“Pachamama” significa “a mãe que engendra” ou “a mãe que cuida”, e foi com essa proposta que o projeto bauruense de Conexão Solidária surgiu no ano de 2020.

O foco da rede é ajudar mulheres, mães, gestantes e famílias, de Bauru e região, em situação de vulnerabilidade, especialmente neste período de pandemia. A Pachamama é resultado de uma parceria do Núcleo Negro da Unesp para Pesquisa e Extensão (NUPE) com a Revista Helenas, a primeira revista feminista da cidade.

Atualmente, o projeto é composto por voluntários de áreas variadas e já realizou diversas campanhas em mais de um ano de existência, o que englobou desde vaquinhas online e rifas até entrega de enxoval para gestantes e kits com itens de higiene.

Um projeto bauruense

De acordo com Francimeire Leme, voluntária da Pachamama, a ideia da rede bauruense – que partiu da Andresa de Souza Ugaya, do NUPE – foi inspirada na campanha “Segura a Curva das Mães”, iniciativa de financiamento coletivo na internet com o objetivo de auxiliar mães pelo país: “Assim, o nosso propósito é acolher mulheres tanto material quanto afetivamente. Para isso, organizamos ações voluntárias para arrecadar quantias emergenciais ou cestas básicas, roupas e produtos de higiene a fim de amenizar as necessidades de cada mulher e sua família”.

A voluntária explica que as mulheres são o eixo central da rede porque elas são mais atingidas pela miséria, pela fome e pelo desemprego neste período em que a pandemia de Covid-19 é uma realidade no Brasil, sendo as mulheres negras as principais afetadas social e economicamente. “Além disso, elas seguem sendo vítimas de feminicídios e diversas violências domésticas. Sem contar que são as responsáveis pelos lares, a alimentação e o cuidado com os filhos”, destaca.

Campanhas

A Pachamama já organizou – e continua organizando – diversas ações solidárias a partir das necessidades reais observadas nos territórios de Bauru. Francimeire explica como cada uma das campanhas acontece:

  • Acolhimento e escuta afetiva: foi a primeira ação da Pachamama, destinada às mulheres e realizada por psicólogas e terapeutas voluntárias. A iniciativa segue de forma completamente gratuita;
  • Kit-cuidar: campanha de amadrinhamento e apadrinhamento para a doação do “Kit-Cuidar” (com itens de higiene) a 134 mulheres das famílias do Projeto Canaá, no Ferradura Mirim. Foi realizado em maio de 2020;
  • Caixa mágica: foram feitas doações do que chamamos de Caixa Mágica, um kit lúdico que oferecia algumas possibilidades de brincadeiras individuais e coletivas. As caixas foram destinadas a 79 famílias do Instituto Social São Cristóvão (INSCRI) na região de vulnerabilidade do Jardim Europa entre junho e setembro de 2020;
  • Amanhecer Pachamama: foi uma ação cultural promovida com o intuito de levar aos lares atividades lúdicas e culturais, o que acontecia no amanhecer dos sábados. Surgiu em setembro de 2020 e era organizada a cada 15 dias. Havia contação de histórias, danças para a natureza, músicas populares e brincadeiras teatrais e corporais. O evento foi transmitido pelo Youtube;
  • Cuide de uma Flor: na primavera de 2020, aconteceu a campanha de auxílio material às mulheres, mães e gestantes atendidas pela iniciativa de acolhimento e escuta afetiva. Houve arrecadação de roupas, fraldas e enxoval para bebê. Em junho de 2021, retomamos essa ação com o cadastramento mensal de pessoas que apoiam o projeto.
  • Florescer Pachamama: em dezembro de 2020, organizou-se a ação com a finalidade de ajudar mulheres e suas famílias do Jardim Primavera, em Bauru, que foram vítimas de uma forte chuva que destruiu seus lares. A campanha foi realizada por meio do planejamento e venda de rifas de três cestas “Saberes”, “Cuidar de mim” e “Celebrar”. Em dezembro de 2021, essa ação foi retomada com a preparação de quatro rifas, sendo duas no final do ano e duas para o começo de 2022.
  • Nutrir Pachamama: durante os meses de março e abril de 2021, organizamos a venda de um e-book de receitas. Os valores arrecadados foram utilizados para a impressão dos livros para as mulheres acolhidas como uma forma de contribuir para uma alimentação saudável. 
  • Yoga Solidário: Durante uma semana, contamos com aulas de yoga on-line ministradas por seis professores: Caroline Guerra, Marcus Rojo, Adeline Borini Gargioni, Greice Fernandes, Jeniffer Brandani e Thais Adriana Cavallari. O valor arrecadado com as taxas de inscrições foi destinado às ações da Pachamama.
  • Delas pra Elas: Rifa Solidária realizada para a oferta de ajuda material às mulheres acolhidas pela Pachamama diante de demandas como compra de fraldas, de leite e também de cestas básicas (nossas principais necessidades atualmente).

A voluntária destaca que, além dessas ações, a Pachamama contou com diversas parcerias em projetos conjuntos com outras organizações, como com o Mulheres Unidas em Movimento (M.U.M.), em uma série de lives; com a participação no Brechó das Helenas, organizado pela Revista Helenas. Ademais, a rede contou com diversas doações espontâneas de grupos e pessoas para ajudar no projeto.

Voluntariado

A Pachamama tem uma organização interna que divide os voluntários em redes. Cada uma das redes remete a um elemento da natureza e corresponde um setor do projeto.

As pessoas de “terra” atuam no cadastramento virtual e/ou presencial de mulheres e famílias em situação de vulnerabilidade; as de “ar” desempenham funções ligadas à comunicação e à divulgação da Pachamama, elaborando artes e publicações nas redes sociais e demais mídias; as de “fogo” planejam e organizam as ações; já as de “água” trabalham no recolhimento e na distribuição das doações recebidas. Por fim, há a rede “harmonia”, na qual os voluntários encarregam-se do acolhimento e da escuta das mulheres de maneira afetiva.

Assim, os interessados em participar do projeto devem preencher o formulário (permanentemente aberto) de voluntariado disponível nas redes sociais da Pachamama.

Francimeire Leme ressalta que as plataformas digitais são o meio pelo qual o projeto divulga suas ações, por isso são essenciais para o funcionamento da Conexão Solidária. “Dessa forma, podemos arrecadar alimentos e produtos para auxiliar as mulheres acolhidas. Publicamos informativos relativos aos ideais da Pachamama, divulgamos outros projetos sociais que ocorrem na cidade e na região e postamos conteúdos relacionados a datas comemorativas”, explica a voluntária.

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