Quando ouvimos histórias boas queremos sempre guardá-las com carinho, e a história da Diusaléia é uma dessas que com seus 43 anos já participou de competições de atletismo para pessoas com deficiência físicas e hoje é referência no esporte.

A infância da Diusa foi bem diferente da de muitas crianças. Por ter nascido com Encefalopatia Crônica Não Progressiva, conhecida como Paralisia Cerebral (falta de oxigênio no cérebro) passou sua infância e adolescência realizando cirurgias tendo seus movimentos afetados. Ao total foram 9 cirurgias, e muita fisioterapia!

Conhecendo a entidade

Porém, aos 16 anos tudo mudou! Nesse momento, a mãe de Diusa ouviu no programa de rádio que iria ocorrer a inauguração da ADEFILP – Associação dos Deficientes Físicos de Lençóis Paulista e foi nesse momento que Diusaléia decidiu conhecer a entidade. Ela conta que foi um abrir de portas, pois nessa época ela não conhecia outras Pessoas com Deficiência, e ao chegar no local, pode conhecer muitas pessoas e suas diferentes realidades de vida.

“Nunca estudei com nenhum outro deficiente tudo eu tinha que fazer por mim, não tinha modelo, nem tinha noção de que existia o esporte adaptado, mas lá na Adefilp eu vi tudo!

O 1º contato com o esporte

Foi nesse momento que começou a ser voluntária na Adefilp, trabalhando com um jornalzinho e com a rádio local produzida pelos próprios deficientes em que transmitia novidades e curiosidades, surgindo assim o desejo de se tornar jornalista. Com as atividades realizadas na Organização, teve a oportunidade de conhecer outras entidades, em diversas cidades; e foi assim que teve seu primeiro contato com o esporte.

“Tudo era muito arcaico, de feminino era somente eu e outra atleta, a Fátima. Em outras entidades também não tinha mulheres competindo no esporte adaptado, então nós competíamos com os meninos. Não existia separação das deficiências, era somente a integração!”

Campeonatos e recorde!

Diusa conta que em muitos campeonatos entregavam medalhas a todos os competidores, isso porque tinham receio dos atletas PCDs se frustrarem!  Também não tinha os equipamentos necessários, competindo, em várias ocasiões, com cadeiras de rodas normais. Contudo, isso mudou e hoje eles já competem com as cadeiras de rodas específicas e adaptadas com regras para cada modalidade e categoria!

Assim, Diusa e todos os integrantes do esporte da Adefilp foram convidados para ir para o Campeonato Brasileiro e foi lá que ela bateu o recorde nacional, uma vez nos 200m e duas vezes nos 100m, faltando apenas 6 segundos a menos para ter a oportunidade de ir para as Paralímpiadas!

Momentos que marcam

Além de todas essas conquistas, foi convidada para acender a pira olímpica nos Jogos Regionais, sediado na cidade de Lençóis Paulista, e conduziu a chama olímpica dos Jogos Olímpicos de 2016!

“Foram dois momentos inesquecíveis que o esporte me proporcionou, quando você está feliz, os resultados aparecem e o esporte foi uma das maneiras que eu encontrei de ser feliz!”

E hoje, além de atleta, Diusa é dançarina na Cia. “Rodas que Dançam”, se formou jornalista, trabalha como funcionária pública há 20 anos sendo 16 deles na APAE de Lençóis Paulista, onde auxilia e orienta empresas, famílias e PCD na inclusão no mercado de trabalho!


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2 COMENTÁRIOS

  1. A Diusaléia é simplesmente um ser humano incrível.
    Gratidão pela publicação desta matéria, nos deixa cheio de inspirações.

  2. Que excelente reportagem! Parabéns!
    Diusa eh um exemplo como atleta, como profissional, como amiga e como ser humano!!
    ??????????????

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