A experiência da maternidade representa uma dicotomia: o amor incondicional e também os desafios que seguem por uma vida inteira. Não só trocar fraldas e torcer para o leite vir, como também pegar as limitações dos filhos e carregá-las consigo. No caso da professora Anne Festucci, a limitação é, na literatura médica, paralisia cerebral.

O termo “com deficiência” até parece um pouco áspero, mas foi convencionado que a pessoa vem antes da deficiência. Antes, era “portador de deficiência”, mas isso não é algo que você pode deixar de portar, tanto que Anne garante:

Muitas vezes, a pessoa tem receio de falar, até porque é uma palavra grande e um pouco pesada. Mas para mim e para o meu marido, não tem problema. Porque é verdade, ele tem uma deficiência e eu prefiro usar “criança com deficiência” do que “criança com paralisia cerebral”. Não gosto desse termo porque, por mais que tenha uma lesão, não o impede de criar outras conexões e que tenha uma vida igual a minha.

Para driblar qualquer empecilho, ela e o marido provém todo o equipamento necessário. É uma constante adaptação que começou desde o nascimento: eles compraram cadeira de rodas, de banho e até a casa onde moram teve o filho como fator determinante, pois a necessidade era um espaço amplo e confortável.

Foto por Camila Pauleski

Anne e o marido, Tiago, são professores, e a criação do filho é empoderadora: eles incentivam as potencialidades. Esse outro olhar é o que eles tentam ensinar ao Pedro e também a outras pessoas. É um poderoso exercício de empatia que todos acabam exercendo mesmo sem querer.

Tem um livro chamado Livro da Gratidão com uma parte assim “sou grato pelos meus pés porque eles me fazem andar” e eu adapto para “sou grato aos meus pés porque posso usar o Parapodium”

Ela mesma admite que ter um filho com deficiência é difícil, mas que aprende muito com isso. Ninguém sabe como ser mãe até se tornar uma, mas é uma experiência prazerosa. Uma eterna metamorfose ambulante com altos e baixos.


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