente, do Ativa Parkinson, desenvolvido pelo departamento de Educação Física da Faculdade de Ciências da Unesp. Trata-se de programa multidisciplinar gratuito de atividade física voltado para pessoas com doença de Parkinson, que são avaliadas periodicamente.

Por fim, a professora salienta a qualidade das empresas juniores, que estão ligadas a diversos cursos, desde as engenharias até o jornalismo. “As atividades são feitas com orientação dos professores e oferecem preços muito competitivos. Além disso, qualquer pessoa pode solicitar. É remunerado, mas são valores baixos que voltam para a manutenção da própria empresa, que precisa se manter sem recursos públicos. E é tudo regulamentado, com advogado, contador, tudo certinho”, observa Fernanda.

Outras iniciativas na universidade

O professor José Rodrigues lembra de outras iniciativas que envolvem os alunos e geram resultados positivos em Bauru, como a Enactus, uma organização mundial presente na Unesp que busca estimular a liderança e o empreendedorismo em jovens universitários; o Ramo Estudantil do Instituto dos Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), entidade mundial com sede nos Estados Unidos que possui um “braço estudantil” em Bauru vinculado à FEB; o grupo que discute o papel das mulheres e o empedramento feminino na área da engenharia; as competições estudantis, como o futebol de robôs.

LEIA TAMBÉM


Quer ficar por dentro de todo o conteúdo da Solutudo Bauru? É só seguir a gente no Instagram e curtir nossa página no Facebook!

Gostou desse conteúdo? Então deixe seu comentário no campo abaixo!

E se você conhece alguma história de Bauru e quer que ela seja contada aqui, entre em contato pelo e-mail [email protected] ou pelo nosso WhatsApp.

5/5 - (1 vote)

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, deixe o seu comentário
Por favor insira o seu nome aqui