Um fato histórico na luta contra o preconceito no esporte aconteceu neste último domingo, 25. Após gritos homofóbicos vindos da torcida em um jogo entre São Paulo e Vasco, o árbitro interrompeu a partida. O jogo, que acontecia no São Januário, pertencia à 16ª rodada do Brasileirão

Aos 17 minutos do segundo tempo, a torcida do time carioca começou a cantar “time de viado”, numa tentativa de provocar sua rival. Aos 19 minutos, então, o árbitro Anderson Daronco paralisou a partida para solicitar que parassem com os gritos homofóbicos.

LAMENTÁVEL!

LAMENTÁVEL! Cantos homofóbicos foram entoados em São Januário. O árbitro Anderson Daronco, que relatou o ocorrido na súmula, chegou a informar ao quarto árbitro e ao técnico vascaíno Vanderlei Luxemburgo, que pediu para que esse tipo de atitude vindo das arquibancadas fosse paralisado! TRISTE! #BrasileirãoNoEI

Posted by Esporte Interativo on Sunday, August 25, 2019

O juiz então se dirigiu ao quarto árbitro, capitães e técnicos. O aviso foi claro: gritos como aquele não podem acontecer! A partida só retornaria quando cessassem. Durante a paralisação, o aviso também foi dado nos auto-falantes do estádio.

Respaldo Jurídico

A atitude do árbitro respeitou as diretrizes divulgadas pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol (STJD) em comunicado no último dia 19. Na recomendação, o tribunal acompanha decisão do Supremo Tribunal Federal que tipifica a homofobia como crime de racismo.

Além disso, a decisão levou em consideração as diretrizes da Fifa, órgão máximo do futebol mundial. A base da resolução diz respeito à tentativa de combater o preconceito, em todas suas formas, dentro da modalidade.

O comunicado enviado para os árbitros, recomenda que sejam relatados em súmula, um pequeno resumo do jogo, quaisquer ofensas ou injúrias que atentem contra a orientação sexual de torcedores e/ou participantes dos jogos.

Anderson cumpriu com o regulamento e registrou o ocorrido na súmula da partida. A decisão do STJD prevê que seja aberta uma denúncia. Se condenado, o time que praticou as ofensas perca até três pontos e pode ser multado em até R$100 mil. A punição pode dobrar em caso de reincidência.

Seguindo as orientações do Supremo Tribunal da Justiça Desportiva do Futebol, Anderson Daronco apontou em súmula o comportamento homofóbico da torcida.

O Vasco emitiu uma nota na segunda-feira, 26, onde repudia a atitude de sua torcida. Além de pedir desculpas às pessoas que se sentiram ofendidas, o time se compromete a realizar ações educativas para que atos não voltem a ocorrer.

Por mais que seja a primeira vez que aconteça no Brasil, a paralisação de jogos e a punição em casos como este já é uma prática em todo mundo. Assim, a busca pelo fim do preconceito no esporte vem ganhando cada vez mais espaço.

Fonte: El País, Globo Esporte, Esporte Interativo.


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