Você já parou para pensar que toda cidade pode ser considerada um verdadeiro museu ao ar livre? Com seus habitantes sendo os artistas, e as obras em exposição são as centenas, milhares de construções, ruas e praças, cada uma contando um pouco de uma história! Muito louco isso, né? ?

Mas, de fato, se olharmos as construções de nossa cidade, vamos aos poucos descobrindo nossas origens, entendendo nosso passado e, sem dúvidas, desbravando histórias fantásticas! Como essa aqui, ó: você sabia – ou até lembra! – que a sede da Fazenda São João da Via Sacra, conhecida como ‘Casarão’, ficava onde hoje é o centro de Itupeva? ?

Casarão do progresso

Pois é! Nossa querida Itupeva se desenvolveu praticamente no entorno e por causa dessa fazenda! Isso láa na época dos cafezais, na segunda metade do século XIX, quando ainda éramos um bairro de Jundiaí, mas já contribuíamos ativamente para o desenvolvimento da cidade. ?

Aliás, já contamos essa história aqui: os tempos de bonança culminaram na inauguração, em 1873, da ‘Estação Itupeva’, a primeira da Estrada Férrea Ytuana a partir de Jundiaí e uma das estações mais antigas de toodo o estado de São Paulo. Já viu que top, né? ?

A estação servia a demanda da Fazenda São João da Via Sacra, da família Queiroz Telles, do Barão de Jundiaí, proprietária de boa parte das terras dessa região. Não existe documentação que aponte o ano exato de sua fundação ou mesmo da construção de sua sede, mas é fato que era uma das mais antigas da região, ainda dos tempos dos coronéis paulistas.

Além de seu assoalho, feito de madeira portuguesa, outra característica marcante de sua construção eram suas paredes com quase 1 metro de espessura, feitas de taipa de pilão, comuns nas construções paulistas de ‘alto nível’ do período colonial.

As décadas foram se passando, a cidade foi se expandindo e o café foi perdendo sua força. E, durante as primeiras décadas do século XX, Itupeva já não era a mesma: o progresso não parava e já apontava para uma outra direção: a industrialização. No ano de 1921, Napoleão de Benedictis, farmacêutico de renome das bandas de cá, com 50 anos de bagagem na profissão, comprou da família Queiroz Telles o pedaço de terra onde ficava o Casarão e viveu durante um boom tempo com sua família ali.

Foto publicada por um dos membros do grupo ‘Memórias de Itupeva‘. (Foto: Marli Barbosa/Reprodução)

Após décadas residindo ali, a família Benedictis se mudou, e o Casarão passou então a sofrer com o abandono. E, infelizmente, nas últimas décadas do século XX, a construção centenária foi demolida para dar lugar, à época, a uma imobiliária e um restaurante. Hoje, a visão que temos da região onde ficava o Casarão, na atual Avenida Itália, é essa:

Casarão da Monte Serrat

Outro exemplo de Casarão com grande importância para nossa cidade é a o da Sede da Fazenda Monte Serrat, a principal fazenda produtora de café de toda região e que também pertencia à família dos Queiroz Telles. Em 1940, parte das terras da fazenda já havia se transformado no bairro de mesmo nome, apontado por historiadores como até mais importante que o próprio bairro de Itupeva à época. ?‍♂️

Carta topográfica da região do Monte Serrat na primeira metade do século XX, com algumas das estruturas da Fazenda ainda preservadas. (Foto: Elis Salles/Reprodução)

A importância e influência dessa fazenda eram notórios. A sede da fazenda seguia um estilo próprio francês: seus jardins, sua arquitetura e até os vidros coloridos de suas janelas tendo sido importados de lá. A casa-grande possuía água encanada, luz, banheiros, com comodidades que segundo o autor José Caleffi, era oferecidas também aos colonos.

Sede da Fazenda Monte Serrat. (Foto: Reprodução)

Apesar de ainda estar de pé, o casarão também foi castigado pelo tempo, e até um incêndio, em 2014, ameaçou sua existência. Tempos depois, seu telhado foi refeito e, firme e forte, ele se mantém até hoje. ?

Nesse vídeo aqui embaixo você confere como era a Fazenda Monte Serrat em 1928, quando os donos já não eram os Queiroz Telles, mas os Tonolli – oitava ‘geração’ de donos da fazenda:


Como é gostoso descobrir um pouco mais sobre o lugar onde vivemos, não é mesmo? Saber as nossas origens, a história de muitos lugares onde hoje frequentamos e que nem imaginamos como e nem o que era no passado, é descobrir, em certa medida, a nossa própria história! E aí, você conhecia tuuudo isso? Sabe de muito mais? ? Poxa, então conta pra gente aqui nos comentários e ajude a preservar nossa história! ?

Fontes: Elis Salles (1 e 2), Grupo ‘Memórias Antigas de Itupeva‘ e Livro ‘Memórias de Itupeva’.


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