Conhecido como a câmera do Cinema Novo, o mariliense Dib Lutfi, que completaria 85 anos neste dia 22 de setembro, é um dos grandes da técnica cinematográfica. O cinegrafista trabalhou ao lado dos principais nomes da sétima arte do Brasil, a começar pelo irmão, o cantor, compositor e cineasta Sérgio Ricardo (1932-2020), também mariliense. ?

Trabalhos

Dib já esteve em um set de filmagens com Glauber Rocha (1939-1981), no longa ‘Terra em transe’ (1967), com Nelson Pereira dos Santos (1928-2018), Leon Hirszman (1937-1987) e Arnaldo Jarbor. Lutfi filmou ‘Esse mundo é meu’, dirigido pelo irmão Sérgio Ricardo (cujo nome verdadeiro era João Lutfi). A produção teve na técnica outro grande nome do cinema brasileiro, Ruy Guerra, cineasta de ‘A ópera do malandro’ e ‘Os deuses e os mortos’.

Revivendo Marília

O cinegrafista do Cinema Novo – movimento cinematográfico que marcou a narrativa cinematográfica brasileira – passou a maior parte de sua vida no Rio de Janeiro. Nascido em Marília no ano de 1936, voltou à cidade natal em 2010, como um dos três convidados de honra da III Mostra de Cinema. Na mesma oportunidade estiveram Sérgio Ricardo e o escritor, dramaturgo e ator Oswaldo Mendes. Todos nascidos em Marília e expoentes culturais.

Dib reviu locais da cidade que lhe eram marcantes na infância, como a rua São Luiz e o antigo imóvel onde viveu com o irmão Sérgio e os pais. Esteve na sala de exibição do Clube de Cinema de Marília e conversou com jovens cineastas que estavam na cidade por conta do festival cinematográfico.

Um dos organizadores do evento, o cineasta mariliense Rodrigo Grota, responsável pelo reencontro de Dib com sua terra natal, recorda com muita emoção e saudade daqueles dias considerados inesquecíveis.

“Na abertura da Mostra, em 27 de maio de 2010, entregamos para Dib o troféu Seu Dito, numa justa homenagem por quem tanto fez pelo cinema brasileiro e pela arte do nosso Brasil”, ressaltou o realizador.

Reconhecimento

Grota define Dib como o maior cinegrafista do cinema brasileiro. Sempre muito elogiado e lembrado por grandes cineastas do Brasil afora. Um certo dia, um anúncio triste, Dib Lutfi faleceu no Rio de Janeiro no ano 2016, aos 80 anos. Grota conheceu Dib em 2007, no Festival de Cinema do Rio, quando o mariliense foi exibir o curta premiado ‘Satori Uso’.

“Era uma pessoa incrível. Me chamava de ‘primo’ de Marília, por sermos conterrâneos”.

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