Ter dois filhos gêmeos de uma vez só, não deve ser uma missão fácil. Cabe aos pais lidarem com a preocupação, os gastos e principalmente muito amor, sempre em dobro.

Lucas e Henrique

A assistente de secretaria, Alessandra Lima dos Santos, levou um susto ao notar a presença de dois fetos no ultrassom, pois se tratava de uma gravidez não planejada para aquele momento.

“Ter gêmeos dá bastante trabalho, sou uma pessoa que vive cansada. Mas em compensação, é muito gratificante ver dois menininhos crescendo juntos e se amando. É muito engraçado ver que mesmo sem falar eles conseguem se entender. É incrível e, cada dia eu me sinto mais apaixonada por eles”, comenta.

Para Alessandra, a maior dificuldade durante esse período, foi cuidar de dois bebês ao mesmo tempo. No primeiro mês como mãe de gêmeos, ela conseguia dormir apenas 40 minutos por dia. Era quando contava com a ajuda do marido, sogra e sua filha mais velha.

“O que cansa muito até hoje, é fazer tudo em dobro; dou dois banhos, troco duas fraldas, mas além disso os gastos financeiros também. Hoje, não penso em ter mais, pois tenho três vidas para cuidar, mas é extremamente gratificante, da mesma forma que eu trabalho em dobro, o amor e as alegrias são tudo em dobro também!”, ressalta.

Como mãe, a diferenciação dos filhos sempre foi fácil para Alessandra, mas no início, o pai das crianças precisava olhar uma pinta próxima ao cabelo, para conseguir identificar. Uma missão que se torna ainda mais difícil aos demais familiares, quando Lucas e Henrique estão vestidos igualmente.

Quanto a conexão entre gêmeos, a mãe admite ser real, desde que um não vive sem o outro.

“Se um fica doente, o outro também fica. Eu percebo muito na hora de dormir, tanto que as camas são encostadas, pois precisam sentir a presença um do outro para pegar no sono. Quando o Lucas teve pneumonia e ficou uma semana internado, ao receber alta, foi correndo até onde o Henrique estava, naquele momento eu percebi o quanto eles são grudados e sentem falta um do outro”, conta.

Larissa e Letícia

Descobrir a gravidez de duas meninas, foi um momento muito complicado na vida da atendente, Angela Cristina Vieira, que se encontrava com dificuldades financeiras na época. Com a ajuda de uma tia, conseguiu algumas doações de roupas para as gêmeas.

“Nunca imaginei que seriam duas, chorei muito. Pensava que eu não tinha ninguém na família com tendência, mas minha avó acabou tendo gêmeos e, em seguida, trigêmeos. Minha tia – irmã do meu pai – e, inclusive ele, também tiveram dois, que no caso, são os meus irmãos”, relata.

A diferença entre as filhas era quase imperceptível, até que aos dois anos, Larissa sofreu um acidente na creche, quando foi atingida por uma televisão, deixando uma cicatriz no canto do rosto. Hoje, é o que ajuda a diferenciar ela de Letícia.

Hoje em dia, as gêmeas não costumam mais se vestirem iguais como antigamente, a não ser quando planejam brincar com alguém, mas a mãe afirma que de alguma forma, continuam conectadas.

“Aqui sempre foi assim, uma acordou com catapora, quando foi a noite, a outra também já estava. A mesma coisa com a febre, uma queimava de noite, quando amanhecia já era a outra”, diz.

Gabriela e Debora

A estudante Gabriela Azevedo Rafael, conta que sua mãe acreditava que estava grávida de apenas uma menina, até o sétimo mês de gestação, quando no retorno ao hospital, o médico soltou uma frase no plural, dizendo que ambas estavam bem. Para ela, foi uma surpresa e foi a partir disso, que começou a correria pra comprar as coisas em dose dupla.

“Minha mãe lembra que ficou confusa, óbvio, então o médico perguntou se ela não sabia, mas que a outra estava atrás. Ela não ficou assustada, mas surpresa. A primeira tinha certeza que se chamaria Debora, então ela além de ir atrás das coisas de bebê, também teve que decidir junto com meu pai qual seria o meu nome”, relata Gabriela.

Quando eram pequenas, as gêmeas adoravam vestir roupas iguais, o que acontece até hoje, as vezes espontaneamente e outras combinadas, já que possuem gostos bem semelhantes e adoram ver a reação das pessoas.

Para Gabriela, tudo tem seu lado ruim, no caso de ter uma irmã univitelina (gerada na mesma placenta), é o fato das pessoas relacionarem a “atitude” de uma com a outra, apenas pelo fato de serem gêmeas. Mesmo tendo muitas coisas em comum, a estudante não acredita na questão de conexão entre ambas.

“Sempre nos perguntam ‘Se bater em você, ela vai sentir?’ isso não é verdade. Entretanto, a gente tem uma percepção muito parecida, há coisas que nem precisam nos dizer, mas percebemos juntas, além de sermos muito intuitivas com diversas situações”, conta.

Mães de gêmeos e irmãs univitelinas compartilham relatos da vida em dupla
Ctrl + C (Debora) e Ctrl + V (Gabriela). (Foto: Arquivo Pessoal)

Apesar dos desentendimentos como qualquer outro irmão, a amizade das duas prevalece, fazendo com que convivam juntas literalmente 24 horas por dia. Por isso, Gabriela acredita ser meio impossível que as pessoas não confundam as duas, já que possuem praticamente a mesma altura, peso, cor de cabelo e até piercing.

O único detalhe que diferencia as gêmeas é a tatuagem “Ctrl + C” e “Ctrl + V” que fizeram no braço, representando os comandos de “copiar” e “colar” no teclado do computador.

“Nossa rotina é praticamente a mesma, uma vez que, trabalhamos na mesma agência de publicidade, fazemos o mesmo curso, estudamos os mesmos idiomas… Após a tatuagem, têm muita gente sabendo diferenciar olhando pro nosso braço. Não temos o costume de ficar confundindo os outros, quando acontece é sem querer”, finaliza.


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