Você ficou sabendo da jaguatirica que foi resgatada em Agudos, né?

Em ação conjunta com o Corpo de Bombeiros, o Zoológico de Bauru buscou o animal no centro de Agudos, transportou para Bauru e iniciou uma série de cuidados.

Mas, como são feitos esses cuidados até que o animal retorne à natureza? Onde? Como funcionam os resgates?

Tiramos todas essas dúvidas com o pessoal do Zoo. Bora saber mais sobre esse trabalho lindo!

Primeiro contato

Quando alguém vê um animal que precisa de ajuda, imediatamente pode pensar: quem eu devo chamar?

Apesar de realizar os cuidados veterinários, a equipe técnica do Zoo nos conta que o órgão a ser acionado é a Polícia Ambiental, cujo telefone é 3103-0150.

“O resgate é realizado pelo Corpo de Bombeiros ou Polícia Ambiental, que transportam o animal ferido ou órfão ao zoológico”, explicam.

Em casos mais complicados, que envolvem espécies com maior potencial de acidentes, como onças pardas, são realizadas operações em conjunto entre essas instituições.

Caso jaguatirica

No caso da jaguatirica, um macho adulto, os bombeiros a resgataram em Agudos quando estava passando por maus bocados, tadinho!

Ao chegar, ela estava bastante magra, pesando 8kg. Não sabemos qual exatamente era sua dieta em natureza, mas alimentam-se, geralmente, de pequenos mamíferos, répteis e aves. Ao final do tratamento, foi liberada pesando 12kg!

Soltura de jaguatirica

No início de agosto o Corpo de Bombeiros resgatou uma jaguatirica ferida no centro da cidade de Agudos, que foi encaminhada para o Zoológico de Bauru e recebeu toda atenção da equipe. Chegou muito debilitada, com perfurações na pele, sarna, verminose e desidratada. Durante o tratamento foram realizados exames de ultrassom em parceira com a Ultravet. Após 5 meses de reabilitação e dada a autorização de soltura pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado, foi reintroduzida em área conservada e protegida.O Zoo Bauru atua diariamente no manejo da fauna para auxiliar a conservação das espécies!Prefeitura de Bauru#Zoobauru#Conservaçãodafauna

Posted by Zoo Bauru on Thursday, January 9, 2020

Infelizmente, a jaguatirica é um animal em ameaça de extinção. A principal ameaça é a destruição de seu habitat natural, por diversos fatores como o desflorestamento, por exemplo. A caça, com o objetivo da venda da pele, é outra ameaça ao animal.

Tratamento

Em 2019, o Zoo recebeu 116 animais dentre atropelados e resgatados, dos quais 27 foram reintroduzidos à natureza e 13 ainda encontram-se em tratamento, alguns deles, com possibilidade de serem devolvidos ao habitat natural, como foi o caso da jaguatirica.

Você pode se perguntar: ué, mas eles não desacostumam com a vida na natureza?

Segundo a equipe do Zoo, o comportamento no habitat natural é em parte instintivo e em parte aprendido com os pais.

“Um filhote órfão entregue no Zoo, por exemplo, dificilmente será solto na natureza, pois não vai aprender uma série de comportamentos que deveriam aprender com os pais. Nós, humanos, nem sempre conseguimos fazer com que eles aprendam”, explicam.

No caso de um animal adulto, com origem na natureza, como a jaguatirica, que foi parar no Zoo por ter se machucado e entrado em área urbana, há um cuidado para que fique o menor tempo possível em cativeiro, recebendo comida e abrigo “fáceis”. Dessa forma, interferem o mínimo possível em seus hábitos.

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A jaguatirica engordou 4kg em seu tratamento no Zoo. Foto: Reprodução/Prefeitura de Bauru

“No caso de animais predadores em reabilitação, tentamos ao máximo oferecer presas inteiras, como ratos ou camundongos criados em biotério, ao invés de apenas pedaços de carne, para que continuem ingerindo pelos, pele, ossos e vísceras, e não percam este hábito”, conta a equipe do Zoo.

De volta à natureza

Para ser solta a jaguatirica foi anestesiada para um exame clínico completo, com resultados apontando plena saúde.

Após o exame, foi colocado numa caixa de transporte, onde foi deixado para retornar calmamente da anestesia, sendo levado ao local de soltura ao final da tarde.

“Ao chegarmos no local, tudo foi preparado: a caixa foi colocada com a saída direcionada para a mata mais fechada e a porta foi aberta. A jaguatirica saiu correndo em direção à vegetação”, relembram.

Mas muito se engana quem pensa que depois de reabilitar os animais, eles simplesmente são soltos.

Após serem tratados, alguns animais recebem colares com transmissores que podem ser monitorados à distância, dependendo do equipamento, por rádio ou satélite; Uau!

“Dependemos de pesquisadores que já fazem estes estudos na área, com espécies específicas em algumas áreas de nossa região”, conta a equipe, que não dispõe diretamente dos colares mencionados.

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Os animais sempre precisam da autorização da Secretaria Estadual do Meio Ambiente ou Polícia Ambiental para serem soltos e isso ocorre em áreas mantidas em sigilo para a segurança do animal diante de pessoas com interesse de caça. Foto: Reprodução/Prefeitura de Bauru

É importante ressaltar que, apesar do trabalho de reabilitação do Zoo ser lindo, a ideia é que ele não precisasse existir.

Os animais que chegam ao Zoo estão lá principalmente por conta de ações humanas irresponsáveis e cruéis.

“Grande maioria dos animais que recebemos de natureza tem lesões causadas direta ou indiretamente pelos seres humanos: atropelamentos, aves que se chocam contra vidraças, ataques por cães, cortes e fraturas causadas por linhas com cerol, tiro com arma de fogo, agressões como pauladas e retiradas de ninhos”, afirma a equipe do Zoo.

Por isso, o pedido dos que cuidam desses animais é: conscientizar-se sobre o meio ambiente e a importância de cuidar bem da nossa fauna.

Bora fazer nossa parte e impedir que outros animais sofram?


Confira essa e outras histórias inspiradoras no site da Solutudo Bauru!

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