Os pais de Ourinhos foram o café e a ferrovia (os trilhos da locomotiva) e o trem de ferro como padrinho. Tudo começou há 100 anos com uma pequena estação ferroviária, local que foi construído para ser a parada do trem que estava presente em todo o interior do estado por causa do café.
Já em questão de movimentação de passageiros, foi algo grandioso em 1960. O trem predileto das pessoas era o que vinha de Presidente Prudente, deixava Ourinhos às 20 horas e chegava, aproximadamente, às 06 horas da manhã em São Paulo.
Inclusive, havia algumas pessoas que iam até Salto Grande pegar o trem de lá para garantir o melhor assento no vagão. Os mais famosos eram o “Ouro Verde” e o “Pulmann”, eram de aço com cabines e restaurante. Quem não iria querer, não é mesmo?!
Como os aviões fazem escalas, o trem também fazia e a mais demorada era em Botucatu. Comum as pessoas descerem do vagão para andar e relaxar um pouco até o trem voltar a andar pelos trilhos.
A Estação Central era composta por uma porta de ferro muito bem trabalhada e no seu interior estavam localizadas as bilheterias. Na roleta picotava os bilhetes para entrar na plataforma, além de que na estação tinha também um bar.
O mais legal é que, naquela época, era muito fácil perceber a presença e existência de outros meios de veículo na cidade, afinal ficavam, quase que sempre, na frente da estação. Por exemplo, carros, carroças e jardineiras. Será que seria uma espécie de taxi? Fica aí a reflexão!
E na imprensa, em um jornal impresso, algum repórter mantinha uma coluna chamada “Itinerantes” para dizer quem eram as pessoas que partiram para os seus destinos e quem chegava em Ourinhos. O professor Luciano Corrêa Silva até fez um soneto sobre isso:
“Viagem”:
“Estação, foste a primeira
noutros tempos da cidade.
Cortejou-te a realeza
nos quartéis da mocidade.
Nos quartéis da mocidade.
Agora te vejo presa
Ao destino que invade,
Me trazendo mais tristeza
Pelos trilhos da saudade.
Ontem, pompa e fidalguia:
Hoje, pobre e abandonada…
Velha estação, que ironia,
Quanta lembrança perdida,
Com tanto trem de chegada,
Como muito mais partida!…“
Esta estação serviu a cidade até 1964, momento em que foi inaugurada uma nova pelo Govenador Ademar de Barros. Nos anos de 1970, o trem foi desativada e começou a trabalhar somente para transporte de carga, como é até hoje.
Fonte: Blog Memórias Ourinhenses
Quem se lembra desta época em Ourinhos? Conte para suas recordações!
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