Em algum momento da vida, bate aquela saudade de um tempo bom, e você se pega cantarolando esse clássico da música caipira brasileira.
“Eu nasci naquela serra
Num ranchinho beira chão
Todo cheio de buraco
Onde a lua faz clarão
Quando chega a madrugada
Lá na mata a passarada
Principia um barulhão” (…)
Angelino de Oliveira fazia shows musicais e com humor
Essa é uma estrofe da música Tristeza do Jeca do compositor e ilustre cidadão botucatuense, Angelino de Oliveira. Ao contrário do que muitos pensam, Angelino não nasceu em Botucatu, ele nasceu em Itaporanga/SP, veio viver na cidade ainda jovem com seus pais – que eram lavradores, em 1894.
Apresentação no Clube 24 de Maio
Filho de Joaquim Cassimiro e Mariquinha de Oliveira, Angelino era autodidata, aprendeu a tocar violão, viola, violino e trombone e, ainda menino, participa da Orquestra do Gabinete Literário e Recreativo de Botucatu e a Banda de Música São Benedito. Angelino fazia apresentações com música e humor
Em 1917 Angelino de Oliveira integra o trio “Viguipi”, o qual, faz apresentações musicais e de humor. Com o trio ele viaja pelo interior do Estado de Sul de Minas Gerais, Santos e São Paulo. A música tristeza do Jeca, teve sua origem instrumental e, se chamou primeiramente Tristezas do Jeca. Sim! Assim mesmo, no plural. Ela foi apresentada pela primeira vez no Clube 24 de Maio em Botucatu no ano de 1918. Entretanto, não existe um consenso sobre a data exata a respeito da primeira vez que a música Tristeza do Jeca foi apresentada ao público. Em 1924 Angelino de Oliveira deixa a cidade dos bons ares, por pouco tempo, vive em Ribeirão Preto, onde conhece sua esposa Maria Malleus e teve três filhos. Lá ele escreve a música Saudades de Botucatu e volta ao município que primeiramente o acolheu, compõe Encruzilhada, Prece, Sabiá e Caboclo Velho. Tempos depois se torna diretor artístico da Rádio Emissora de Botucatu.
Clássico da Música Caipira
A moda Tristeza do Jeca é uma entoada, a qual, contribuiu para formar a imagem do caipira paulista. A primeira vez que foi cantada, foi em 1926 pelo cantor Patrício Teixeira, mas só ganhou popularidade em 1937 gravada pelo cantor Paraguassu. Essa canção já foi interpretada por inúmeros artistas, entre eles estão: Maria Bethânia, Caetano Veloso, Almir Sater, Sérgio Reis, Zezé de Camargo e Luciano, Luiz Gonzaga, e, também, pela dupla Tonico e Tinoco.
Tristeza do Jeca nos Cinemas
Em 1961 o humorista Mazzaropi produz o filme “Tristeza do Jeca” dirigido por Milton Amaral. Nele interpreta o personagem Jeca Tatu, na obra Mazzaropi canta o clássico e emociona o público, homenageando o compositor e dando vida à imaginação popular da figura do homem interiorano paulista. Para quem tiver curiosidade de assistir o filme Tristeza do Jeca, ele está disponível no YouTube. Gostou de saber essa história por trás da música? Deixe o seu comentário aqui embaixo.
Os dados da matéria foram extraídos do site ENCICLOPÉDIA ITAÚ CULTURAL
Eu que adoro história e estórias, achei ótima esta matéria.