Hoje é dia de abordar o tema mais discutido mundialmente nos últimos dias: coronavírus.

Com o primeiro caso suspeito confirmado essa semana em Presidente Prudente e, por ser um assunto pertinente a população, conversamos com o médico infectologista André Luiz Pirajá da Silva, que esclarece algumas dúvidas seguidas de recomendações a serem tomadas nesse momento de desespero com a possível chegada do vírus na cidade, mesmo que as chances sejam baixas.

Solutudo: A primeira coisa que gostaríamos de saber, e acreditamos que muitos também desconheçam: o que é realmente o coronavírus e como funciona sua transmissão?

Especialista: Esse não é um vírus novo, já teve suas epidemias em 2012 e no século XX e, vem sofrendo mutações. É um vírus que se adapta muito à animais e, passa deles para o ser humano. Sua transmissão ocorre de pessoa para pessoa, ao espirrar e tossir; gotículas de saliva levam a propagação do vírus ou através das mãos e objetos contaminados, como celulares, mesas e corrimão. O vírus pode sobreviver nesses objetos fora do corpo humano até nove horas.  

Dr. André Pirajá. (Foto: Reprodução/Facebook)

Solutudo: Quais são os procedimentos de prevenção que a população deve tomar diante a doença?

Especialista: São medidas de higiene, ou seja, lavar as mãos sempre que tocar em objetos inanimados, utilizar a face interna do cotovelo para proteger tosses e espirros e passar álcool em gel nas mãos, mas não de forma exagerada, até porque se você colocar muito, aquilo forma uma meleca pegajosa, que se transforma num biofilme (comunidades de células aderidas a uma superfície) e, ao invés de proteger, estará infectando.

Solutudo: Qual a importância das pessoas terem conhecimentos sobre o vírus? Já que seus sintomas aparentam de uma gripe comum.

Especialista: É saber a transmissibilidade do vírus, que apesar de ser alta, porém, ainda possui letalidade (proporção de mortes) extremamente baixa. O H1N1, que tivemos a epidemia há dez anos, teve uma letalidade muito maior comparada a do coronavírus, que chega à 2%, aumentando na população idosa, acima dos 80 anos e, com comodidades.

Solutudo: Após o primeiro paciente suspeito em Presidente Prudente, o que podemos considerar um possível caso do vírus?

Especialista: Tudo leva a crer que esse caso será negativo, até porque a moça teve um contato indireto com a sua prima que estava em São Paulo e veio do Japão. Podemos chamar de casos suspeitos aquelas pessoas que estão com sintomas gripais, dores no corpo, febre, dor de garganta, coriza e contato com pessoas com caso confirmado de coronavírus ou viagem recente para locais endêmicos como Itália, China, etc. Fora isso, não há motivo de alarde, pois o vírus não está circulante no nosso país, tampouco na nossa região, temos apenas dois casos confirmados que são pacientes que vieram do exterior e apresentaram sintomas.

Solutudo: Quanto aos cuidados, o que não deve ser feito caso a pessoa tenha contato com alguma área ou paciente infectado?

Especialista: Deverá usar máscara de proteção e lavar bem as mãos; não tem nada de diferente a ser feito. Se o contato com o paciente aconteceu de forma desprotegida, também não há medida de desespero, isso não quer dizer que você vá desenvolver a doença. Caso apresente sintomas, a pessoa será monitorada pela vigilância epidemiológica, seja ela municipal, estadual ou nacional.

Fique por dentro

Para mais informações sobre a situação de Presidente Prudente diante do coronavírus, o secretário municipal de Saúde, Valmir Pinto, e a supervisora da Vigilância Epidemiológica Municipal, Elaine Bertacco, concederão uma entrevista coletiva, hoje, quarta-feira (04/03).

Horário: às 11h.
Local: Secretaria Municipal de Saúde de Presidente Prudente – Av. Washington Luiz, 1607.


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