Seu Dirreid Kalahani, de 82 anos, esbanja simpatia e sorrisos. Mais conhecido como seu Del, ele é barbeiro há 66 anos em Avaré, deu seus primeiros passos no ofício em 1956 quando ainda morava em Cerqueira César. Após sair da escola e ir trabalhar em um salão de barbearia como engraxate (tinha por volta de 11 anos de idade). Enquanto engraxava os sapatos dos clientes, ele também aproveitava para observar o barbeiro trabalhar, assim nasceu o interesse pela profissão.

Solutudo – Avaré

Adversidades

Seu Del conta que era bem difícil ser barbeiro antigamente, porque era necessário saber amolar tesoura e navalha. Além de fazer o serviço sem machucar a freguesia. Para aprender a fazer a delicada atividade, ele treinava em bexigas. Enchia a bexiga com água, ensaboava e passava a navalha de forma muito sutil para não estourar.

Ele afirma que nunca estourou nenhuma bexiga. Ao passar dos anos, as técnicas mudaram, surgiram tesouras serrilhadas e diversos tipos de lâminas, o que facilitou bastante a vida para os barbeiros. A quantidade de cortes também diminuiu ao longo do tempo, a média no passado era de mais ou menos dez cortes por dia, atualmente o número é menor.

História de barbearia

Antigamente, os barbeiros tinham que ser um pouco psicólogos também, os salões masculinos eram lugares em que os clientes contavam vários “causos” e segredos que ficavam só na barbearia, com total discrição. O seu Del contou um para nós que ele se lembra.

Um freguês uma vez muito nervoso, ficou sabendo que estava sendo traído pela esposa e queria se separar. O seu Del perguntou como ele ficou sabendo da traição e o cliente falou que foi através da sua própria filha. A reação do barbeiro foi de tentar acalmar os ânimos falando: “Crianças fantasiam muito, não dê atenção!”. Passado um tempo, seu Del ficou sabendo que o casal, felizmente, não tinha se separado.

O presente

Atualmente, o seu Del trabalha com o seu Olavo Marques (de 71 anos) em uma barbearia localizada na rua Doutor Félix Fagundes, entre a rua Amazonas na região central de Avaré. Os dois trabalham juntos há mais de 30 anos. Seu Olavo foi um freguês do seu Del, fez curso para barbeiro em São Paulo e foi trabalhar com seu Del. Hoje, os dois continuam atuando juntos e fazem somente cortes tradicionais, já cortaram inúmeros cabelos de muitos avareenses.

“Ele é como se fosse um irmão, a gente envelheceu junto, quando ele veio trabalhar comigo eu não tinha cinquenta anos”, comenta Del.

Outra curiosidade da barbearia é uma relíquia que lá está, uma cadeira muito antiga que seu Del brinca ter a idade de Avaré, por ter muitos anos e não saber a idade exata dela.

Solutudo – Avaré

Fonte – Lewi Moraes


É muito linda a história do seu Del, deixa o coração mais quentinho!

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