Há 14 anos, a artesã Cláudia Helena Renó Jorge vê seu trabalho tomar forma aos poucos. Fio a fio, as peças antes imaginadas vão se tornando reais por um leve movimento de mãos.

Uma infinidade de itens feitos de crochê e tricô compõem seu acervo: tapetes, cachecóis, toucas, xales, bolsas, chaveiros, sousplat e as fofas miniaturas de bichinhos.

(Fotos: Acervo Pessoal)

A preocupação com o meio ambiente e em como tornar seu trabalho ainda mais sustentável foi uma motivação para que a artesã procurasse por materiais ecológicos.

Gosto muito de trabalhar com linhas ecológicas, tenho buscado usar bastante.

As pessoas acham que para fazer as coisas precisa usar um fio específico, mas não, tem vários tipos que podem ser utilizados. Eu vou experimentando, busco muito na internet, em livros, revistas, aprendo bastante.

Atualmente, parte da produção acontece com fios provenientes da coleta de retalhos gerados na indústria têxtil. Esses retalhos passam por um processo de recuperação das fibras sem utilização de produtos químicos, o que traz um grande benefício ambiental.

Herança de família

Uma pequena Cláudia assistia encantada à avó fazendo crochê. Os movimentos delicados e a facilidade com a qual a avó fazia surgir diferentes criações despertou seu interesse. Nesse momento, nascia uma artesã, mas ela ainda não sabia disso.

Minha avó é minha inspiração. Na família sou a única neta que faz artesanato, então eles brincam que é herança dela. E com certeza é, acho que se eu não tivesse visto, vivenciado isso na minha infância, provavelmente não faria.

Foi só na faculdade que a admiração se tornou ação. Começou a aprender com algumas amigas como passatempo, com dificuldades e alguns tropeços, foi se virando como pôde.

No começo errava para caramba, super normal, tive todo esse processo, errei muito, mas voltei e aprendi. Teve uma época que eu cansei, desisti de alguns tipos de peças, mas é tudo questão de amadurecer.

É aprender a ter um pouco de paciência consigo mesma, respeitar seu tempo.

Se envolveu e se apaixonou por artesanato, persistiu e transformou o hobby em uma fonte de renda extra. Formada em Música e com pós em Psicopedagogia, o sonho de Cláudia é que esse trabalho artesanal seja mais reconhecido na sociedade.

Eu não vivo sem o artesanato, virou a minha vida. Se o artesanato fosse mais valorizado, (tem gente que fala que ele não é valorizado, mas ele é), eu largaria tudo e viveria só dele. Fecharia a clínica, pararia de dar aula de música, e viveria só dele.

Amo piano, dar aulas de música, atender as crianças, mas o artesanato é o meu maior amor.

Dedicação

Como uma receita de bolo, a artesã desenvolve seu próprio estilo, sua forma de ver o artesanato, cada detalhe.

A maior recompensa para seu trabalho é o retorno que recebe de quem conhece suas peças.

O que mais marca é o feedback das pessoas em relação ao meu trabalho. Ser elogiada pelo que eu faço, eu ganho o meu dia. Porque a gente se dedica, mas quem define se meu trabalho está bom ou não é quem compra.

Conexões

O artesanato também cria uma rede de apoio entre os próprios artesãos, que passam de um para o outro essa incrível tarefa de tecer com as mãos.

Ver peças de outros artistas é uma coisa que me inspira muito. Ver esses outros trabalhos me fazer conhecer coisas que eu não sei fazer.


Gera uma relação de confiança, é uma troca de experiências, a gente divide uma história, mesmo que seja só momentânea. Você aprende muito.

É um meio de conectar pessoas, vivências e aprendizado. Através dele, criam-se laços, partilham-se histórias, mesmo que momentâneas.

Geram-se relações de confiança entre quem faz e quem recebe o presente.

Esse contato é muito bacana, ele aproxima, a gente aprende muito. Eu experimento o que as pessoas me falam.

Essa partilha, essa troca, é muito rica, é uma das coisas que eu adoro no artesanato. Ele te traz essa vivência humana, essa proximidade com as pessoas.

Serviço

Artesanato da Claudinha

Endereço: Rua Santa Helena, 909 – Garden Park

Telefone: (14) 99775-8013

Instagram

As peças também podem ser encontradas na Vila das Artes.


Mais detalhes que encantam na Solutudo 🙂

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