Feodor Gurtovenko tinha dez anos quando a sua família e seu tio, Pável Nadolenko, decidiram partir para outras terras. Eram comerciantes e agricultores da região da Bessarábia, em Romênia, e foram convencidos que o melhor para a imigração seria o interior do Brasil. Os persuasores eram corretores especialistas em captar mão-de-obra para lavoura de café em nosso país.
A família chegou em Chavantes-SP no dia 17 de fevereiro de 1930. Feodor relembra a cena com clareza: “ficamos horrorizados com as condições de vida. Ninguém queria descer do caminhão”, mas não tinham outra solução. O contrato de trabalho era para dois anos e, por alguma confusão, foram para a Fazenda Santana, em Ribeirão Claro-PR. A família era composta pela avó, seus pais, seus irmãos e o tio.
Depois de dois anos, eles tinham uma economia financeira adequada para comprar uma chácara, pois resolveram guardar alguns valores, local que residiram por dez anos. Os filhos vendiam banana e leite de porta em porta e conseguiram adquirir uma segunda chácara. Pável, o tio, era quem mais viajava para tentar encontrar oportunidades para todos.
Certo dia, Gurtovenko, pai de Feodor, levou sua mãe para uma visita ao médico em Ourinhos. Foi amor à primeira vista com a cidade! Amaram o município e decidiram que iriam mudar de localidade. Para isso, venderam suas terras e chegaram na cidade com uma carroça e uma vaca. Pável descobriu que tinha vocação para alfaiataria e comprou um espaço na Rua Paraná. Sua fama foi com o nome de Paulo Nadolenko e viveu até 1987.
Feodor tornou-se contador ao lado de suas irmãs, Emília e Maria, e mudou o nome para Alfredo. Durante muito anos, foi proprietário do Escritório Alfredo de Contabilidade. O cidadão já é falecido e recebeu a homenagem em ter o seu nome de uma rua, foi feita somente uma troca de K por C: Feodor Gurtovenco.
Por fim, a família veio por acaso para Ourinhos e foi a cidade que proporcionou oportunidades de crescimento profissional para alguns. E ninguém voltou para o país natal, mantiveram suas raízes no Brasil e, principalmente, na terra do povo de coração de ouro.
Fonte: “Ourinhos-Memórias de uma Cidade Paulista” – Jefferson Del Rios (livro)
Curioso, não é mesmo?
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