Os cemitérios são considerados lugares tristes, silenciosos e assustadores. Porém, se olharmos com outros olhos é também espaço histórico com potencial inclusive para se tornar museu digital ao ar livre.
Pensando nisso o memorialista José Sérgio Marques, 74, decidiu contar a história de personalidades sepultadas no Portal das Cruzes. Para isso, desenvolveu um roteiro aliado à tecnologia, com sistema de QR code.
“Procuro familiares para obter autorização e a história de vida da pessoa. Em seguida confecciono a placa com o QR code que remete para um site com informações sobre o sepultado”, explica.
As placas de aço inox tem como meta tornar o cemitério um verdadeiro museu digital ao ar livre.
“O visitante, além de observar o túmulo pode utilizar aplicativos de leitura desse tipo de código em seu celular e conhecer toda a vida do sepultado em nossa sociedade”, explica.
A ideia inovadora surgiu há cerca de dois anos. Ao visitar o túmulo do Pai percebeu que a placa em bronze que trazia informações sobre ele havia sido roubada.
“Fiquei frustrado e decepcionado com os seres humanos. Por outro lado, me deu um lampejo, e se essas placas tivessem muito mais informações e fosse em material mais barato. Comecei a estudar a respeito e desde setembro do ano passado (2018) estou trabalhando nesse projeto”.
Cada placa com Qr Code custa R$ 200
Ao todo o memorialista já instalou 50 placas, sendo que cada uma tem custo aproximado de R$ 200. “Busco apoio dos familiares quando posso. O recurso de uma acaba custeando outra, portanto é com esse patrocínios e meios próprios eu pretendo tornar o espaço um local de aprendizado. Das 50 placas instaladas apenas 13 contaram com apoio financeiro de familiares, mas continuo mesmo assim”, ressalta.
<h3>Projeto que quer tornar o cemitério em museu digital ao ar livre é chamado de Nomes Relevantes</h3>
A inciativa batizada de Nomes Relevantes quer estender o alcance com a criação de um roteiro digital também utilizando a tecnologia de Qr Code. “Pretendo conversar com o Poder Público para obter autorização e instalar um código maior na entrada do cemitério. Assim ao mirar o celular nesse código o visitante acessa um roteiro, revelando o endereço correto de cada jazigo”, comenta.
Já receberam o código os túmulos de celebridades municipais como o ex-vereador Oswaldo Pagani, ex-prefeito Jamil Cury, o fundador de Botucatu capitão José Gomes Pinheiro, professor Luiz Carlos Aranha Pacheco, dentre outros.
“Temos setenta mil pessoas sepultadas no Portal e cada uma delas tem uma linda história de vida. Cada placa representa um complexo trabalho, com coleta de informações. Para isso conto com a ajuda de grupos do Facebook e amigos”, revela.
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