A atividade física faz bem para o corpo, mas também reduz o estresse e melhora a saúde mental. Com a suspensão das aulas, as crianças fizeram por dois anos os exercícios adaptados em casa. Octávio Valbueno é professor de Educação Física de uma escola particular em Jaú e sabe que ao praticar atividades físicas os alunos têm a vantagem de melhorar a saúde e diminuir riscos de doenças, como a obesidade, hipertensão arterial, colesterol alto e as respiratórias.

Em tempos de quarentena, novos materiais deram lugar aos antigos: as bolinhas de tênis de mesa foram substituídas por bolinhas de papel amassadas, os bancos suecos pelo próprio sofá, copos se transformam em traves de gol e potes em cestas de basquete.

“Atuo há 11 anos na área escolar e há seis anos como professor. É notável, e, até mesmo previsível, as mudanças a serem evidenciadas no ambiente escolar, ocorrendo tanto na sua forma prática quanto nas formas sociais e metodológicas de ensino e aprendizagem. Quando se trata de crianças do Ensino Infantil (famosos “jardins” I e II), estas mudanças podem se revelar ou até mesmo intensificar ainda mais uma potencial de dificuldade, fazendo com que nós, professores, tenhamos que criar estratégias para cativá-las, motivando-as a não simplesmente fazer as aulas, mas também compreendê-las“, explica o professor.

Criança brincando com a bola no retorno as aulas presenciais

Em março de 2020, vivenciamos um grande desafio nunca antes imaginado: a pandemia da COVID-19. Com isso, surgiram diversos desafios para as escolas e alguns questionamentos: Como agir de forma correta? O que vai acontecer? Qual será o futuro? Como fica a Educação Física Escolar por se tratar de uma disciplina diferente de todas as demais por conta de suas práticas e particularidades próprias?. Situação que obrigou trazer a inovação para todos os aspectos de uma aula de educação física. No começo, a estratégia adotada pelo colégio, que Octávio leciona, foram as aulas gravadas e o resultado foi um sucesso.

“Com tudo mudando inesperadamente e rapidamente, era necessário que os alunos mantivessem a qualidade de estudos juntamente com a preocupação do combate ao aborrecimento de ficarem sentados diante de uma tela por horas e horas, sem a sociabilidade corriqueira de uma escola. Por esse motivo, posso elencar o desafio tecnológico como um dos maiores para mim e para a maioria dos professores do meu e dos demais colégios do mundo todo. Tivemos que estudar noções de mídia, filmagem, áudio, suas propriedades e seus funcionamentos. E, diante de tudo isso, criar metodologias para que os alunos permanecessem atentos às aulas, motivados, gostando e, principalmente, entendendo.” – pontua Octávio.

Professor se adaptou a tendência do novo contexto escolar

PANDEMIA X ATIVIDADE ESCOLAR

De acordo com Octávio, com as aulas gravadas houve mais preocupações em relação ao benefício e entendimento dos alunos. Foram oferecidos e sugeridos diversos jogos, brincadeiras e atividades que remetessem aos esportes e às competências motoras mais diversas, com auxílio de materiais que eles mesmos tinham em casa.

Além das aulas em que eram ensinados a confeccionar os instrumentos necessários para a realização das atividades com seus próprios materiais caseiros, para que a turma pudesse, junto a seus pais, se divertir, aprender e executar a disciplina Educação Física dentro de suas próprias residências: “em tempos de pandemia, a diversão se fez presente. Havia motivação para as aulas e não somente servindo de aliada contra todos os problemas físicos e psicológicos que os alunos poderiam ter durante este difícil período” – ressalta.

Criança se divertindo durante as aulas.

NOVO ANO, NOVAS EXPECTAVAS


No início do ano letivo de 2021, a estratégia tomada pelo colégio, com uma maior rotina e familiarização tanto dos alunos quanto dos pais e professores com este novo mundo e forma de ensino, foram as aulas ao vivo. Desta vez, a Educação Física teve de ser modificada novamente por suas particularidades. De modo geral, as propostas envolviam muito diálogo com história e a maior ludicidade possível para que houvesse entretenimento entre o professor e os alunos. Tudo isso aliado aos objetivos da disciplina. O resultado foi de total satisfação tanto por parte dos pequenos quanto dos pais, que aprovaram este método leve e eficaz.

Em 2022, com a volta às aulas, a Educação Física Escolar se assemelha muito ao que era nos anos anteriores pré-pandemia. Porém, alguns ensinamentos e metodologias tiveram de ser adaptadas a esta nova etapa de vida. O uso de máscaras e o distanciamento social são os principais fatores atenuantes em questão. “Noto, hoje em dia, a necessidade da socialização entre os alunos, e, diante disso, procuro nas minhas aulas sempre proporcioná-la para suprir a falta que os colegas de classe fizeram em todo este tempo de modo pessoal”- diz o professor.

Octávio Valbueno em uma das especializações antes da pandemia

Com relação a parte físico-motora, é nítida a carência de movimentos que a pandemia provocou. “Busco trabalhar de formas diversas a maior reprodução de movimentos, coordenação motora, equilíbrio e lateralidade aliados a todos os aspectos psicológicos para proporcionar benefícios futuros, suprir suas necessidades, aprimorar o que já sabem e fazê-los aprender. Mas não somente aprender por aprender e, sim, aprender e compreender e aprender a aprender” – conclui.

Afinal, a Educação Física não trata apenas do corpo, mas busca o equilíbrio e conhecimento da relação corpo-mente para melhorar os movimentos corporais, coordenação motora, qualidade de vida e também da diversão (principalmente no Ensino Infantil).

“O futuro é incerto, porém esperançoso”- finaliza.


     

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