É muito legal conhecer um pouco mais sobre os personagens que fizeram história em nossa cidade, não é mesmo? E com certeza você já deve ter ouvido falar do Eloy Chaves, né? Nem que tenha sido só no nome de bairro, fala sério! ? E é hoje o dia que você conhece um pouco mais quem foi esse cara e alguns dos seus diversos feitos em vida! Bora lá?

Nascido em 1875 na cidade de Pindamonhangaba, Eloy de Miranda Chaves era filho do coronel José Guilherme de Miranda Chaves e de Cândida Marcondes de Miranda Chaves. Aos 21 anos se formou em Direito pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco e logo se tornou Promotor Público em São Roque. Passado alguns meses, foi transferido para Jundiaí, onde formou raízes e muitos negócios.

Drº Eloy de Miranda Chaves (Foto: Jundiahy Antiga/ Reprodução)

De tudo um pouco… inclusive nos negócios!

Eloy foi um multiempresário que se aventurou nos mais diversos ramos, de fazendas a bancos, tecelagens a geradoras de energia – e que teve sucesso em todos eles! ?

Ele foi um dos maiores produtores de café do Brasil, além de possuir em suas fazendas rebanhos e plantações de eucalipto, cana-de-açúcar e laranja. Em 1912 associou-se com o empresário Antônio Cintra Gordinho e o engenheiro alemão Hermman Braune e fundou a Cia. Ermida de Papel e Celulose, que foi comprada em 1972 e se transformou na Bignardi Papeis, atualmente a maior fabricante de papel reciclado do Brasil. ?

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Sede da Fazenda Ermida, construída em meados de 1860 e décadas depois comprada por Eloy Chaves. (Foto: Kleber Fernandes/ Reprodução)

No ano de 1910, comprou com o também empresário Olavo Guimarães a primeira tecelagem fundada na cidade, a Companhia Jundiahyana de Tecidos e Cultura S.A., fundada em 1874 por Antônio de Queirós Teles, o Conde de Parnaíba. Em 1920 fundou com sócios a Cia. Cerâmica Jundiaiense, que se localizava no bairro da Ponte São João, e que em 1968 foi comprada pelo Grupo Itaú e transformada na Deca. Eloy também foi por algum tempo o principal acionista do Banco do Commércio e Indústria de São Paulo S.A, que até a primeira metade do século era considerado o maior banco privado do Brasil.

No setor elétrico, de 1902 até o ano de sua morte, foi dono de 7 empresas elétricas em todo o estado de São Paulo, tendo fundado pelo menos três: em 1902, a Empresa Luz e Força de Jundiaí, a S.A. Empresa Elétrica de Itapura no ano de 1944 e em 1948 a Empresa Elétrica de Andradina S.A.

Eloy Chaves no escritório de sua Fazenda Ermida. (Foto: Série Avenida Paulista/ Reprodução)

Haja energia!

E por falar em energia, a gente já contou aqui a relação do Eloy com a operação das primeiras usinas elétricas aqui da região, que ficavam em Itupeva, e da eletrificação da cidade de Jundiaí, lá no início do século passado. Inclusive, em um discurso proferido na Câmara Municipal de Jundiaí em 1960, Chaves afirma que, desde o início de sua empreitada no ramo, nunca se importou com o lucro, e que sempre viu a oferta e a melhoria desse serviço com um objetivo maior para a população e o desenvolvimento de Jundiaí. ?

Tamanha é a relevância que o empresário teve e ainda possui no ramo elétrico que a Associação Brasileira de Companhias de Energia Elétrica (ABCE) criou em 1980 a Medalha Eloy Chaves, em reconhecimento das empresas do setor que se destacam em ações de prevenção de acidentes de trabalho. Legal, né? ?

Premiação da Medalha Eloy Chaves. (Foto: NF Em Foco/ Reprodução)

Só faltou ser presidente

E, mesmo com tantos negócios para serem tocados, Eloy Chaves também se envolveu com política. Assim que chegou em Jundiaí, no início do século, logo se elegeu Vereador, e logo depois, de 1903 a 1914, foi Deputado Federal pelo Partido Republicano Paulista (PRP). De 1913 a 1918 foi Secretário de Negócios da Justiça, da Segurança Pública e da Agricultura no segundo governo de Rodrigues Alves e no de Altino Arantes, ambos no governo de São Paulo. Após curmpir seu mandato como Secretário da Agricultura, de 1919 a 1930 Eloy voltou a ser Deputado Federal.

Membros do governo de Altino Arantes, em 1° de maio de 1916; Eloy Chaves, então Secretário da Justiça, é o primeiro da direita para a esquerda. (Foto: Série Avenida Paulista/ Reprodução)

Pai da Previdência Social

E sim! Ele se envolveu até em questões trabalhistas e sociais, como a Previdência! Em suas idas e vindas como Deputado, Eloy Chaves propôs uma lei que fizesse com que cada companhia férrea do país criasse sua própria Caixa de Aposentadorias e Pensões (CAP), a fim de prover também aos trabalhadores do setor privado sua renda após ter alcançado certa idade.

A proposta era de que o empregado precisava ter no mínimo 50 anos de idade e 30 anos de serviço no setor ferroviário. O valor do pagamento era pouca coisa menor à média dos últimos salários recebidos. E assim foi promulgada no dia 24 de janeiro de 1923 o Decreto 4.682, que ficou conhecido tanto como ‘Lei Eloy Chaves’, como também a primeira previdência para o setor privado do país.

Revista noticia homenagem dos ferroviários de Jundiaí a Eloy Chaves. (Foto: Biblioteca Nacional e Agência Senado/ Reprodução)

Ufa! Quanta coisa, hein? ? E você, sabia de tuuudo isso sobre o Eloy Chaves? A gente, pelo menos, nos surpreendemos com o tanto de coisa bacana que ele fez! ? E se você também tem curiosidade de conhecer outros personagens de nossa cidade, não perca tempo e conta pra gente aqui embaixo nos comentários! Queremos descobrir muuito mais com vocês! ??

Fontes: JundiAgora, Jundiahy Antiga, Museu da Energia, Série Avenida Paulista, CPDOC – FGV e Agência Senado


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7 COMENTÁRIOS

  1. Poderiam dar continuidade a matéria e contar um pouco sobre a senhora Antonieta Cintra Godinho , a cidade dos meninos e a doação que ela fez da area que hoje é o bairro fazenda grande

  2. Muito bem detalhada a matéria. Bastante esclarecedora e de fácil entendimento. Orgulho para todos os jundiaienses. Parabéns.

  3. Muito legal essas histórias!
    A foto da fazenda é minha. Muitas pessoas usam sem dar o crédito. Se puder por favor colocar “Kleber Fernandes” vou ficar muito feliz!

    • Oi Kléber! Que bom que gostou. 🙂

      E poxa, desculpe o incômodo. :\ Mas é claro que colocaremos o seu nome! Onde achei a foto não havia indicação alguma do autor, por isso apenas coloquei “Foto: Fazenda Ermida/Reprodução”.

      Mais uma vez, desculpe a falha, e parabéns pelo ótimo trabalho! Forte abraço!

      • Muito obrigado pelo retorno e os créditos!

        Esta foto acabou se espalhando sem os créditos e depois fica muito difícil dar os créditos de quem fez.

        Valeu!

  4. Gostei muito da história!!! Sou morador aqui no JD Tannus!!! Que na época era plantação de café!!!! Só para se localizar é ao lado do bairro Eloy Chaves!!! Também JD. Ermida…. Também transportei por alguns anos papel para Gordinho Braune!!! ????????????

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