A rua Gustavo Maciel ganhou novas cores recentemente. E o responsável por isso é um monumento, o letreiro com o nome da cidade localizado em frente à Praça Portugal. A peça, que chama a atenção de quem passa por ali, é assinada pela artista bauruense Tarsila Schubert e faz referência às origens de Bauru.

“A arte foi inspirada nos povos indígenas Guaranis, Kaingangs e Xavantes que viveram nessa região por quase 400 anos. É uma homenagem a esses e outros povos indígenas que habitam diferentes partes do Brasil. Com isso quero trazer o interesse pela história mais antiga da região”, conta Tarsila.

O título da obra é “Ybá-Uru”, que significa “cesto de frutas” e é o nome original de Bauru na língua tupi-guarani.

Para a bauruense, existem poucos conteúdos online e em livros sobre o tema e seu desejo é despertar a curiosidade das pessoas para que elas ao menos possam imaginar como eram as comunidades que aqui viveram e como elas cuidavam dessa terra.

“Bauru inicia sua história muito antes da chegada da ferrovia. É uma história pouco conhecida, mas que merece ser valorizada. Pouco sabemos do passado e da origem mais profunda desta região, mas queria deixar minha homenagem. Tenho esperança de que a população comece a valorizar mais os povos indígenas que ainda vivem no país e respeitem a terra que ainda é deles”, destaca Tarsila Schubert.

Artista que assinou novo letreiro de Bauru, Tarsila Schubert já expôs trabalhos em 14 países pelo mundo
Foto: Reprodução/Instagram

Letreiro de Bauru, a obra

O novo letreiro de Bauru foi instalado pela Z-incorporações, empresa do grupo Zopone. “Eles queriam presentear Bauru com uma arte pública e estavam procurando uma artista bauruense que representasse a cidade e sua cena artística. Fiquei muito feliz com o convite”, narra.

De acordo com Tarsila, o propósito do projeto é valorizar a paisagem urbana, contribuir para fortalecer a identidade cultural da cidade e introduzir um componente para que a arte esteja presente no cotidiano dos habitantes.

Assim, Tarsila utilizou, no letreiro feito de metal, a base de tinta acrílica e verniz em, segundo ela, quatro dias de trabalho intenso!

Para a bauruense, existem artistas extremamente talentosos e uma cena cultural forte de música, artes plásticas e fotografia na cidade. “Vários artistas bauruenses estão em nível internacional, expondo e fazendo projetos importantes em outras cidades e fora do Brasil, mas infelizmente quase ninguém sabe e conhece. E meu objetivo é que esse projeto possa colaborar de alguma forma para despertar a consciência sobre a importância da arte e incentivar o governo e as empresas privadas a investirem mais na arte pública”, analisa Tarsila.

Na leitura da especialista, uma interferência artística num espaço público pode estimular, na população, o interesse e a curiosidade sobre as artes plásticas, além de ser possível também valorizar a região, tornar os bairros e a vida de seus moradores mais agradáveis a partir dessas iniciativas. “Acima de tudo, porém, o reconhecimento dos artistas locais é muito importante porque isso ajuda imensamente a construção de uma sociedade mais cultural e autêntica, ressaltando a importância da arte na vida de todos e dos artistas que vivem de seus trabalhos”, destaca.

Artista que assinou novo letreiro de Bauru, Tarsila Schubert já expôs trabalhos em 14 países pelo mundo
Foto: Solutudo Bauru

Tarsila Schubert, a artista

Tarsila nasceu em Bauru e morou aqui até 2012, quando se mudou para os Emirados Árabes, onde vive há uma década. “Sempre volto uma vez por ano para visitar minha família que está na cidade”, conta.

A carreira da bauruense tem 15 anos e, nos últimos 11 anos, a arte se tornou seu foco e a maior parte da sua rotina. “Comecei em casa pintando telas e, logo depois, vieram os murais. Quando senti que poderia contribuir mais fazendo arte pública, isso se tornou 80% do meu trabalho. Fui construindo minha trajetória a partir das oportunidades que tive e, acima de tudo, criando minhas próprias oportunidades”, afirma.

E foi assim que Tarsila se destacou no cenário mundial: já fez trabalhos de arte pública em mais de 14 países e 21 cidades pelo mundo, além de colaborações com marcas como Levi’s, Adidas, Ipanema, Hermes, Bloomingdale’s, Kartel, Cinelli e empresas locais no Oriente Médio e nos Estados Unidos.

“Fui a primeira mulher a pintar um mural na capital da Jordânia, Amã. Isso foi importante para mim, levando em consideração que se trata de um pais árabe com a grande parte da população mulçumana. E também fui uma das primeiras artistas a fazer street art nos Emirados Árabes Unidos. Em 2017, fundei uma galeria de arte em Dubai chamada ‘The Cave’, um espaço que incentiva artistas locais emergentes”, finaliza.

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