Sandra Soares, 51 anos, natural de Pompéia e criada na cidade de Tupã, é uma mulher sonhadora e apaixonada pela vida, além de ser protagonista de uma história de superação incrível.

Aos 12 anos, perdeu seu pai e para ajudar a família, mesmo com pouca idade, começou a trabalhar como babá, doméstica, caixa de açougue e balconista e, mesmo com muitos esforços e dedicação, não abriu mão de seus estudos.

Concluindo o magistério, foi se aventurar na capital da garoa, grande São Paulo, sendo mais uma interiorana em busca de novas oportunidades, porém ela não se adaptou ao local e voltou para “aldeia”. Em sua volta para Tupã, conseguiu um estágio no hospital Santa Casa de Tupã, descobrindo sua vocação que não abre mão de dizer com boca cheia que é enfermeira.

Naquele tempo, faculdade não era tão acessível, ainda mais para uma moça de família humilde, mas Sandra não desistiu do sonho de seguir sua paixão pela enfermagem conseguindo regressar a uma instituição de ensino superior em Adamantina. Trabalhava o dia inteiro e à noite ia todos os dias de ônibus, na maioria das vezes com fome e cansada. Nessa caminhada aconteceu uma gravidez indesejada de sua primeira filha, na qual teve que assumir o compromisso da maternidade solo, mas sua mente sabia onde queria chegar e assim conquistou seu diploma.

Antigamente, jovens já eram condicionados a sair da cidade pela falta de oportunidades e Sandra conseguiu seu primeiro emprego na cidade de Americana. Fase da vida que teve seu segundo filho, permaneceu na cidade durante dez anos na correria de plantões diurnos e noturnos e ainda encaixava tempo para ser mãe de duas crianças que dependia somente dela.

Com os imprevistos da vida, foi desativada de seus dois empregos e decidiu voltar para Tupã com a esperança de reconstruir sua vida. Conseguiu emprego lecionando aulas na Faculdade Alta Paulista (FADAP).

Foto: arquivo pessoal

Quando tudo estava se estruturando, sentiu um nódulo na região da clavícula, consultou com um médico que a encaminhou a médica oncológica. Assim, iniciou umas séries de exames investigativos e nessa passagem começou a sentir fortes dores nas costas que se intensificaram e os remédios costumeiros não faziam mais efeitos. Começou a perder as forças nas pernas, as sensibilidade nos pés e ter falta de apetite.

Foi realizada ressonância magnética no tórax sendo notado nódulos na 5° e 6° vértebra torácica que fez médicos acreditarem que era tuberculose marcando cirurgia nas pressas. Neste período, Sandra já estava na cadeira de rodas sem conseguir andar.

Durante a cirurgia, foi percebido que havia um tumor hemorrágico e não tuberculose, o que era para ser uma cirurgia rápida demorou mais que o tempo esperado. O laboratório da cidade de Tupã não conseguiu identificar o tipo de nódulo encontrado e foi encaminhado para os laboratórios da cidade Botucatu, o resultado foi um susto para Sandra e a família, porque era um linfoma de Hodgkin.

Sandra foi encaminhada para fazer tratamento em Marília, a mesma lembra como se fosse ontem que a médica dizia:

“Você acredita em milagres? Pois, sua cura é por um milagre“, relembra a cidadã.

Sandra não desistiu da vida, foram-se 32 radioterapias e 13 ciclos de quimioterapia em oito horas tomando soro, perda de cabelos, peso e muito sofrimento. Refeitos os exames a médica lhe disse:

“O milagre aconteceu, você está curada, mas não voltará andar”, declara a médica oncológica.

Sandra disse que no momento se negou de imediato a aceitar que não iria andar.

“Eu não vou ficar em uma cadeira de rodas”, fala Sandra Soares.

Começando assim outro estágio de fisioterapias em casa, hidroterapia e ginásticas. Em uma semana, Sandra já estava dando pequenos passos de andador. Em outros exames, os médicos diziam que ela não iria melhorar além do que melhorou, mas que poderia piorar. Sendo assim, aposentada por invalidez.

Perante tudo que já havia passado, Sandra não desistiu das suas melhorias. Com persistência e dedicação, continuou seus tratamentos até adotar apenas a bengala para seu andar, provando que com força de vontade se encontra soluções e o segredo da vida é persistir sem desistir.

Como sempre foi muito proativa, começou a fazer crochê como terapia que aprendeu aos oito anos somente olhando sua mãe que também é artesã. Fez um tapete para sua casa, uma amiga viu gostou tanto que pediu encomenda. Assim, se popularizou e nasceu seu ateliê de crochê.

Sandra começou a participar das Feiras de artesanatos da cidade de Tupã, andando com suas pernas e dirigindo seu próprio carro. Em resiliência, conquistou com força de vontade sua independência e como ela mesma disse, sem estar em uma cadeira de rodas.

Quando perguntada o que significa o crochê para ela, responde que:

“O crochê supriu a tristeza que habitou em mim quando ouvi que não poderia exercer minha grande paixão que é a enfermagem, o crochê me faz  sentir-se útil, produtiva e ativa, me trouxe a sensação de estar viva e com tudo que já passei. Estou amando cada detalhe que o destino me propôs, mas serei eternamente enfermeira”, comenta Sandra.


Sandra é exemplo de superação e resiliência!

Confira seus trabalhos pelo Instagram @sandras.atelie   


É muito legal estas histórias inspiradoras, né? Causas boas que deixam o coração quentinho.


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