O marco zero de Ourinhos é a Praça Mello Peixoto. Um local de lazer das pessoas aos finais de semana, principalmente das famílias, com estabelecimentos de alimentação ao redor do espaço. Também já foi e ainda é palco de apresentações culturais do município. É um lindo local, de extensão enorme, cheio de árvores e ideal para a criançada brincar.

Mas será que alguém já parou para pensar por qual razão o nome é Mello Peixoto? E quem foi esta pessoa para Ourinhos? É hoje que você vai descobrir!

João

João Baptista de Mello Peixoto era um homem magro, alto e um pouco ruivo. Donos de olhos azulados e de um nariz grande. Nasceu em Garanhuns, em Pernambuco, no dia 8 de março de 1856. A sua família tinha posses e influência na cidade, inclusive no município tem uma rua chama rua Mello Peixoto. O seu pai era o Coronel Antônio Baptista de Mello Peixoto casado com a dona Doroteia Amélia de Barros.

João se formou em direito em 1879, pela Faculdade de Direito do Recife. Também foi nomeado promotor público de Bom Conselho até 1822, época que se mudou para a região Sul do país.

João Baptista Mello Peixoto. Foto: divulgação

Novos rumos

O mais novo advogado chegou ao Rio de Janeiro com uma carta de recomendação ao Visconde de Ouro Preto, chefe do Gabinete Imperial de Dom Pedro II. Foi apresentado aos amigos do Vale do Paraíba, tanto que, para ele, o seu protetor na região foi Moreira Barros, chefe político do 2° Distrito Eleitoral (o Vale) e conselheiro e padrinho político era o Barão de Bananal (Luiz da Rocha Miranda Sobrinho).

Depois desta época, o jovem viajou para o estado de São Paulo e ao chegar já foi nomeado juiz de Cunha. Em 1883, foi transferido para a Caçapava e depois de três anos resolveu abandonar a magistratura para dedicar à advocacia e a política.

A vida política

Indicado por Moreira Barros, João foi eleito deputado provincial de 1888 a 1889. Um período crítico para o Brasil, época da abolição da escravatura e a queda do Império. Estes novos ares do país, levou João a se integrar no Partido Republicano Paulista. Aí em 1895 foi nomeado secretário da Justiça, permaneceu nesta função até ser eleito mais uma vez deputado para o triênio de 1896 a 1899.

Na época, havia o cargo de presidente do estado e neste período quem respondia pelo cargo era Bernardino de Campos e o vice era Francisco de Assis Peixoto Gomide. A dupla que garantiu o sucesso político de Mello Peixoto no estado. Até mesmo de modo familiar, porque a filho de João casou-se com a filha de Peixoto Gomide.

Neste governo, Mello Peixoto foi nomeado secretário da Fazenda e secretário do Interior durante o período de 1897 até 1900. Em seguida, conseguiu se eleger como senado estadual para a vaga que era ocupada por Domingos de Morais. Em 1902, no segundo mandato de Bernardino de Campos, João foi enviado para a Secretaria da Agricultura. E mais uma vez foi senador em 1903 e 1913.

Faleceu em 23 de janeiro de 1915, no Hotel Bela Vista. Foi em um dia antes de uma importante viagem de negócios em Santos. O atestado de óbito constatou uma síncope cardíaca. A elite paulistana estava presente em peso ao velório na Secretaria da Justiça e Segurança Pública e no Cemitério da Consolação.

João Mello Peixoto e Ourinhos

João, politicamente analisando, foi uma figura presente no estado e, consequentemente, colaborou com a evolução de Ourinhos e região. Por isso que foram feitas duas homenagens para ele na cidade, é o nome da praça principal e da estrada que liga a rodovia Raposo Tavares no Paraná.

Ourinhos não era registrado como município em 1915, ano que Mello Peixoto faleceu, e a Câmara de Salto Grande (era uma região ligada a Salto Grande) não teve nenhuma iniciativa de criar a praça com o nome de João. Provavelmente, esta decisão foi algo pessoal de Jacintho Ferreira e Sá, era amigo e aliado político de João.

O mais interessante é que o nome da praça foi alterado para João Pessoa depois da Revolução de 1930 e com a Revolução do dia 9 de julho começou a ser chamada Praça da Bandeira. No fim, acabou sendo Mello Peixoto e é até hoje, em 2021.

Fonte e imagens: livro “Ourinhos-Memórias de uma cidade paulista – Jefferson Del Rios”


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