Os profissionais da saúde sempre foram dignos de muita admiração e respeito, uma vez que são eles os responsáveis por amparar e garantir o bem-estar de toda uma população, mesmo que isso coloque em risco a vida deles próprios.

Diante da pandemia que estamos enfrentando atualmente, mais uma vez se faz notável a dedicação e mérito desta classe, que todos os dias se coloca à disposição para atender aqueles que precisam de auxílio.

“Heróis reais”. GIF: Reprodução/Site Giphy

Hoje, 12 de maio, é comemorado o Dia Mundial do Enfermeiro, e nós conversamos com um enfermeiro que atua em Araçatuba, o Ricardo Burato Dias, de 42 anos, para que ele pudesse explicar um pouco mais sobre a profissão e falar de como está sendo o trabalho dele na linha de frente do combate ao COVID-19.

O despertar do interesse

Quando criança, Ricardo nos contou que havia um interesse pela área das ciências exatas, mas foi no Ensino Médio que pode notar um crescente interesse pela área da saúde.

Talvez o despertar do interesse pela área da saúde fosse naquele momento por ter na família uma irmã e duas tias que eram técnicas de enfermagem e neste mesmo período eu residia no sítio onde tinha um avô (idoso) paterno que era acamado e meu pai que auxiliava o mesmo nos cuidados diários em relação a higiene e curativos, pois era diabético

Contudo, após o Ensino Médio, o enfermeiro escolheu se graduar na área de exatas, cursando Análise de Sistemas na FATEB (Faculdade de Ciências e Tecnologia de Birigui), onde, posteriormente, lecionou por dois anos as disciplinas de Cálculo, Estatística e Matemática Financeira.

Neste período, Ricardo estava trabalhando na Santa Casa de Birigui, no setor de Farmácia Hospitalar, e foi esta oportunidade que permitiu que ele optasse, enfim, por dar continuidade à sua vida profissional na área da saúde. Além do contato com a rotina dos profissionais da área, o enfermeiro conta que o convívio com a gerente de enfermagem do hospital, a Enfª Neuza Alves Bonifácio “Neusinha”, foi fundamental para que sua escolha fosse definitiva:

Esta enfermeira que sem dúvida me fez enxergar o verdadeiro valor da profissão de enfermagem, que é o respeito à vida, a dignidade e os direitos humanos, em todas as suas dimensões, com amor e competência para a promoção do ser humano em sua integralidade, dentro dos princípios da ética e da bioética, buscando sempre a promover, manter e restabelecer a saúde das pessoas e em conjunto com outros profissionais da área da saúde

A partir daquele momento, Ricardo fez o curso de Auxiliar de Enfermagem, que lhe permitiu atuar como auxiliar de enfermagem no Hospital Unimed de Araçatuba e, em seguida, deu início à faculdade de Enfermagem na UNIP (Universidade Paulista), concluída em 2006. Em 2007, Ricardo já atuava como enfermeiro no Hospital Unimed de Birigui.

O dia a dia na profissão

Se você tem interesse em cursar Enfermagem, deve saber que a profissão tem diversas formas de atuação, mas o objetivo principal é o mesmo: cuidar das pessoas.

Ricardo nos conta que “a atuação do enfermeiro pode ocorrer em diversos setores, instituições e áreas relacionadas à saúde: Postos de Saúde (UBS), Hospitais, Clínicas, Pronto Socorro, UPA, Secretaria de Saúde, Vigilância Epidemiológica, Assistência Domiciliar (Home Care) entre outros”, além de poder atuar diretamente com o paciente ou em áreas administrativas.

No serviço de Urgência e Emergência (Pronto Socorro), por exemplo, terá que estar atento à tomada de decisões rápidas, pois ali estará prestando assistência à paciente que necessita de cuidado urgente/emergente. Já o enfermeiro que atua na área Hospitalar poderá realizar além da aplicação de uma injeção, curativo ou outro procedimento que seja privativo do enfermeiro de acordo com a lei que regulamenta o exercício da enfermagem

Diante de todas as opções, Ricardo realizou, após a faculdade, especializações nas áreas Controle de Infecção Hospitalar, Gestão e Educação em Saúde. Ele também diz que, no decorrer dos anos, desenvolveu atribuições não apenas na área assistencial, mas também “técnico-administrativas, voltadas ao controle de infecção, educação em saúde, planejamento, controle, qualidade e segurança assistencial”.

Entretanto, quando perguntando sobre o que mais gosta de fazer, sua resposta é:

Sem dúvida é estar próximo ao paciente e SOU IMENSAMENTE GRATO, pois tenho esta oportunidade por trabalhar no Pronto Socorro Municipal de Araçatuba, que apesar de ser um local voltado ao atendimento das urgências e emergências, podemos sempre dedicar além das ações de cuidados técnicos um pouco de amor ao próximo, buscando entender suas necessidades e aflições

A linha de frente do combate ao COVID-19

Ricardo diz que trabalhando na linha de frente – o Pronto Socorro, no caso dele – os profissionais tem consciência dos riscos que correm, portanto os cuidados, que já são tomados, devem ser redobrados, principalmente a questão de higienização das mãos e medidas de precaução respiratória, além das demais medidas já realizadas.

Importante ressaltar que a Enfermagem é um dos pilares das equipes de saúde, onde os profissionais de enfermagem, aí incluídos enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, representam metade da força de trabalho em saúde no Brasil

Dentre as principais mudanças ocasionadas pela pandemia em seu cenário usual de trabalho, o enfermeiro cita os fluxos de atendimento (circulação de pessoas) e o reforço das medidas para a prevenção de riscos, uma vez que cada um desses profissionais tem uma família, e o risco de contaminar eles mesmo ou aqueles que são importantes para eles é muito alto.

Reforçamos as orientações aos colegas de trabalho e também aos pacientes e seus familiares quando procuram por atendimento em nosso serviço

Como ajudar no cenário atual da pandemia?

Como profissional da saúde, Ricardo reforça a importância de seguir orientações para a contingência do vírus, tais como:

  • Evitar aglomerações e reuniões desnecessárias
  • Considerar a importância do isolamento social
  • Utilizar a “etiqueta da tosse” (cobrir o nariz e a boca com um lenço de papel quando espirrar ou tossir e jogá-lo no lixo)
  • Usar máscara ao sair de casa (pode ser de duplo tecido)
  • Evitar contato das mãos com olhos, nariz e boca sem que as mãos estejam limpas
  • Lavar bem as mãos (dedos, unhas, punho, palma e dorso) com água e sabão, e, de preferência, utilizar toalhas de papel para secá-las
  • Higienizar as mãos com álcool gel, que também serve para limpar objetos como telefones, teclados, cadeiras, maçanetas, etc.

O enfermeiro chama a atenção para mais uma orientação importante:

Se você tiver sintomas menores, como tosse leve ou febre leve, geralmente não há necessidade de procurar atendimento médico. Ficar em casa, realizar autoisolamento e monitorar os sintomas. Em situações que haja necessidade de procurar o serviço de saúde, usar sempre máscara facial, importante manter distância de pelo menos 1,5m de distância de outras pessoas para se comunicar e não tocar em superfícies com as mãos são algumas das principais orientações para a população neste momento crítico que estamos vivendo

Foto: Arquivo Pessoal

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