Já tivemos uma matéria especial sobre a Fazenda Lageadinho que foi muito importante para o desenvolvimento da economia do café na cidade. Atualmente, a fazenda ainda existe e está aberta para visitações. E o destaque de hoje é a Fazenda Canaã, a vizinha da Lageadinho.

O proprietário era o português e pastor presbiteriano Manoel Alves de Brito. Ele nasceu na região de Trás-Montes do norte de Portugal em 1879. Chegou marcar presença na região de Nova Friburgo no Rio de Janeiro e depois resolveu percorrer o Vale do Paranapanema até se estabelecer em Ourinhos. Ao seu lado estava Álvaro Ferreira de Moraes e o Benício do Espírito Santo, seus amigos da Igreja Metodista desde os tempos em terras do Rio de Janeiro.

Em terras ourinhenses, ele comprou 220 alqueires e manteve safras de café, trigo, alfafa e criou cavalos. Sua casa era na Rua Antônio Prado e entrou no cenário político com uma figura importante do Partido Republicanos Paulista. Naquela época, era comum que o diretório do partido fosse composto por proprietários rurais, como Antônio Almeida Leite, Olavo Ferreira de Sá, Adriano José Braz, Joaquim Luís da Costa, Ângelo Bolsonaro, Domingos Perino, Horácio Soares, Benício do Espírito Santo e a Ananisa Francisco Amaral Brito.

Ananisa foi a primeira figura feminina no partido e estava ao lado de famílias com interesses em formar laços matrimoniais. Por exemplo, sua filha Eunice se casou co Alberto Braz, homem que foi prefeito provisório de Ourinhos após a queda de Getúlio Vargas por indicação do Partido Democrático.

Nos anos 50, Ananisa adoeceu e um derrame a levou para o óbito. Situação que determinou a venda da fazenda para Francisco de Paula Dupas. O novo dono iniciou um desmembramento das terras em tamanhos menores. A Canaã não existe mais, mesmo que a família conserve algumas localidades e deixou registrado o nome de Porto Dupas.

Fonte: “Ourinhos-Memórias de uma Cidade Paulista” – Jefferson Del Rios (livro)

Imagem de capa: ilustrativa


Curiosas as informações, não são?


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