O mês de setembro leva duas das três cores da bandeira brasileira: o amarelo e o azul. O amarelo remete à prevenção do suicídio. Já o azul, diz sobre a luta, comemorações e reivindicações da comunidade surda.

Setembro não foi escolhido à toa. O mês carrega muitas datas significativas, como o Dia Nacional dos Surdos (26) e o Dia Internacional das Línguas de Sinais (29). A cor azul foi escolhida por ter marcado um período difícil e de muita luta.

Durante a II Guerra Mundial, os nazistas identificavam as pessoas portadoras de deficiência com uma fita azul amarrada no braço. Com o fim da guerra e o passar dos anos, a cor passou a ser vista como um marco na luta contra a opressão enfrentada pelos surdos e também uma forma de celebrar o orgulho da identidade.

A professora tradutora e intérprete de Libras, Celia Pavarini, diz que também faz parte da comemoração “lembrar da cultura deles e celebrar as vitórias já conquistadas. Isso é muito importante.”

Priscila Pereira, interlocutora de Libras na Escola Estadual Dr. Waldemar Moniz da Rocha Barros, explica que além de relembrar as conquistas passadas, também é um momento necessário para perceber o ser surdo como um indivíduo que tem capacidade e é participante da sociedade assim como qualquer outro cidadão.

Melhoras na sociedade

Ambas concordam que a sociedade já percorreu um longo caminho mas que ainda falta muita coisa.

Priscila explica que “temos que incluir o surdo e incluir não é só colocar junto. É fazer a pessoa se sentir participante e entendedora do que está acontecendo, assim ela realmente vai fazer parte daquilo. Temos que ter intérpretes em todos locais: cinemas, shoppings, mercados, hospitais, bancos e órgãos públicos. O surdo tem que entender sim tudo que acontece e em todos os ambiente, em sua língua materna (língua de sinais)“.

Uma forma de atingir isso seria através de uma solução apresentada por Celia: fazer com que Libras seja uma disciplina obrigatória, desde a pré-escola até o ensino superior.

Celia conta que certa vez, outra professora reclamou que um aluno surdo estava fazendo um gesto obsceno e pediu para que ele se retirasse da sala. Quando Celia viu qual era o movimento, ficou pasma. O aluno estava apenas pedindo para a professora voltar o conteúdo, porque ele não estava entendendo! A intérprete recomendou que ela fosse aprender Libras para que não fizesse mais deduções erradas e finalizou com um conselho: “quando eu aceito a língua do surdo, eu aceito o surdo!”.


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