Lins teve um papel fundamental e estratégico para o sucesso do desenvolvimento da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (NOB). É sabido que a chegada dos trilhos de ferro possibilitou o surgimento da cidade.
Na matéria “Capela centenária isolada no canavial em Lins tem mistério revelado”, revelamos um pouco sobre a chegada da estrada e nossos pioneiros. Ainda, no site da Prefeitura de Lins, o texto que narra o início da cidade cita um pouco desta importância. Nesta ocasião, nos deteremos a conhecer um pouco mais da história da Rotunda de Lins.
Se desejar conhecer um pouco mais desta história, acesse a matéria abaixo:
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O que é uma Rotunda?
Rotunda pode ser bem mais fácil compreendida como que uma “garagem de locomotivas”. É nesta construção de formato circular que as locomotivas adentram para receber reparos necessários ou, ainda, sua guarda. Um girador garante a movimentação do equipamento em seu interior e que ainda podem interferir no direcionamento dos equipamentos.
Por que ter uma Rotunda em Lins?
Lins teve um papel fundamental na produção do conhecido “ouro verde”, o café. Sendo um dos maiores produtores do mundo em determinado momento aclamado como maior produtor mundial. Além disso, toda região era provida de expressiva produção de diversas culturas. Esta condição dava a cidade um papel estratégico nos planos de ampliação e melhorias das ferrovias.
Outro fator importante, era a linha que dava condições de traslados em duas direções e para otimizar a capacidade era preciso um “Viradouro” no trecho para que, além de possibilitar os sentidos, não interrompesse o fluxo que ia ao Mato Groso do Sul. O grande movimento monetário regional e a capacidade produtiva do município asseguravam Lins como uma das maiores receitas da NOB.
Entendido a importância, em 1938 a Prefeitura Municipal doou um lote de cerca de dois alqueires próximo a antiga estação, hoje ocupada pelo Museu Histórico de Lins. Logo os trabalhos se iniciaram
A construção
A área destinada tinha cerca de 55.463 m². Os trabalhos de terraplanagem se iniciaram em 1938 e a construção em 1944. Um fato curioso foi a paralisação da obra durante a 2ª Guerra Mundial. A conclusão da obra se deu em 1947.
A construção tem aproximadamente 5.070 m². Trata-se de uma das maiores estruturas já construídas em toda história do município. Um privilégio local, pois, embora, o Brasil possua uma malha ferroviária extensa, tem cerca de 23 rotundas construídas. Ou seja, o que há aqui não será facilmente encontrado por aí. Ainda é uma das maiores edificações locais quando comparadas com as demais.
As dimensões e características
Aqui, a rotunda é aberta com formato semelhante a uma ferradura. Há em outros locais a fechada, quando a circunferência é totalmente conclusa. Dentro tem vários boxes individuais com suas respectivas linhas para que a locomotiva fosse direcionada a partir do “Viradouro”, um dispositivo metálico conforme a imagem abaixo. Ali, a locomotiva recebia os reparos necessários e era direcionada ao destino desejado.
Todo o complexo possui várias e grandes janelas para garantir melhor iluminação e ventilação. Sua altura e robustez é algo impossível de passar despercebido. As paredes são de alvenaria, colunas de concreto e coberta com telhas francesas.
O declínio
Apesar de todo este panorama glorioso, a Rotunda teve vida curta. A transferência dos trilhos que contavam a cidade para construção da nova Estação Ferroviária (1962), no Parque Ferroviário, fez com que seu uso fosse desconsiderado depois de 15 anos de utilidade. Tornou-se patrimônio imobiliário de Lins. Em 1973, a rede foi comprada pela prefeitura (Prefeito Dr. Rubens Furquim) e em 2015 a escritura foi regularizada.
Depois disso, já foi local de Exposição Agropecuária e Industrial e ainda fábrica de tubos de concreto produzidos pela prefeitura.
Os planos
Muito se expressa o desejo dos munícipes de ter ali algo que possa ser de benefício comum. Diversos projetos já foram apresentados, por exemplo, o Espaço Cultural, Berçário de Industrias e um Shopping. Apesar das propostas, a área segue sem uso específico.
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