Ano passado, durante a transmissão da partida entre Palmeiras e Corinthians pelo Brasileirão, a atitude de uma torcedora chamou muita atenção. A palmeirense Silvia Grecco, das arquibancadas do estádio, narrava o jogo para seu filho Nikkolas, que é deficiente visual e autista.

Segundo Silvia, o filho fica animado com futebol antes mesmo de chegar ao local do jogo. No entanto, não conseguia se acostumar com os fones de ouvido usados para acompanhar a partida e sempre os tirava. Assim, não conseguia compreender o que acontecia em campo.

A mãe, notando sua dificuldade, decidiu então ser locutora particular do garoto. À seu modo, Silvia começou a descrever tudo que acontecia, dentro ou fora das quatro linhas. Desde os lances e jogadas, passando pelo estilo de cabelo e roupa dos jogadores e até os gols, ponto alto da emoção nas partidas.

Torcedora mantinha o hábito de narrar os jogos para seu filho, um amante da modalidade assim como a mãe (Foto: Reprodução/ Facebook)

Reconhecimento

Na mesma época, mãe e filho foram convidados pelo time alviverde para comparecer a um treino e conhecer o Allianz Parque. Foram recebidos por Felipão, que os apresentou a cada um dos jogadores.

Os dois puderam entrar nos vestiários, onde o menino vestiu a camisa do Dudu, atacante do verdão. A entrada do garoto para o campo inclusive, foi pelo acesso principal usado pelos jogadores. Puderam viver todas as experiências por completo!

O prestígio dado ao apoio de Silvia para seu filho ganha agora uma nova proporção. A locutora das partidas de Nikkolas concorre a uma das categorias dos Melhores do Ano eleitos pela Federação Internacional de Futebol (FIFA).

O prêmio

Silvia concorre pela categoria de Melhor Fã da temporada 2018 (The Best Fan Award). Outros dois disputam a premiação. Por um lado a torcida da Holanda, que incentivou o time feminino da modalidade na Copa Feminina este ano, na França, e ficou conhecida como “Maré Laranja”.

Do outro, o uruguaio Justo Sanchéz, torcedor do Cerro que perdeu seu filho em um acidente de carro em 2016. O jovem torcia para o time rival do pai, o Rampla Juniors, e faleceu após sair de uma partida. Com isso, o pai passou a acompanhar os jogos do Rampla com uma bandeira onde se lia “Nico sempre presente”.

O resultado será divulgado no próximo dia 23, na noite de gala da premiação, que acontecerá em Madrid.

Em maio, a Fifa compartilhou em suas redes sociais um vídeo emocionante contando um pouco sobre a história da dupla. A produção faz parte de uma campanha chamada “Sheroes”, junção das palavras ‘ela’ (she) e ‘heroínas’ (heroes), em inglês que conta a história de guerreiras ligadas ao esporte.

Sheroes: The mom who sees the game for her son (Ela Heroína: a mãe que via o jogo por seu filho)

Visibilidade

Silvia faz questão de deixar claro que sua intenção não é se autopromover. Em uma publicação em seu Facebook, em que fala da entrada em campo de seu filho com o atacante da seleção brasileira Neymar Junior, a mãe faz questão de ressaltar os motivos pelos quais ela luta.

Além do bem-estar do seu próprio filho, Silvia ainda se preocupa com a exclusão sofrida por portadores de deficiência no mundo dos esportes. Por conta da falta de acessibilidade e do preconceito, pessoas deficientes não têm a possibilidade frequentar jogos esportivos.

A bandeira que mãe e filho levantam é a do #nósexistimos. Assim, buscam colocar em evidência a luta por melhores condições para pessoas com deficiência. Dessa forma, essas pessoas poderão ter suas alegrias e paixões sem nenhuma restrição.

Fonte: Razões para acreditar; Esporte Fera;


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