Localizada em frente a Matriz, no coração da Cidade do Livro, a Praça “Comendador José Zillo”, ou como também é chamada de Concha Acústica, é um local onde foram registradas as mais belas histórias de amor. Com um espaço gigantesco, possui um grande palco em formato de concha com uma arquibancada em frente e ainda atrás do palco se localiza a amada Biblioteca Municipal Orígenes Lessa. E ficou conhecida por outro nome, O Jardim.
O amor na praça
Tudo começou na década de 1970, quando jovens se reuniam ali, ao redor do antigo chafariz apelidado carinhosamente de Fonte Luminosa em razão da sua iluminação noturna. Centenas de jovens tiveram seus encontros ali, próximo as escadarias, a grade de proteção e ao lado do pequeno lago artificial.
E foi neste lugar que muitos de nossos pais trocaram as primeiras palavras e olhares que resultaram em grandes amores. O local logo ganhou frases no dialeto local com sinônimo de ir ao ponto de encontros: “Vamos ao Jardim?” ou ainda “Fazer a Praça no Jardim”. Esta segunda com o sentido de ir encontrar um romance.
Muitos relatam que a tradição era os rapazes se manterem nas laterais da praça e um corredor era aberto para que as moças atravessassem sem risco e neste caminho flertes e risos eram trocados, com muito respeito, afinal todos estavam ali para encontrar um alguém especial. Assim, os casais que se formavam sentavam pelos cantos da praça, deixando o centro do espaço para os solteiros.
Transformações
Os anos foram fluindo e a praça começou a receber música ao vivo até às 22 horas pontualmente, onde ao mesmo tempo a Fonte Luminosa apagava suas luzes, indicando a hora dos jovens retornarem para suas casas. O tempo foi passando e a praça sofreu drásticas transformações, como a demolição da Fonte.
Até culminar no fim de seus momentos de auge, quando o ponto de encontro dos jovens, nos anos finais da década de 1980, foi organicamente mudado para a Avenida Padre Salústio Rodrigues Machado ou apenas “Avenida”, como os frequentadores a chamavam. Um dos muitos motivos desta migração de ponto de encontros para a Avenida foram os incômodos que moradores da região começara a sentir devido ao alto fluxo de jovens na praça.
Quando a chama reacendeu
Gradativamente a praça foi sendo deixada de lado e cada vez menos pessoas frequentavam no período noturno. Até que em 2016, a chama foi acesa novamente e centenas de jovens, filhos dos casais que nasceram ali, começaram também frequentar a Concha Acústica.
Em alguns sábados foram registrados mais de 300 jovens reunidos nas escadarias para se encontrar, conversar, ouvir música, e até mesmo, encontrar um grande amor como seus pais fizeram.
Muitos que frequentaram sequer imaginam que seus pais que os aguardaram em casa após estas noites de “rolê na Concha” também fizeram o mesmo há 20 ou 30 anos.
Fim de uma era?
Infelizmente, logo ocorreu a proibição dos encontros na praça. Devido ao barulho incomodar os prédios e residências ao redor da Concha, logo a proibição foi decretada. De certa forma informal e os jovens logo procuraram um novo local.
Porém, tudo que foi vivido ali ficará para sempre no coração dos lençoenses, como o lar dos primeiros olhares e, quem sabe, até mesmo dos beijos.
E, assim, eu te pergunto, você encontrou alguém especial nas noites na Concha Acústica?
Nos conte nos comentários!
Gostou desse conteúdo? Deixe seu comentário ali embaixo, isso nos incentiva demais!
E se você conhece alguma história que merece ser contada aqui na Solutudo envie para sugestã[email protected]!
Ou
Fique por dentro dos detalhes de Lençóis seguindo
as nossas redes sociais:
Clique aqui e siga o Instagram / Clique aqui e curta nosso Facebook!
#solutudodebom!
Fui um dos operadores de som na decada de 80