Não é todo dia que estudos e pesquisas brasileiras são reconhecidas pela criatividade ou inovação. Ainda mais quando a ideia surge a partir de uma realidade tão comum, muitas vezes invisível aos olhos alheios.
Um exemplo de reconhecimento foi o caso da ideia proposta da Anna Beserra, de 21 anos, biotecnóloga formada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).
A estudante, junto de uma equipe de outros três alunos, criou um novo mecanismo de filtragem que potabiliza água de cisterna através da luz solar. A “Aqualuz”, como foi batizada o sistema, apresenta uma alternativa sustentável para filtrar água em comunidades carente e distantes, de maneira barata e simples.
A tecnologia brasileira foi premiada na competição HackBrazil, evento brasileiro de tecnologia de Boston (EUA) que reúne startups de tecnologias, no último dia 05, no Brazil Conference. O grupo levou o segundo lugar da competição e faturou R$ 25 mil, na disputa que reuniu 400 empresas competidoras.
O estudo do grupo de Anna foi baseado na realidade vivida por cerca de 35 milhões de brasileiros e brasileiras que lidam com condições precárias de saneamento e falta de água potável. Majoritariamente populações de baixa ou nenhuma renda que vivem em regiões de seca
A ideia brilhante
A tecnologia apresentada pela Aqualuz utiliza da radiação solar para reduzir a quantidade de bactérias em 99,9% e fornecer água filtrada e apropriada para consumo.
Como apresentou a estudante na final da competição, o sistema utiliza da desinfecção solar da água e é a “única tecnologia do mundo voltada de cisternas que funciona em 3 simples passos”:
- A água é bombeada e passa pelo filtro que retira partículas sólidas;
- Vai para o reservatório e fica exposta diretamente à radiação solar, sem o uso de compostos químicos, onde o sensor muda de cor e avisa o usuário que a água está pronta e livre de microorganismos;
- O usuário tira a água e a consome. E o dispositivo impacta a vida das pessoas que vivem sob essa necessidade e realidade.
“A gente teve uma preocupação de desenvolver um sistema que fosse simples e eficiente para as pessoas, com uma excelente durabilidade”, contou Anna em entrevista ao portal G1.
Aplicação
A Aqualuz é um dispositivo criado pela Safe Drinking Water For All, a SDW, startup de impacto socioambiental que desenvolve tecnologias hídricas para tratamento, monitoramento, avaliação ou distribuição da água.
Após os testes iniciais, a idealizadora do projeto afirmou que 35 unidades do sistema já foram implantadas em cidades de quatros estados no Nordeste: Alagoas, Bahia, Ceará e Pernambuco.
O equipamento, que filtra 28 litros de água por dia através de um ciclo de 4 horas, tem duração de 15 anos e valor de custo de R$ 500/ unid.
Viu só como algumas ideias brilhantes que nos servem de exemplos, estão bem abaixo dos nossos olhos! 😉
Fontes: G1, HackBrazil, SNB