Uma realidade que infelizmente não existe previsão para ser extinta é a de pessoas em situação de rua. Com a piora da crise econômica e o aumento do desemprego, esse número acaba acompanhando as estatísticas e mais pessoas ficam sem casa. 

Para minimizar esse triste cenário, várias ações sociais são feitas por organizações e instituições, além das ideias criadas por conta própria por pessoas comuns. É aí que se encaixa a história de Lídia Borges

A professora se inspirou na história de uma voluntária de São Paulo para começar a produzir sacos de dormir para moradores de rua. Confeccionados com remendos de guarda-chuvas e forrados com cobertores, a ideia começou a ser colocada em prática do começo do ano. 

Enquanto enfrentava um câncer de mama e passava diariamente pela radioterapia quando estava internada em uma Santa Casa, Lídia se deparou com a situação chocante. 

“Eu fazia radioterapia no Santa Rita (do complexo hospitalar) todas as noites. E notei que vários irmãos dormiam no chão “puro”. Tiramos força do bem. Porque se todo mundo fizer um pouquinho de bem, o mal perde. O mal só tem força quando o bem fica inerte, parado. E não custa. Uma hora e meia da vida, tomando chimarrão, conversando, a gente faz os sacos”, comenta.

Os remendos de guarda-chuvas servem para a parte externa do saco de dormir. (Foto: Ronaldo Bernardi/Agencia RBS)

Fazer o bem sem olhar a quem 

A professora de 40 anos é chamada carinhosamente de Professora Pafúncia pelos quase 500 alunos das escolas em que trabalha, em Porto Alegre (RS). E não é sozinha que ela sustenta essa boa ação. Com o apoio da família, eles criaram uma linha de produção. Enquanto o marido Wagner recorta as cobertas e desmonta os guarda-chuvas, Lídia costura e a sogra faz o acabamento.

Além da generosidade, a professora pensa também na sustentabilidade. O objetivo é justamente utilizar objetos velhos, que iriam para o lixo, para confeccionar os sacos.  “Quero produzir menos lixo, tirar o lixo da rua. Como professora, tenho a função de deixar um mundo melhor”, declara. 

O marido de Lídia, Wagner, ajuda nos cortes e desmonte dos materiais. (Foto: Ronaldo Bernardi/Agencia RBS)

São produzidos de três a quatro sacos de dormir por semana, não por falta de tempo, mas por falta de material. Além dos guarda-chuvas, são necessárias também doações de cobertores para o forro. Algumas entidades como a escola Matias de Albuquerque e o projeto “Quem Tem Fome Tem Pressa”, fizeram campanhas para recolher os materiais. 

Altruísta, a professora afirma: “ao entregar as capas, ganho sorrisos. Esse é o meu pagamento. Tudo que o dinheiro compra estraga. Uma pessoa dormir aquecida não tem preço.”

Fontes: Razões para Acreditar; GauchaZH


Gostou desse conteúdo? Deixe seu comentário no campo abaixo! E se você conhece alguma história bacana da sua cidade e quer que ela seja contada aqui, entre em contato pelo e-mail: [email protected]

Avalie este conteúdo

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, deixe o seu comentário
Por favor insira o seu nome aqui