É verdade que ele foi derrubado pra que um carro alegórico pudesse passar pela avenida? A imagem da capa é da artista Isa Boaventura Melara.

O pontilhão da N.O.B

Com tantas histórias de progresso contada pelos mais antigos moradores da cidade, recai sobre a nova geração o imaginário sobre como de fato as coisas aconteciam e eram organizadas. Nós, da Solutudo Lins, somos apaixonados em contar as histórias daqui. Iremos sempre trazer pra você, com riquezas de detalhes as histórias que sustentam os principais cenários do nosso município.

Quem nunca ouviu falar do famoso Pontilhão da N.O.B. de Lins? Uma parte da cidade que é indissolúvel da sua história. Sempre será assunto lembrado em todo futuro do município. Pra quem não tem nenhuma experiência de convívio com o local, o vídeo feito pelo linense Silvio de Abreu, na década de 80 ajuda a compreender bem como era o local.

Trecho retirado do video de Silvio de Abreu, disponível na internet.
Link para o vídeo original: Clique Aqui


“É verdade que ele foi derrubado pra que um carro alegórico tivesse acesso a passarela de carnaval?”

Vamos fazer o seguinte: Primeiro vamos conhecer o pontilhão e seus propósitos para o seu tempo. Vamos lá?

A construção

Lins tem o seu surgimento ligado as implantações das estradas de ferro. Este é um assunto para escrevermos em um futuro breve, o que acha?

A atual avenida Arquiteto Luiz Saia era cortada por uma movimentada estrada de ferro que estava ligada a estação Albuquerque Lins, onde hoje funciona o museu histórico da cidade. São duas construções estabelecidas ali. A primeira, na década de 20 (1921 ao que tudo indica). Em pouco tempo percebe-se que pontilhão era estreito demais para as necessidades do local. Foi quando, em 1936, no governo de João Bráulio Junqueira de Andrade erigiu-se o segundo pontilhão. Uma fantástica obra a sua época.

Dilema

Com o avanço populacional e o aumento expressivo da frota de veículos, o pontilhão começou a apresentar alguns limites técnicos quanto ao fluir rodoviário. Embora a avenida que passava por baixo do pontilhão era mão dupla, a passagem por baixo do mesmo era permitida a apenas um veículo por vez. Com recorrência de acidentes, o pontilhão não comportava mais o fluxo veicular da cidade. Havia três possibilidades aparentes: O aumento da largura da via, mudança de rota de veículos ou sua demolição.

A decisão pela demolição

Com a projeção de construção da nova rodoviária nas imediações, a decisão precisava ser tomada. Foi em fevereiro de 1990, que o então prefeito Sr. Cilmar Machado, ilustre governante do munícipio decidiu pela demolição da mesma.

O Jornal Correio de Lins noticiava em sua primeira página a demolição em 08 de Fevereiro de 1990
O Jornal Correio de Lins noticiava em sua primeira página a demolição em 08 de Fevereiro de 1990

Por que a demolição?

As transformações urbanas exigem tomadas de decisões severas e as vezes, de difícil compreensão no que diz respeito a locais que possuem aspectos emocionais.

Diante disso é razoável os inúmeros lamentos sobre “os por quês” da extinção do mesmo. No entanto, definitivamente, diante dos registros jornalísticos da época, a remodelação da área não tem nenhuma ligação com a necessidade de passagem de carros alegóricos para o carnaval.

O Jornal Filha de Lins noticia em sua primeira página, dia 08 de fevereiro de 1990, o início da demolição.


“Haveriam outras alternativas diante da necessidade da reorganização urbana?”

Imagem: Google Maps. O local onde existia o pontilhão.

O local guarda histórias e experiências profundas de um povo que em diversas eras e razões, por cima ou por baixo, teve ali momentos importantes e marcantes e suas histórias.

A Avenida recebe um número considerável de veículos de pequeno e grande porte e é acesso importante aos ônibus que fazem o trabalho de transporte coletivo.


Que gostoso conhecer as histórias da nossa cidade. Você tem alguma experiência com este pontilhão? Ah, diga pra gente nos comentários!

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2 COMENTÁRIOS

  1. Nossa que história gostosa de ler e ver as imagens e imaginar…
    No ano que demoliu eu tinha 5 anos.
    Pode ser que já andei sobre a ponte.
    Que legal.

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