Quando o assunto é esporte, há pessoas em Presidente Prudente que levam o nome da cidade até mesmo para outros lugares. Esse é o caso da velocista Jerusa Geber dos Santos, que já viajou para mais de 20 países.
Tudo começou aos quatro anos de idade, quando Jerusa precisou realizar uma cirurgia depois de ser diagnosticada com catarata cogênita (uma lesão no olho que deixa a visão embaçada). Mas aos oitos anos, ela descobriu um glaucoma (doença que atinge o nervo óptico impedindo os impulsos nervosos ao cérebro), e que acarretou na perda total de sua visão.
Aos 19 anos, ela decidiu que faria parte do atletismo e, desde então, nunca mais parou.
“Tudo começou quando eu recebi um convite de um amigo da minha cidade natal, Rio Branco, no Acre, Alcides Bento”, relembra ela.
Ela percebeu que o esporte era algo que poderia mudar toda a sua vida. Foi aí que a persistência falou mais alto.
“No início eu não acreditava que poderia ser atleta, mas tive vontade de lutar para saber onde eu poderia chegar. Vi que minha vida poderia ser no esporte quando fui treinar em Cuiabá (MT). Nessa cidade conheci meu esposo, que foi meu guia oficial por muito tempo”, comenta Jerusa.
A parceria entre Jerusa e seu marido foi muito além de um relacionamento entre casal. Juntos, conquistaram vários títulos nacionais e internacionais.
“Nós conquistamos Paralimpíadas e Parapan- Americano. Hoje estamos mais fortes ainda com a criação do #TimeDaJerusa, que conta com o guia oficial, Gabriel dos Santos Garcia e meu esposo, Luiz Henrique da Silva, que é atleta guia e exerce outras funções no time. Também temos o Diego Moura, que está sempre à disposição do grupo pra somar no que for preciso”, explica ela.
A cidade de Presidente Prudente trouxe muitas possibilidades para a vida profissional da atleta.
“Aqui na cidade sempre me ajudam com fornecimento de alimentação e passagens de ônibus. Também tem a Unesp que sede a pista de atletismo para o meu treinamento”, diz.
Treinamentos
Jerusa disputa na categoria T11 que é para atletas com deficiência total da visão. De acordo com Jerusa, tudo funciona em etapas.
“Primeiro tem toda uma parte de preparação, que são os treinos e competições regionais, depois as nacionais, para alcançar os índices exigidos pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e, então, ir representar o Brasil em competições internacionais como, por exemplo, o Parapan que acabamos de voltar”, comenta.
E não pense que só de competições vive Jerusa. Ela fala que apesar da correria com os treinos, sempre consegue conhecer a cultura dos países que visita.
“Na vida de um atleta, ele tem que estar sempre disposto a enfrentar as adversidades que aparecem ao longo do caminho, e são várias! O ser atleta já é um desafio por si próprio”, conta ela.
Quando se trata de conquista, Jerusa entende bem! Ela já ganhou medalha de bronze na Paralímpiada de Pequim de 2008, e duas medalhas de prata nas Paralímpiadas de Londres 2012. Agora, no Parapan de Lima, no Peru Jerusa trouxe para Prudente várias medalhas e novos recordes.
Parapan de Lima
Os jogos Parapan-Americanos aconteceram do dia 22 de agosto até o dia um de setembro de 2019 em Lima, no Peru. O evento internacional é dedicado a atletas com deficiências e já proporcionou muitas vitórias, principalmente as que Jerusa conquistou. Foram três bronzes, quatro pratas e dois ouros. Ela bateu um novo recorde na competição registrando uma nova marca nos 100 metros em 12s24.
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