Nosso estado é recheado de brilhantes artistas que são nomes renomados na literatura do nosso país. A poesia sergipana é inspirada claramente na cultura sertaneja formada por cantos alternados em forma de improviso poético, utilizando diversas técnicas de métricas, muito comum entre repentistas que compõem versos heptassílabos e decassílabos.

Seja no cordel, no repente ou na poesia escrita, a nossa literatura possui raízes fortes e singulares que representam a história de um povo sofrido e que não desiste.

Em especial ao Dia da Poesia, falaremos um pouco de alguns poetas de nossa terra e citaremos algumas de suas obras mais marcantes.

1 – Fausto Cardoso

(Foto:Antonio Miranda/Reprodução)

Fausto de Aguiar Cardoso foi um dos poetas mais importantes da nossa literatura sergipana. Nascido em Divina pastora em 22 de dezembro de 1864, Fausto era jornalista e integrava o Movimento da Renovação do Pensamento Nacional. Foi eleito deputado federal em duas legislaturas e fundou o Partido Progressista.

Foi assassinato em sua atividade de deputado no Palácio do Governo de Aracaju, durante o movimento de 1906.A Praça Fausto Cardoso foi fundada no centro de Aracaju com um monumento em homenagem ao poeta, político e jornalista.

O POETA
Fausto Cardoso

Quando surges sonhando e tua lira canta,
Inveja abrindo vai, como esfaimado corvo,
As asas negras pelo abobadado e torvo
Horizonte, em que o Deus da rima se levanta!…

Reatas a obra a imortal da caravana santa
Dos teus mortos irmãos, vencendo o mesmo estorvo,
Tragando o mesmo fel, haurindo o mesmo sorvo
Do veneno letal, que aos cobardes quebranta!

Ornas a Terra e a Terra, ingrata, te apedreja,
Porque o Infinito tens na mente e os pões no verso,
A sustentar, cantando, intérmina peleja.

É um louco! — brada o mundo em tua luz imerso,
Mas segue o raio astral, que pelo Azul dardeja
Doirando as almas como o sol doira o Universo!


Fonte: Wikipedia

2 – Mário Jorge

(Foto:Literatura Sergipana/Reprodução)

Nascido em 23 de novembro de 1946, Mário Jorge era escritor e militante do movimento estudantil na década de 60. Publicou seu livro “Revolição” em 1968 em um formato de envelope. Teve participação ativa com seus poemas e artigos em jornais e revistas de Sergipe na época, onde foi editor do jornal “Toke”.

Sua poesia de vanguarda retrata temas relacionados ao futurismo, com tons líricos, versos agressivos e radicais. Sua poesia era um grito de revolta em uma época turbulenta da ditadura militar. A avenida Mario Jorge, localizada na Coroa do meio em Aracaju, faz homenagem ao poeta que inspira até hoje, artistas locais.

CÂNTICO FRUSTRADO
Mario Jorge

Viver
para que?
Se os desonestos têm a vitória.
Enquanto os sérios, só as vezes
Vem de longe, um pouco de glória.

Viver
como?
O mau sempre pisando
Sem dó, o bom, o são.
Felizes as plantas, que vivem vegetando
Felizes elas que não tem coração. Viver?
Aonde?
Se em todo lugar nesta terra
Tudo fede, é podridão,
nos cerca a maldade, a merda
Se todos são servos da ambição.

3 – João Sapateiro

(Foto:Histórias e cenários nordestinos/Reprodução)

Nascido na cidade de Riachuelo, interior de Sergipe em 20 de junho de 1918, João Silva Franco tinha a profissão de sapateiro, por onde exerceu por mais de 70 anos. Tinha o hábito de escrever seus poemas em cartolinas e espalhar pela sua tenda. Mudou-se para a cidade de Laranjeiras onde viveu por longos anos expondo suas poesias e trabalhando como sapateiro.

João Sapateiro faleceu no dia 09 de outubro de 2008, deixando sua obra e seu legado marcado na história da literatura sergipana.


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