No dia 30 de janeiro, moradores do Residencial Ulisses Guimarães encontraram no meio fio uma Gambá que, além de importantes ferimentos, foi arrastada pela enxurrada da chuva noturna. A espécie foi identificada e notou-se ainda que que no marsúpio haviam quatro filhotinhos.

Desejando um cuidado específico, solicitou ajuda a Organização Não Governamental (ONG) Refúgio Pet, cuja atividade principal é dar o atendimento necessário a animais abandonados até que estes encontrem um novo tutor.

O Desafio

Não se trata de um resgate simples! Os atendimentos da ONG são especialmente para cães e gatos. Mas havia o profundo desejo de amparar estas vidas. O caso foi exposto em um grupo de voluntários da causa animal. A mensagem foi como que uma flecha inflamada de amor e alcançou o coração de uma voluntária estudante de Biologia, com passagem em Veterinária.  

Não pensou muito! Lá estava ela em busca da família de gambazinhos. Infelizmente, a mãe acabou falecendo por conta dos ferimentos antes mesmo do resgate.

Foto: Arquivo pessoal

Nove gramas era o peso destes filhotes e dois deles faleceram horas depois dada a ausência de cuidados importantes no período em que aguardavam o resgate.

Os dois filhotinhos não resistiram e morreram Foto: Arquivo pessoal

Amor e conhecimento

A sede de cuidar daqueles indefesos fez com que esta voluntária buscasse ajuda de todas as formas, a partir de pesquisas e o importante auxílio de profissionais da cidade que, voluntariamente, aderiram a causa e ofertaram conhecimentos.

Foto: Arquivo pessoal

Não era um acaso

A voluntária tinha o sonho de cuidar de um marsupial, você acredita? Como felizes coincidências acontecem todos os dias!

Assim, ela foi entendendo a melhor forma de cuidar destes lindinhos. Em 24 horas por dia entregava o coração e sabedoria para que eles se desenvolvessem. Não é uma tarefa fácil. Ao final deixaremos um vídeo que ajudará a compreender o tamanho do esforço. Ela precisou abrir mão do descanso, sono e, inclusive, lhe provocou expressiva perda de peso. Duas horas por dia era o período do seu repouso diário e a exaustão chegou.

O pior dia

Apesar de tamanho esforço, no dia 10 de fevereiro um dos sobreviventes morreu. Foi o dia mais difícil. Junto parecia estar sendo sepultado um pouco do seu suor e dedicação a esta causa. Os sentimentos se mesclam em meio a frustação de ver mais um se indo. Mas não é uma história que contém erros e, sim, aprendizados. A pergunta que veio ao coração era: valerá a pena tamanho esforço?

A resposta veio como um trovejar no coração:

Agora, ele tem somente a mim; os irmão e mamãe se foram; se não for eu, quem será? Ele confiou a mim a vida dele, e vou até o final“, disse ela.

O Chico

Chico é o nome escolhido. A razão se dá a sua devoção a São Francisco de Assis e o apego as orações pela sobrevivência.

Vídeo: Arquivo pessoal

Ah, como vale a pena a perseverança. O desenvolvimento do Chico foi rápido e empolgante. É um período em que os avanços são notórios de um dia para outro. Como que uma mãe sorrindo para todas as fases diários de um bebê, assim se sentia esta guerreira ao ver os avanços do querido Chico.

E ele está devolvendo o carinho

Vídeo: Arquivo pessoal

Cada dia ele dá uma razão imensa para sua tutora comemorar. Atualmente, a voluntária estuda e aplica formas de reabilitação para ser devolvido à natureza com responsabilidade.

Uma mensagem importante

Os gambás entram em reprodução em períodos chuvosos. Nestes, saem à procura de comida e é mais comum encontrá-los em áreas urbanas. Sua aparência faz com que seja confundido com roedores transmissores de doenças e, por isso, passam a serem atacados por humanos.

Mas os gambás não transmitem doenças e o seu sistema corporal o protege e o isenta da proliferação de vetores. Outro fato importante é que não são agressivos, apesar de se postar quando ameaçados, estão apenas lutando para se mostrar fortes o bastante para intimidar como arma de defesa.

Vídeo: Arquivo pessoal

Ainda pode se esperar quando no enfrentamento de um possível predador, que ele apresente a Tanatose, que é a capacidade do animal se fingir de morto.

Os gambás brasileiros não tem a glândula que emite mal odor e uma mancha na pelagem na área da cabeça ajuda a diferenciá-los dos roedores. Sua presença na cidade se dá ao fato de sua dieta onívoro oportunista, ou seja, comem de tudo. São importantes no controle de pragas, como o escorpião e pequenas cobras, por exemplo.

Foto: Arquivo pessoal

O que fazer se encontrar algum?

O melhor a fazer é permitir que ele não seja atacado, pois não te fará mal algum. Assegure que cães não tenham acesso e apenas aguarde, pois, logo o animal seguirá seu caminho a natureza.

Que história esta do Chico, hein! É uma gracinha, você não acha?


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