Todo lençoense conhece a Vila Cruzeiro, ou como é oficialmente nomeado Jardim Cruzeiro. O emblemático bairro localizado no topo de uma colina e que carrega centenas de histórias.
Conheça algumas curiosidades que encontramos sobre um dos bairros mais antigos da cidade!

O cruzeiro do nome
No início da década de 70, a Paróquia São Pedro e São Paulo organizou uma das suas maiores missões, como eram conhecidas as reuniões para missas externas em pontos estratégicos da cidade, eventos que aconteceram até aproximadamente 1995.
Realizando uma procissão por toda a cidade, com o emblemático cruzeiro sendo carregado por dezenas de pessoas, com Padre João, Pároco da época sobre ele, e com bandas marciais acompanhando o cruzeiro atravessou quase toda a cidade, que na época era pequena e finalizou a Missão Redentorista a frente do ginásio Tonicão, onde o cruzeiro permaneceu por um curto período.
Após isso fora levado para a Matriz e depois, finalmente, atingiu seu local de destaque onde permanece até hoje, com inscrições gravadas da última missão realizada sob sua sombra.
Missão carregando o Cruzeiro, ao topo Pe. João, 1970. Missão carregando o Cruzeiro, ao topo Pe. João, 1970. Lençóis Paulista vista por cima, 1970.
Escola Leonina Alves Coneglian
Ao lado da praça que porta o Cruzeiro está a Escola Estadual Leonina Alves Coneglian.
Atualmente a escola está no seu segundo prédio, e recebeu ao longo dos anos centenas de alunos. Muitos relembram com carinho dias que passaram pelos corredores da instituição.
Para saber mais sobre a história da professora patrona da instituição, clique aqui e leia a matéria que fizemos.

Pensão do Zelão
Apesar do nome conhecido ser Pensão do Zelão, havia sido batizada primeiramente como Pensão São José.
Mas o carisma do Senhor José, ou como era conhecido Zelão, arrematou o nome e a fama do local.
A comida era feita por Dona Isabel, sua esposa, e a fama corre até hoje! Clique aqui e saiba mais sobre o funcionamento.
Atualmente falecido, o carinho, cuidado com os clientes e gentileza com todos de Zelão permanece como seu legado, juntamente com sua amada pensão, que permanece até hoje em atividade, ainda servindo seus tão famosos almoços e eventos religiosos.
Pensão São José – Pensão do Zelão. Senhor José “Zelão” Pensão do Zelão atualmente.
Sr. Orlando Zanon
O famoso instrutor de auto-escola teve centenas de alunos por toda a cidade, mas onde ficou conhecido mesmo foi em seu bairro, onde dezenas lembram com amor e carinho as boas histórias do Senhor Orlando, como bem lembrado por sua filha.
Quando lembrado por seus alunos algo unanime aparece nos relatos: Uma pessoa fantástica de alma gentil!
“Meu Querido Pai, uma pessoa amável e carinhosa, saudades eternas! Te amo para sempre!” – Elisângela Zanon.

Sete Saias
Uma das mais emblemáticas moradoras da Vila Cruzeiro foi Maria Conceição da Silva, a Sete Saias.
Nasceu no ano de 1869, foi escrava até seus 23 anos e faleceu no ano de 1983, com 114 anos sendo uma das lençoenses a ter a vida mais longínqua!
Para ler toda a história incrível da Dona Maria, a Sete Saias, basta ler a matéria que fizemos sobre ela entrevistando sua bisneta Cálita Silva, que relembrou tudo com muito amor, clique aqui.

Mora
Outra figura lendária da cidade que viveu a maior parte da sua vida na Vila Cruzeiro foi o Mora, o famoso Colecionador de Pedras.
Um senhor misterioso, que guardava sua origem e sempre contava uma história diferente quando perguntado como teria vindo parar na cidade.
Morou por muito tempo sob uma ponte na Marechal Rondon, em um cruzamento da ferrovia, em outros momentos morou na rodoviária, mas passou a maior parte do seu tempo perambulando pelas ruas do bairro. O misterioso homem ainda guardava diversos ensinamentos, talvez escondendo ser mais educado do que aparentava ser, ou apenas alguém com muitos problemas.
Das suas frases mais famosas estão “Não quero emprego agora, a inflação está muito alta” dita certa vez quando recebeu oferta de emprego e moradia do pai de Mara Trindade Godoi, uma das moradoras que relata rindo as histórias da figura.
“Moro embaixo da ponte, lá não chove nunca, mas corre a maior enxurrada! ” – Mora.

Miltinho
Milton, Mirtinho, Miltinho, diversos apelidos, a mesma pessoa!
Conhecido por andar com um uniforme de policial militar dos anos 80 e um molho com mais de 100 de chaves na mão, usava um apito e dava palavras de ordem para pessoas por toda a cidade, e apesar do visual, era extremamente bondoso, uma pessoa gentil e simples.
Se via como um policial a proteger toda a população, um segurança público, mas no final era só uma pessoa excêntrica que amava a todos e hoje se tornou uma das maiores lendas da cidade!

Deixo aqui um agradecimento ao grupo “Lençóis Paulista Viva!” que nos ajudaram a coletar essas informações e fotografias incríveis!
E você lembra de mais alguma história incrível da Vila Cruzeiro? Conta aqui pra gente!
Parabéns pelo trabalho, quem morou conhece sabe, e lembra foi muito bom relembrar, obrigada ,saudades de meu tio zelao também.
Estudei na Leonina, conheci Miltinho, Mora e o Zelão e morei na vila cruzeiro. Tenho familiares em Lençóis. Hj moro em Salvador e me emocionei ao relembrar essas histórias da minha infância
Obrigado por este lindo trabalho.
Gostaria de saber sobre a Angela do forró e o time de futebol da ume (unidade municipal de esportes) que Marinho Farão foi treinador nos começo dos anos 90.
Lembro de tudo isso.
Morei mais de 30 anos aí comprei minha casa em 1980 conheci todos eles, meus filhos estudaram no Leonina…sinto saudades desse tempo que não volta mais.