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A lendária fábrica de relógios paulistana Michelini, que funcionou de 1908 a 1969, deixou uma complexa engrenagem na cidade de Marília. O relógio da torre da basílica de São Bento, uma das mais belas igrejas do Interior de São Paulo, é um dos 1.200 modelos produzidos pela Michelini.
Segundo avaliação técnica do restaurador Jaime Prado, de Bauru, e que em 2013 realizou a manutenção do equipamento, o modelo da São Bento está entre os mais conservados. “A máquina deste relógio é uma das mais bem conservadas que eu já vi. Os relógios Michelini foram fabricados apenas 1.200 de 1909 a 1969, muitos deles chegaram a vários Estados do Brasil e até para outros países, principalmente da América Latina”, comentou.
A restauração do relógio feita com o auxílio de Jaime Prado ocorreu em 2013. Prado aprendeu este ofício de restaurador de relógio de torre de igreja com Renato Papassoni, a quem ele se refere como mestre. Recentemente, Papassoni faleceu. “Mas deixou conosco o seu conhecimento”, observou.
Atualmente, Prado é um dos poucos restauradores especializados em relógio de torre desta região do Estado. Recentemente, esteve à frente de restaurações em Blumenau (Santa Catarina) e na cidade paulista de Serra Negra. Entre os trabalhos mais difíceis elaborados por Prado está um relógio com mais de 200 anos.
Outros ‘anciões’ já passaram pelas mãos do restaurador, alguns com 139 anos, outros com 123 anos e 116 anos. “São relógios que vem passando de geração por geração”, disse.
O equipamento da torre da basílica em Marília fica em um compartimento próximo ao sino, justamente para que o badalo possa ser acionado para o bater das horas. O Michelini da São Bento, instalado na década de 1940, não foi o único restaurado por Prado, que já restaurou um Michelini em Bauru. Os relógios Michelini nasceram a partir do trabalho e técnica da família de José Vitaliano Michelini, imigrante italiano que se estabeleceu em São Bento no início do Século passado.
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