Lins teve um papel fundamental e estratégico para o sucesso do desenvolvimento da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (NOB). É sabido que a chegada dos trilhos de ferro possibilitou o surgimento da cidade.

A primeira estação de Lins era de madeira Foto: Museu Histórico de Lins

Na matéria “Capela centenária isolada no canavial em Lins tem mistério revelado”, revelamos um pouco sobre a chegada da estrada e nossos pioneiros. Ainda, no site da Prefeitura de Lins, o texto que narra o início da cidade cita um pouco desta importância. Nesta ocasião, nos deteremos a conhecer um pouco mais da história da Rotunda de Lins.

Visão panorâmica de Lins em 1939. A Antiga estação ferroviária à esquerda, sendo hoje o Museu de Lins Foto disponível no Museu Histórico de Lins

Se desejar conhecer um pouco mais desta história, acesse a matéria abaixo:

Conheça a antiga rua de Lins que faz as pessoas viajarem no tempo

O que é uma Rotunda?

Reprodução: Internet


Rotunda pode ser bem mais fácil compreendida como que uma “garagem de locomotivas”. É nesta construção de formato circular que as locomotivas adentram para receber reparos necessários ou, ainda, sua guarda. Um girador garante a movimentação do equipamento em seu interior e que ainda podem interferir no direcionamento dos equipamentos.

Ilustração via Rodrigo Amado dos Santos

Por que ter uma Rotunda em Lins?

Lins teve um papel fundamental na produção do conhecido “ouro verde”, o café. Sendo um dos maiores produtores do mundo em determinado momento aclamado como maior produtor mundial. Além disso, toda região era provida de expressiva produção de diversas culturas. Esta condição dava a cidade um papel estratégico nos planos de ampliação e melhorias das ferrovias.

A primeira estação de alvenaria de Lins Foto: Museu Histórico de Lins

Outro fator importante, era a linha que dava condições de traslados em duas direções e para otimizar a capacidade era preciso um “Viradouro” no trecho para que, além de possibilitar os sentidos, não interrompesse o fluxo que ia ao Mato Groso do Sul. O grande movimento monetário regional e a capacidade produtiva do município asseguravam Lins como uma das maiores receitas da NOB.

Entendido a importância, em 1938 a Prefeitura Municipal doou um lote de cerca de dois alqueires próximo a antiga estação, hoje ocupada pelo Museu Histórico de Lins. Logo os trabalhos se iniciaram

A construção

A área destinada tinha cerca de 55.463 m². Os trabalhos de terraplanagem se iniciaram em 1938 e a construção em 1944. Um fato curioso foi a paralisação da obra durante a 2ª Guerra Mundial. A conclusão da obra se deu em 1947.

A construção tem aproximadamente 5.070 m². Trata-se de uma das maiores estruturas já construídas em toda história do município. Um privilégio local, pois, embora, o Brasil possua uma malha ferroviária extensa, tem cerca de 23 rotundas construídas. Ou seja, o que há aqui não será facilmente encontrado por aí. Ainda é uma das maiores edificações locais quando comparadas com as demais.

Foto: Museu Histórico de Lins

As dimensões e características

Aqui, a rotunda é aberta com formato semelhante a uma ferradura. Há em outros locais a fechada, quando a circunferência é totalmente conclusa. Dentro tem vários boxes individuais com suas respectivas linhas para que a locomotiva fosse direcionada a partir do “Viradouro”, um dispositivo metálico conforme a imagem abaixo. Ali, a locomotiva recebia os reparos necessários e era direcionada ao destino desejado.

Maquete feita pelo historiador Carlos Eduardo Motta Carvalho e disponível no Museu de Lins Foto: Josué Reis

Todo o complexo possui várias e grandes janelas para garantir melhor iluminação e ventilação. Sua altura e robustez é algo impossível de passar despercebido. As paredes são de alvenaria, colunas de concreto e coberta com telhas francesas.

O declínio

Foto: Josué Reis

Apesar de todo este panorama glorioso, a Rotunda teve vida curta. A transferência dos trilhos que contavam a cidade para construção da nova Estação Ferroviária (1962), no Parque Ferroviário, fez com que seu uso fosse desconsiderado depois de 15 anos de utilidade. Tornou-se patrimônio imobiliário de Lins. Em 1973, a rede foi comprada pela prefeitura (Prefeito Dr. Rubens Furquim) e em 2015 a escritura foi regularizada.

Foto: Josué Reis Note ao fundo prédios no centro da cidade

Depois disso, já foi local de Exposição Agropecuária e Industrial e ainda fábrica de tubos de concreto produzidos pela prefeitura.

Foto: Josué Reis

Os planos

Foto: Josué Reis

Muito se expressa o desejo dos munícipes de ter ali algo que possa ser de benefício comum. Diversos projetos já foram apresentados, por exemplo, o Espaço Cultural, Berçário de Industrias e um Shopping. Apesar das propostas, a área segue sem uso específico.


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