Não sei se você já percebeu como praticamente tudo nas nossas cidades conta um pouco de história: desde as paisagens naturais até as construções, ruas e as praças. Como já testemunharam inúmeros acontecimentos todos esses lugares! ☺️

E um dos patrimônios aqui da nossa região que teria muuuuita história para contar, sem dúvidas é o Rio Jundiaí! Embora ele, por si só, não possa contar tuuudo o que já presenciou ao longo de seu percurso, o rio tem lugar especial no relato de pessoas que por ele já passaram ou já dependeram. Bora então a partir delas descobrir um pouco mais sobre o nosso querido Rio Jundiaí? ??️

(Foto: Reprodução)

O rio que viu muita coisa

Se tem alguém que tá aqui por essas bandas deeesde o início, esse alguém é o Rio Jundiaí, claro! ? E é ele e seus famosos bagres, as peças fundamentais para o povoamento e sustento humano por essas terras. Tanto é assim que são justamente ambos que nomeiam, deeesde os tempos mais longínquos, essa região! ?

Olha só que legal: essa espécie de bagre era chamada pelos índios Tupis da região de yundi’á. E como eram abundantes, essas águas ficaram conhecidas como ‘rio dos bagres‘, e daí o nome da cidade de Jundiaí: yundi’á = bagre y = rio. Legal, né?

O nome de Itupeva também foi dada pelos índios que aqui habitavam e tem relação direta com o Rio Jundiaí e suas características nessa região. Itupeva significa literalmente ‘cascata pequena’, justamente por conta dessas pequenas quedas que facilitavam a pesca dos peixes que subiam o rio durante a piracema, o período da desova anual. ?

Essa característica também foi importantíssima e ideal para a construção da primeira usina hidrelétrica que gerou energia para a cidade, como contamos outro dia aqui. ?

Usina do Quilombo, pertencente à Empresa Luz e Força de Jundiaí. (Foto: Itupeva Agora/ Reprodução)

Rio Jundiaí: povoamento e progresso!

Ufa! Agora fala se o rio não tem e conta muuita história? ? Agora, voltando aiiinda mais lá atrás, sabemos que os índios que aqui moravam dependiam diretamente do rio para sua sobrevivência e atividades, como a produção de milho e mandioca, e que só foi possível a colonização e o povoamento da cidade por causa dele.

E através de um mapa datado de 1628 descoberto recentemente é que observamos com ainda mais clareza que o Rio Jundiaí foi crucial não apenas para o povoamento dessas terras por seus primeiros moradores, como também para a descoberta do interior do Brasil! Esse mapa é o resultado de uma expedição comandada pelo militar e administrador da coroa espanhola Dom Luís de Céspedes Xeria, pelos cursos dos rios Tietê e Paraná, a fim de assumir o governo do Paraguai – isso há quase 400 anos! ?

Olha que legal: tanto o rio como o povoamento de ‘Jundiahy’ já estavam ali, documentados! (Foto: PMJ/Reprodução)

Morte

Com o crescimento populacional das cidades e o processo de industrialização vivido por cada uma delas ao longo das décadas, principalmente no século XX, o Jundiaí foi castigado ao receber praticamente toda a carga de resíduos dessas atividades. Imagina quanta ‘porcaria’ o Rio Jundiaí não recebeu ao longo de todos esses anos? ??

Segundo Sergio Razera, Diretor Presidente da Agência das Bacias do PCJ (rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí), órgão responsável por gerenciar os recursos hídricos nas bacias, foi no ano de 1977 que o governo de São Paulo classificou as águas do Rio Jundiaí como sendo de Classe 4. “É a classe de pior qualidade, que você não pode ter praticamente nenhum tipo de uso, como abastecimento público ou industrial”. Para se ter ideia, essa era a mesma classificação que o Rio Tietê ainda hoje tem na capital. ?

Com o passar do tempo, os esforços para despoluir o rio se consolidaram. Em 1983 foi criado um comitê de despoluição, e no ano seguinte iniciado um amplo programa de saneamento nas cidades por onde o rio passa – desde sua nascente em Mairiporã, percorrendo Atibaia, Campo Limpo Paulista, Várzea Paulista, Jundiaí, Itupeva, Indaiatuba, até chegar em sua foz, no Rio Tietê, na cidade de Salto.

…e ressurgimento do Rio Jundiaí!

Em nossa região, a principal ação do programa de saneamento foi a tentativa de universalização da coleta e tratamento do esgoto, culminando na construção de estações de tratamento de esgoto nas cidades de Jundiaí (em 1998), e mais recentemente em Itupeva (em 2012) e em 2013 na cidade Várzea Paulista, que também trata o esgoto coletado na vizinha Campo Limpo Paulista.

(Foto: Reprodução)

Hoje, após 36 anos do início das ações de despoluição do nosso Rio Jundiaí, é possível ver que todo o esforço valeu a pena. Em 2017, o trecho que corta Salto e que ainda pertencia à pior classificação foi reclassificado para a Classe 3. Ou seja, as autoridades reconheceram que as águas de todo o Rio Jundiaí estavam mais limpas e passíveis de serem usadas para consumo humano após o tratamento adequado. Ah, e detalhe: tal conquista tornou o nosso rio o primeiro do Brasil a ser despoluído! Que orgulho e alegria! ??


E é claro que ainda há muito a fazer para termos um rio totalmente despoluído e saudável novamente. Mas, com uma notícia dessas, quem é que não se anima e se enche de esperança, não é mesmo? Dias ainda melhoras virão! ?


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