Já pensou em construir a própria casa? Se aventurar no mundo da construção civil? É exatamente isso que um casal ourinhense está fazendo. Duas pessoas que não são da área e decidiram erguer as paredes do futuro lar. Eles são Gabriel Damiani Carvalheiro, 39, e Camila Lima Oliveira, 34.
Gabriel é formado em Análise de Sistemas pela Fatec Ourinhos e pós-graduado em Engenharia de Componentes pela Unifio, além de ser empresário de uma Softawre House chamada de SRC Softaware. Já Camila é formada em Educação Física pela UENP Jacarezinho, é personal trainer e tem o espírito de aventureira, destemida, ousada e gosta de desafios.
Estão juntos desde 2002, se conheceram em um clube. O início da família era de três: os dois e a cachorrinha Lazy. Em 2017, nasceu o fruto do amor deles, o filho que está com quatro anos e meio e possui características semelhantes dos pais.
Construção Civil
A inserção no mundo da construção civil foi em 2010, época que compraram um terrno no Ville de France. O objetivo sempre foi ter a construção da casa dos sonhos. Ano passaram e decidiram que estava na hora de iniciar a obra. Por tentativas frustradas de financiamento, o desânimo pairou sobre eles e colocaram o terreno à venda.
Sem conseguir passar para frente e o matagal crescendo, o casal teve uma ideia ousada. Camila sugeriu: “por que nós mesmo não construímos?”.
“De início, parecia uma ideia louca e sem noção, mas como eu tinha feito Edificações na ETEC comecei a estudar no YouTube os processos mais novos da construção civil. Após dois meses de estudo, e mais confiante, falei novamente com a Camila, reforçando a possibilidade dessa “loucura” dar certo. Ela disse de cara: “Bora então!””, explica Gabriel.
E é claro que o casal recorreu a uma amiga arquiteta e seu pai construtor, para certificar que a aventura fosse possível de se colocar em prática. O mais legal é que eles aprovaram a ideia. A família quase caiu de costas ao saber da maluquice, ficaram surpresos e subestimaram. Com isso, Gabriel aprofundou os seus estudos.
A obra…
A obra foi iniciada no dia 1 de agosto de 2020 com limpeza do terreno. O próximo passo foi a marcação do local para esquadrejado. Com o gabarito pronto, iniciou a marcação de paredes com um número e uma letra. Ação que ajuda a identificar onde a parede começa e termina.
Depois veio a marcação das paredes no chão com cal e as marcações das brocas. Dias depois, iniciou a perfuração com trado de todas as 28 brocas identificadas, cada um com três metros e meio de profundidade. Após quatro finais de semana, o casal resolveu apelar para a máquina perfuratriz que finalizou o serviço em 60 minutos.
“Com as brocas perfuradas, contratamos um caminhão de betoneira para a concretagem delas. Depois de dez, iniciamos uma das etapas mais difíceis, a escavação manual das 28 sapatas. Com todas as sapatas escavadas, veio a concretagem que levou cinco horas. Dez dias depois, começamos a montagem da caixaria do baldrame que levou nove dias corridos”, relembra o casal.
O passo seguinte foi a amarração das ferragens dentro da caixaria, momento em que trabalharam até às 23h30 no dia. O próximo dia foi da concretagem do baldrame, execução que teve a ajuda de um servente e de um grande amigo. Após 20 dias, desenformaram e impermeabilizaram o baldrame.
Fotos: arquivo pessoal
E antes de levantar todas as paredes, de fato, o quartinho da bagunça foi o primeiro a ser erguido como teste. Em tamanho de 2,7m x 3m em seis meses. Um treinamento positivo que rendeu iniciar a alvenaria da obra. Atualmente, está na nova fiada, isto é, com um metro de altura. A concretagem dos pilares e contra-vergas são as próximas etapas.
Para o casal, esta aventura é indescritível. “Só quem faz pode ter esse sentimento, pois, para quem vê de fora sempre vai parecer loucura e desgastante. Tem que querer mesmo, este sentimento é a única coisa que nos faz seguir em frente”, opinam.
A aventura…
A principal dificuldade do casal é o tempo, porque conseguem se dedicar à obra somente aos finais de semana. Além de algumas etapas específicas que são maçantes. Por exemplo, a caixaria de baldrame, amarrar a ferragem, fazer chapisco, reboco e bater laje.
E o feedback de quem soube desta ideia, foi de dúvida e julgar que era loucura. Mas, de modo unânime, hoje apoiam e estão impressionados com o resultado. Até mesmo os profissionais da área que visitam o local, arquitetos, pedreiros e mestres de obras.
“Já até pensamos em abrir nossa construtora por gostar muito da área e receber muitos elogios e incentivos, mas não é uma coisa que iremos realizar”, assume Gabriel.
Por fim, o casal ressalva a importância de ter um projeto e acompanhamento de profissional na construção da casa. “Estamos fazendo com as próprias mãos, porém, isso só está sendo possível graças ao respaldo técnico que temos. E a lição que tiramos é que querer é poder, desde que tenha uma ou um parceiro ponta firme”, finaliza o casal.
Uma atitude muito bacana e corajosa, né?! E para acompanhar a obra, é só procurar no Instagram por @casalaobraourinhos
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