A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) deu um importante passo na busca pela inclusão de gênero em sua história. Dani Balbi é a primeira professora trans em 99 anos de existência da universidade!

Apaixonada por literatura desde o ensino médio, a docente percorreu toda sua carreira acadêmica na UFRJ. A graduação em Letras despertou o interesse em seguir os estudos no mestrado e doutorado. 

Em entrevista à Época, Dani declarou: “comecei a fazer pesquisas, fui monitora e depois de concluir a graduação emendei o mestrado e doutorado. Ao mesmo tempo, com o avanço do processo de transição que pressupõe o reconhecimento da identidade feminina, briga por reconhecimento e direitos em função de gênero, fui me consolidando como uma figura pública dentro da universidade”.

Estar do outro lado da sala de aula é uma grande conquista para a diversidade dentro da universidade (Foto: Arquivo Pessoal)

Felizmente, dentro do ambiente de estudo e trabalho, ela sempre se sentiu acolhida por seus colegas e professores. Mas agora, como professora, percebe avanços nos pensamentos dos jovens que chegam à universidade. Para ela, o aumento das discussões sobre minorias e diversidade são essenciais para que as próximas gerações vejam o processo com mais naturalidade. 

De aluna a professora

Dani iniciou sua carreira de docente no Colégio Aplicação da UFRJ. Na época, os alunos fizeram uma campanha de arrecadação para que fosse possível a realização da cirurgia de redesignação de gênero. “Esse período ficou marcado por uma das histórias mais bonitas (…) e isso marcou minha trajetória na educação básica”, comenta. 

Além disso, também teve experiências com o ensino durante o mestrado e doutorado. Aliás, ela foi a primeira doutora trans pela UFRJ, antes de assumir sua primeira turma de graduação, na Escola de Comunicação (ECO) da universidade. 

O apoio e acolhimento dos colegas foi fundamental para a carreira de Dani. (Foto: Arquivo Pessoal)

Identidade de gênero

A pequena Dani se sentia diferente desde a infância mas, repreendida pela mãe, demorou a entender sua realidade. Somente no ensino médio passou a se assumir como mulher trans. Em toda sua trajetória acadêmica, não teve aulas com nenhum professor(a) transexual.

Por isso, a representatividade gerada por seu cargo é tão importante – tanto para ela quanto para os alunos e a universidade.

“A gente precisa se acostumar a ter mais professoras negras, transexuais, ocupando esses espaços de protagonismo. Quero muito contribuir para que a universidade seja sempre esse lugar de acolhimento e quebra de paradigmas“, finaliza a professora. 

Fontes: Razões para Acreditar; Época


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