A Cidade Sem Limites já foi palco de diversos causos curiosos e pitorescos, muitos deles conhecidíssimos pelos moradores. Mas o que poucas pessoas sabem é que até mesmo a origem de Bauru como município tem uma história, no mínimo, curiosa, daquelas que os mais velhos contam e alguns desconfiam. Mas foi o que aconteceu mesmo: relógios adiantados (propositalmente) para uma sessão extraordinária da Câmara Municipal foram determinantes para a criação de Bauru.
Quer entender esse episódio? A gente explica para você!
Relógios adiantados: mudança da sede da Comarca
No ano de 1896, Bauru pertencia a uma região que tinha Espírito Santo de Fortaleza como sede. O lugar, que passou a se chamar apenas Fortaleza e, depois, Piatã, equivale a um ponto que, hoje, fica entre Agudos e Pederneiras, mais ou menos na propriedade que abriga os eucaliptos do Grupo Duratex.
Dessa forma, havia uma estrutura administrativa nesta área, e os vereadores de Bauru (um distrito) tinham maioria na Câmara Municipal da época. Assim, em um dia de sessão entre os representantes, os bauruenses conversaram sobre o fato de que, embora o centro do poder fosse Espírito Santo de Fortaleza, onde ficavam o Executivo e a casa das leis, Bauru era maior e crescia rapidamente (até por isso ocupava mais cadeiras entre os edis).
Diante desse fato, resolveram propor a mudança da sede da comarca.
E aí veio a ideia que faz dessa história diferenciada: os vereadores bauruenses tiveram a ideia – há quem diga que o cabeça do plano foi João Antônio Gonçalves – de chegarem mais cedo, com os relógios adiantados intencionalmente, com a proposta da mudança de sede. Isso aconteceu no dia 7 de janeiro de 1896.
E assim foi feito! Uma hora antes da sessão, eles estavam no local. Então, propuseram a lei e votaram. Quando os demais chegaram, os “atrasados”, a decisão já estava tomada, e os bauruenses apenas argumentaram para convencer os outros vereadores.
Reação e consequência
É claro que os outros políticos não aceitaram o ocorrido facilmente. Os derrotados na votação entraram com um recurso pedindo anulação do pleito, alegando que teria sido irregular. Em contrapartida, a versão dos bauruenses foi que tudo ocorreu nos conformes. Diante do pedido de recontagem, ficou constatada que a decisão seria mantida.
Logo, no dia 1 de agosto de 1896, a lei foi sancionada pelo Governo do Estado de São Paulo, marco que deu origem, oficialmente, ao município. Fato que só foi possível porque, naquele 7 de janeiro, relógios adiantados foram responsáveis pela sessão da Câmara que fundou a Cidade Sem Limites.
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