Tem coisa melhor que poder conversar sobre o que sentimos? As crianças da escola estadual Ayrton Busch, em Bauru, encontraram essa oportunidade por meio do boneco Coração!
Dificuldades nas aulas, situações de bullying e problemas em casa são alguns dos desabafos em forma de bilhetes colocados na bolsinha do boneco.
“Desde o primeiro dia do Coração na escola, ele foi acolhido! Muitas fotos, declarações nas redes sociais. Ele era de fato um novo e querido aluno da escola! Imaginei que haveria um pouco de restrição por parte dos meninos mas eles abraçaram a ideia!“, conta a professora Elaine Mussi, responsável pela ideia.
Como surgiu o Coração?
Em 2011, a professora de filosofia e geografia estava orientando uma aluna sobre problemas pessoais e percebeu que nem sempre as crianças deixam claro o quanto necessitam ajuda.
Por isso, alguns anos depois, em 2018, pensou que o boneco seria uma boa oportunidade de dá-las espaço para falarem sobre o que sentem e, assim, proporcionar o apoio adequado.
Para dar essa liberdade, o boneco fica com os alunos durante o dia todo. Porém, no fim do dia, precisa voltar para Elaine.
Somente a professora tem acesso aos relatos, que podem ser anônimos, contendo apenas a série e sala do autor, ou assinados.
Em momentos oportunos, ela procura os alunos que deixaram nomes nos bilhetinhos e os orienta. Já para atender aos que deixam apenas a série, são pensadas atividades como rodas de conversas sobre os temas solicitados.
Reflexo positivo e gratidão
Tomados pela certeza de que podem falar sobre seus sentimentos, o comportamento dos alunos se transformou.
Elaine conta que um dos pontos relevantes que têm sido percebidos na dinâmica estabelecida é que muitos alunos já escutados pelo Coração, ao perceberem colegas em situação difícil, os encorajam a escreverem bilhetes para o boneco.
Além dos relatos, a bolsinha do Coração também se encheu de gratidão e se tornou um porto-seguro para os pequenos.
“Indiretamente, além de competências socioemocionais, trabalhamos solidariedade, leitura e escrita. É muito gratificante perceber que para além do processo de aprendizagem dos conteúdos das disciplinas, tocamos a alma de cada aluno!”, explica a professora.
Pedidos de socorro
A bolsinha do boneco também já recebeu relatos bastante complexos e que precisaram ser abordados com extremo cuidado, tratados com o devido auxílio psicológico.
Uma adolescente manifestou desejo de suicídio e um amigo contou ao Coração. Assim, a escola acionou a família da aluna e conseguiu evitar a fatalidade em uma madrugada de domingo.
“Houve também um bilhete que desabafava anonimamente sobre um episódio de violência sexual ocorrido na infância de uma menina”, relembra Elaine.
O que mais doía na garota era o fato de sua mãe não ter acreditado nela e sim no agressor. “Identifiquei a garota e entendi todas as suas atitudes dentro da sala de aula. Ofereci meu abraço, choramos e na semana seguinte ela não era mais nossa aluna. Espero que esteja bem“, conta emocionada.
Importância do diálogo
A professora enfatiza a importância dos pais darem abertura ao diálogo com as crianças e as estimularem a falar sobre sentimentos e problemas.
E aí, vamos oferecer apoio e acolhimento as crianças e seus sentimentos?
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