Apelidado de Pestana, Euclides Marques, 82 anos, nascido em Borboleta (atual Bady Bassitt), passou toda sua existência em São José do Rio Preto onde completou seis décadas dedicadas ao ofício de barbeiro atendendo populares, artistas e figurões há seis décadas.

A arte de manejar tesouras

Pestana iniciou suas atividades no Salão denominado Azul à convite de Lotf João Bassitt, falecido em 1988. Mas o amigo, entusiasta e homem de visão, foi seu grande incentivador na empreitada de se deslocar até a capital e lá adquirir seis cadeiras “Ferrante”, as mais modernas já fabricadas e uma máquina para esquentar toalhas “que pareciam uma mini nave espacial”.

O novo espaço, já na Galeria Bassit, área central da cidade, agora se chamava Salão Azul, foi inaugurado dia 20 de outubro de 1957 e tinha características ultra modernas para a época. Com escada em forma de caracol, oferecia11 lojas no térreo, 12 na sobreloja, incluindo a Rádio Independência que funcionou ali por décadas, e um salão de festas que abrigou também o restaurante e boate Junco, e que depois foi sede do Jockey Club do Harmonia Tênis Clube, do Clube Monte Líbano (enquanto reformava a sua sede) e do Rio Preto Esporte Clube.

Fonte Diário da Região – arquivo público

Quando um amigo faz a diferença!

Foi lá que Pestana, João Morgado, Luís Coutinho, Euclides Marques (Pestana), Clóvis Ricardi, Taico e Bento Joanelli foram os “escolhidos” para atender a grande relação de amigos e correligionários de Loft.

Mas foi a classe artística quem popularizou e divulgou seu “negócio”. Famosos como Nelson Gonçalves, Cauby Peixoto, o Mojica (José Mojica Marins, o Zé do Caixão), Clodovil e outros eram assíduos na arte de podar as madeixas. De tudo, o nosso artista guarda apenas no estojo, com muito carinho, a navalha que o acompanha desde 1948.

Apaixonado por serestas e com uma voz de arrebanhar um fã clube, encanta até hoje quem passe próximo a sua residência no Jardim Paulista, entoando canções do “Nelson” e dedilhando o Del Vecchio resgatado das águas do rio pelos amigos de pescaria.

Euclides Marques é história em Rio Preto, é gente que guarda memórias e encanta quem as conhece!


Um orgulho para os rio-pretenses, né?


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