Em algumas matérias já divulgadas pela Solutudo Santa Cruz do Rio Pardo, você já leu sobre Manoel Francisco Soares. Uma pessoa residente em fazenda que instalou uma cruz de madeira no local. Espaço que se transformou no bairro Santa Cruz e que foi construído uma capela.

A capela foi erguida com as ordens de Manoel para ser coberta com “taguáras rachadas e sobre-postas umas nas outras”. Este bairro ficou conhecido como o padroeiro da povoação da cidade. O padre licenciado João Domingos Figueira, também fazendeiro do mesmo bairro e vizinho de Manoel, foi doador de terras para este Patrimônio, em 1861/1862.

Foto: Reprodução – Jornal Atual

O padre se colocou à disposição para trabalhar em busca de uma formação urbana, o que permitiu que o bairro fosse alterado para a condição de Capela Santa Cruz do Rio Pardo. No dia 23 de novembro de 1862, a população do local teve a primeira identificação reconhecida como Santa Cruz do Rio Pardo em documento pela Câmara Municipal de Botucatu à Presidência da Província de São Paulo:

“Ha neste Municipio sette Igreijas, a Matriz desta Villa, a de Lençois, a de São Domingos, da Piedade do Rio do Peixe, a de Santa Crus do Rio Pardo, da Santa dos Remedios no Tiete, e a do Rio Novo, as treis primeiras pouco tem sido auxiliada pelo Governo, e as ultimas mais pequenas porem decentes e feitas a custa dos fieis, pelo que V.Exa. colligera que neste Município o povo he religiozo o que sertamente satisfara ao Governo de V.Exa. para assim ajudal-los” (DAESP/BTCT, Documentos: Ofícios Diversos)”.

No dia 25 de novembro de 1892, foi a vez da igreja ser reconhecida como Capela Santa Cruz em um registro de batismo de Maria, filha de Miziel com Rozalia:

“(…). Na Capela filial de Santa Crus Baptizei pus santos oleo na inosente Maria de idade de tres mes filga legitima de Mizial [e] Rozalia, Escravo do Padre João Domingos Figueira, forão padrinhos Jose Peres das Chagas e Maria Inosencia da Conceição (…) – Padre Andrea Barra” (Igreja Católica/SGUI, 1859/1879).  

Foto: site mapio.net

O padre escreveu que “nova povoação cujo povo bem dedicado ao servisso de Deos e da Igreja com minha estada de dois annos fes se uma Capella môr, forrada, assoalhada, com Prezbiterio, altar, trono, sacrário, e retabulo. O patrimonio doado é de 100 alquei-res já conta com 18 a 20 fogões no arraial. A afluencia do povo é immensa” (AC-MSP, Pasta de Documentos Avulsos para Santa Cruz do Rio Pardo, gentileza de José Carlos Pereira de Souza)”.

O prédio sagrado foi situado nos fundos onde é o atual tempo São Sebastião. Uma construção significativa para aquela época. Em 1873, necessitou de alguns simples reparos para ser Matriz reconhecida pela Cúria Diocesana de Ourinhos com documento para a elevação de Freguesia Canônica.

Portanto, os patrimônios doados à Santa Cruz foram as sementes para a sede do município de Santa Cruz do Rio Pardo. E são considerados os fundadores legítimos de Capela Santa Cruz, os fazendeiros Manoel Francisco Soares e o padre João Domingos Figueira.

Fonte: “Santa Cruz do Rio Pardo – memórias, documentos e referências” – Celso e Junko Sato Prado (livro)


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