Geralmente, ninguém tem medo de besouros por serem inofensivos. Mas olha que interessante: em 2018 duas pessoas foram picadas pelo besouro-escorpião, única espécie de besouro peçonhento no mundo. Uma delas foi aqui em Botucatu. A espécie já era conhecida, mas existia apenas no Peru.
A Solutudo conversou com o zoólogo Antonio Sforcin Amaral, pesquisador do Departamento de Zoologia do Instituto de Biociências da Unesp de Botucatu que nos tirou algumas dúvidas referente ao inseto.
O veneno do besouro-escorpião mata?
“A picada não é letal, mas causa uma dor bem aguda no local, vermelhidão e coceira. O curioso desse animal é que ele pica pelas antenas, que tem um ferrão na extremidade, parecido com o ferrão dos escorpiões, mas um em cada antena.”

Fotos: Antonio Sforcin Amaral
As pessoas picadas relataram uma dor intensa no momento da picada, mas manifestaram quadros diferentes: o homem teve uma reação alérgica que durou cerca de 1 hora, e na mulher durou 48h a reação mais intensa, persistindo por 1 semana. O que indica que o envenenamento não é grave e não oferece risco de morte.
A pesquisa, que discute a questão médica em relação aos casos, começou em março de 2018 e foi encerrada em novembro do mesmo ano. Ela apontou que a composição da toxina do besouro age de forma diferente em cada pessoa, variando de acordo com a sensibilidade.
A existência de um besouro peçonhento é surpreendente pois não há conhecimento de outro besouro capaz de injetar toxinas. Ficam as questões para entender o desenvolvimento do veneno na ponta das antenas e como essa espécie chegou até Botucatu.
Fotos: Antonio Sforcin Amaral
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