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A cidade de Palmital, localizada na região centro-oeste do estado de São Paulo possui uma ligação histórica com a poetisa e contista Cora Coralina, pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, considerada uma das mais importantes escritoras do Brasil.

De acordo com sua biografia, Ana Lins nasceu no dia 20 de agosto de 1889, na cidade de Goiás (GO), filha de Jacinta Luísa do Couto Brandão e do desembargador nomeado por Dom Pedro ll, Francisco de Paula Lins dos Guimarães Peixoto, cursou até a terceira série do curso primário.

Cora Coralina jovem. Imagem: Luiz Cidreira Blog

Ainda de acordo com sua biografia, ela começou a escrever com 14 anos e chegou a publicar seus poemas em jornais impressos e anuários.

Sua relação com a cidade de Palmital começa em 1908, de acordo com a dissertação “A natureza na literatura de Cora Coralina: a poética do contexto e lugar” de Maria de Lourdes Jacinto Caetano, esse foi o ano que Ana Lins conheceu o advogado e então chefe de polícia, Cantídio Tolentino de Figueiredo Brêtas. Sua família não aprovou o relacionamento, pois mesmo separado, o advogado já havia sido casado, era vários anos mais velho e já possuía uma filha, fruto de seu casamento anterior.

Segundo a dissertação de Maria de Lourdes, Ana Lins incompreendida pela família e forçada pela rigidez da tradição, em 1911, decide fugir ao lado de seu futuro marido e mudar-se para o interior de São Paulo. Eles escolheram morar na cidade de Jaboticabal, onde tiveram sete filhos, dois deles morreram ainda quando crianças. Ana Lins e Cantídio Tolentino se casaram em 1925, depois que ele ficou viúvo de seu primeiro casamento.

Cora Coralina. Imagem: Chá.com Letras

Apesar do ciúme do marido e do tempo limitado por conta de criar sua família, Cora ainda usava suas horas livres para escrever artigos:

“Quando casei, meu marido era muito ciumento. Não aceitava que eu publicasse, aceitava apenas que escrevesse, mas não que publicasse. Mas durante quase toda a minha vivência da vida conjugal, eu muito pouco escrevia, porque escrever para mim é uma forma de publicidade, eu sinto a dificuldade da publicidade para o que eu escrevia naquele tempo”. […] (SALLES. Mariana de Almeida. Cora Coralina: uma análise biográfica. Monografia
(Graduação em Antropologia) – Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Brasília,
2004).

A relação com Palmital

De acordo com o livro Cora coragem, Cora poesia, escrito por Vivência Bretas Tahan, em 1934, quando morava em Salto Grande, o advogado e marido de Cora Coralina, Cantídio ficou doente e foi levado pelo genro Dr. Nelson Bastos para a Santa Casa de Palmital com uma infecção pulmonar, onde ficou internado. Por conta de um agravamento no seu quadro de saúde, ele faleceu no dia 2 de abril de 1934. O velório ocorreu na casa de Paraguassu, uma de suas filhas e o sepultamento aconteceu no cemitério de Palmital.

Túmulo de Cantídio Tolentino em Palmital. Foto: Felipe Pugliese

A relação da escritora com Palmital vai além do sepultamento de Cantídio, seu sobrinho e genro, Dr. Nelson Bastos foi prefeito da cidade entre 1937 e 1938.

O retorno para Goiás

Após a morte de seu marido, Cora passou a trabalhar em um jornal e vender livros. Em 1956, ela decide voltar para sua terra natal.

“Saí desta cidade em 25 de novembro de 1911 e voltei em 22 de março de 1956. Deixei filhos, nora, genros, netos e bisnetos. A força da terra, das raízes que chamavam, eram mais fortes e sobrepôs a todos esses afetos familiares. Quando eu voltei, não tinha a intenção de permanecer, tinha a intenção de matar saudades velhas e carregar saudades novas”. (CORA CORALINA – Especial Literatura, n. 14, TVE, 29/1/1985).

Foto: Reprodução | Curta Mais
Foto: Reprodução | Curta Mais

A casa onde ela nasceu é hoje um museu que guarda os primeiros manuscritos e obras da poetisa.

Museu Casa de Cora Coralina. Foto: Diário do Nordeste

Segundo sua biografia, a escritora morreu por conta de complicações de uma pneumonia em 1985, aos 96 anos em Goiânia, no seu estado natal. 


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1 COMENTÁRIO

  1. Um acontecimento desse tem que ser bastante divulgado,
    é a oportunidade que a cidade tem para se auto promover,
    Um fato que aconteceu em Palmital e não é aproveitado
    é sobre as irmãs Galvão, uma delas nasceu em Palmital
    porque não fazem um lugar de visitação se é que sabem
    em que casa ela nasceu!

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