Depois de homenagear grandes ídolos da Música Popular Brasileira (MPB), como Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Toquinho, Elis Regina, Roberto Carlos, Legião Urbana, Cartola, Roupa Nova, Cazuza e Raul Seixas, a edição de 2019 do projeto Bossa Convida fará tributo ao maior nome da Soul Music no Brasil: Tim Maia.
O “Síndico”, eternizado por Jorge Ben Jor, terá seus grandes sucessos lembrados no show que acontecerá no dia 17 de agosto, às 20h30, no Teatro Municipal de Botucatu. Os ingressos estão sendo vendidos a R$ 20,00. Quem levar uma caixa de leite pagará R$ 10,00. O material arrecadado será doado à Creche Anglicana de Botucatu.
O músico Doug Monteiro, organizador do evento, confirma que assim como em anos anteriores, o público terá a oportunidade de acompanhar uma produção caprichada para apresentação de 18 dos maiores sucessos de Tim Maia. “Estamos preparando tudo com muito carinho para repetir o sucesso das edições anteriores do Bossa”, afirmou.
Segundo ele, o grande diferencial do projeto, iniciado em 2007, é permitir que pessoas comuns, nem sempre ligadas à música, possam interpretar sucessos de seus grandes ídolos. A retirada dos ingressos deve ser feita no dia do evento, a partir das 16 horas, na bilheteria do Teatro Municipal.
E no dia 06 de outubro, às 16 horas, também no Teatro Municipal, abrindo a Semana da Criança, acontece mais uma edição do Bossa Kids.
O genial e genioso Tim Maia
Tim Maia (Sebastião Rodrigues Maia) ficou famoso não apenas pela bela e potente voz, mas também por seu comportamento irreverente e polêmico. Tinha frequentes brigas com gravadoras e produtores, geralmente porque faltava ou chegava com grande atraso aos shows e às sessões de gravação de seus discos. Teve problemas com alcoolismo e com drogas, mas exerceu influência sobre a música brasileira como poucos outros músicos.
Aos 15 anos, decidiu formar sua própria banda, os Sputniks, que tinha entre seus integrantes o ainda desconhecido cantor Roberto Carlos. Dois anos depois, embarcou para os Estados Unidos, onde conheceu um estilo de música que combinava muito com a sua voz grave e aveludada: a soul music.
Ao voltar para o Brasil gravou seu primeiro disco, um compacto simples com duas faixas de sua autoria. Sua voz conquistou admiradores. Quando ele lançou seu primeiro LP o sucesso foi imediato. Com as músicas “Azul da cor do mar”, “Primavera” e “Eu amo você”, Tim permaneceu 24 semanas nas paradas de sucessos.
Foto: Divulgação
Durante os anos 1970, Tim Maia passou a fazer parte de uma seita religiosa (Universo em Desencanto) e começou a gravar músicas que falavam dela e de seus princípios. Em 1975, ele lançou, por sua própria gravadora, os discos Tim Maia Racional, volumes 1 e 2, com canções inspiradas no que tinha assimilado da seita, com forte influência da soul music e do funk daquela época. Não levou muito tempo, porém, para que o polêmico e inesperado Tim Maia se desligasse da seita e renegasse as músicas que tinha gravado.
Nas décadas de 1980 e 1990, o cantor colecionou sucessos. Canções como “Só quero dinheiro”, “Descobridor dos sete mares” e “Do Leme ao Pontal” tocavam praticamente em todas as rádios. Foi nesse tempo que o compositor e cantor Jorge Ben (hoje Jorge Ben Jor) lhe fez uma homenagem na música “W/Brasil”, chamando-o de “síndico”: Tim ficava sempre reclamando e cobrando providências da equipe técnica durante suas gravações e apresentações.
Com a saúde debilitada por causa dos excessos, entre eles o de peso, Tim Maia acabou se sentindo mal durante um espetáculo especial de reinauguração do Teatro Municipal de Niterói, realizado no dia 8 de março de 1998. Levado ao hospital, morreu uma semana depois, de infecção generalizada. Deixou dois filhos.
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