Não é todo dia que estudos e pesquisas brasileiras são reconhecidas pela criatividade ou inovação. Ainda mais quando a ideia surge a partir de uma realidade tão comum, muitas vezes invisível aos olhos alheios.

Um exemplo de reconhecimento foi o caso da ideia proposta da Anna Beserra, de 21 anos, biotecnóloga formada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Anna Luísa se formou em Biotecnologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) em 2018 e é a Diretora Executiva (CEO) da startup Safe Drinking Water For All, a SDW (Créditos: Divulgação)

A estudante, junto de uma equipe de outros três alunos, criou um novo mecanismo de filtragem que potabiliza água de cisterna através da luz solar. A “Aqualuz”, como foi batizada o sistema, apresenta uma alternativa sustentável para filtrar água em comunidades carente e distantes, de maneira barata e simples.

A tecnologia brasileira foi premiada na competição HackBrazil, evento brasileiro de tecnologia de Boston (EUA) que reúne startups de tecnologias, no último dia 05, no Brazil Conference. O grupo levou o segundo lugar da competição e faturou R$ 25 mil, na disputa que reuniu 400 empresas competidoras.

O estudo do grupo de Anna foi baseado na realidade vivida por cerca de 35 milhões de brasileiros e brasileiras que lidam com condições precárias de saneamento e falta de água potável. Majoritariamente populações de baixa ou nenhuma renda que vivem em regiões de seca

A ideia brilhante

A tecnologia apresentada pela Aqualuz utiliza da radiação solar para reduzir a quantidade de bactérias em 99,9% e fornecer água filtrada e apropriada para consumo.

Como apresentou a estudante na final da competição, o sistema utiliza da desinfecção solar da água e é a “única tecnologia do mundo voltada de cisternas que funciona em 3 simples passos”:

Exemplo do dispositivo Aqualuz aplicado em terreno (Créditos: Divulgação SDW)
  1. A água é bombeada e passa pelo filtro que retira partículas sólidas;
  2. Vai para o reservatório e fica exposta diretamente à radiação solar, sem o uso de compostos químicos, onde o sensor muda de cor e avisa o usuário que a água está pronta e livre de microorganismos;
  3. O usuário tira a água e a consome. E o dispositivo impacta a vida das pessoas que vivem sob essa necessidade e realidade.

“A gente teve uma preocupação de desenvolver um sistema que fosse simples e eficiente para as pessoas, com uma excelente durabilidade”, contou Anna em entrevista ao portal G1.

Aplicação

A Aqualuz é um dispositivo criado pela Safe Drinking Water For All, a SDW, startup de impacto socioambiental que desenvolve tecnologias hídricas para tratamento, monitoramento, avaliação ou distribuição da água.

Após os testes iniciais, a idealizadora do projeto afirmou que 35 unidades do sistema já foram implantadas em cidades de quatros estados no Nordeste: Alagoas, Bahia, Ceará e Pernambuco.

O equipamento, que filtra 28 litros de água por dia através de um ciclo de 4 horas, tem duração de 15 anos e valor de custo de R$ 500/ unid.

Viu só como algumas ideias brilhantes que nos servem de exemplos, estão bem abaixo dos nossos olhos! 😉

Fontes: G1, HackBrazil, SNB

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