O Centro Cultural de Botucatu (CCB) é uma das organizações culturais mais antigas de Botucatu somando 76 anos de atividades. Para tornar o espaço mais confortável e usual voluntários tem trabalhado há seis meses na manutenção e organização do acervo.
A reportagem do Solutudo visitou o CCB e encontrou o grupo empenhado na limpeza. De antemão percebemos que uma grande faxina estava acontecendo.
De máscaras e luvas Florisvaldo Di Credo limpava páginas de livros históricos, cuidadosamente com um pincel. Juntamente com Moacir Bernardo e Joana Tonon que separavam, arquivavam e guardavam peças em diferentes envelopes.
Giovani Fabris e Carla Karolyne limpavam o chão com vassoura e esfregão, enquanto que André Bernardo e Maria Aparecida dos Santos acertavam as estantes para receber os livros já limpos e higienizados.
Bernardo, presidente da entidade, interrompe o trabalho e explica que o momento é de remodelação, e que o processo foi iniciado pela historiadora Maria Joana Tonon. Ela procurou o CCB enquanto fazia uma pesquisa e encontrou um acervo carente de cuidados. “Ela se ofereceu como voluntária dias depois “, explica Bernardo.
Um acervo fundamental para cidade
Segurando um pano de limpeza em uma das mãos e um envelope em outra Joana diz que ficou admirada com o que encontrou no Centro Cultural de Botucatu. De acordo com ela o acervo é de fundamental importância para a história da cidade.
“Temos aqui fichas de todos os imigrantes portugueses que vieram para a região. Arquivos encadernados dos principais jornais que circularam em Botucatu desde o início do século XX, processos judiciais do antigo fórum e livros anteriores à instauração da República, datados a partir de 1820. Definitivamente, um verdadeiro tesouro”, diz.
De acordo com ela é fundamental trocar as estantes que antes eram de madeira pelo metal. “Tínhamos livros se desmanchando e cheios de traças. Enfim, várias estantes estavam tomadas de cupim e tivemos que jogar fora”, ressalta.
Outra importante mudança é a redução estratégica do acervo eliminando o excesso de cópias, porém mantendo uma reserva técnica. “Tínhamos muitas coisas repetidas e em alta quantidade. Alguns exemplares eram às dezenas e isso não é necessário”, comenta.
A remodelação prevê a catalogação de todas as pastas e fichários dos historiadores e memorialistas. Os escritos desses estudiosos da cultura local foram deixados como herança para a entidade.
“Temos muito material que representa a vida toda de pesquisa e trabalho. São pessoas que se dedicavam a cuidar e relatar a história da cidade”, comenta Bernardo. “Isso deve ser devidamente catalogado”.
Organizando o acervo
A gestão anterior foi generosa. Ainda mais por ter deixado recursos na ordem de R$ 20 mil para a atual diretoria. “Fizemos um mezanino para a reserva técnica elogo depois aplicamos em várias necessidades, isso consumiu quase R$ 18 mil. O restante permanece guardado para o futuro, mas é pouco, perto do que ainda precisamos fazer”, diz.
Enfim Bernardo comenta que toda a ajuda é bem-vinda, e que no momento realiza uma campanha, por estantes e armários em metal.
Outro importante trabalho que é desenvolvido pelo CCB é a identificação das fotos dos acervos do extinto jornal Diário da Serra, Gazeta de Botucaut e outros jornais periódicos da cidade.
Apesar da equipe de voluntários o CCB precisa de mais colaboradores. Ficou interessado saiba como ajudar CLICANDO AQUI e se informando