Sabemos o peso que o diploma de graduação tem em nossas vidas. Alguns têm a sorte de se desenvolverem sem tantos estudos e outros mesmo com a formação a vida é muito complicada. Isso só nos mostra que cada um tem o seu tempo, cada um vai crescer na vida na hora que for para acontecer.

Existem tantas pessoas que conseguem ingressar em uma faculdade somente na fase da velhice. Alguns é para manter a manter funcionando, mas tem pessoas que desejam realmente trabalhar na área que tanto sonhou a vida inteira.

Em Ourinhos, temos três diferentes histórias de vida que se cruzam em um momento da vida. São três pessoas que decidiram iniciar a graduação enquanto adultos quase na fase de ser um idoso. Uma foi para aperfeiçoar o seu trabalho rotineiro, o outro por cursar o que sempre quis e a última razão é pelo desejo de melhorar a vida social.

Seo Benedito

Benedito Moreira Barbara, 71, é subtenente reformado da Polícia Militar com 23 anos de inatividade que sempre teve curiosidade em aprender mais sobre a área de Direito. É pai de quatro filhos e se considera um homem feliz e realizado na vida.

Há seis anos, Benedito começou cursar a graduação de Direito em uma universidade de Ourinhos. Resolveu fazer o vestibular no impulso de realizar um sonho e por receber uma intimação da família quando sua esposa finalizou o curso superior. Atualmente, está há um ano produzindo o seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

“A minha vida universitária avalio como algo normal. Não tive problema com ninguém dos mais jovens da minha turma, me dou bem com todos e respeito as pessoas”, explica Benedito.

Benedito, o futuro advogado.

Ele garante que a divergência de opiniões e pensamentos que encontrou em sala de aula foi o que mais lhe agradou durante os cinco anos do curso. Além de construir amizades legais, inclusive com os professores. E em um momento de distração, comenta que “pegar DP é normal, peguei umas seis. É a vontade de estudar cada vez mais (risos)”.

Por fim, Benedito adverte que a faculdade é a luz que precisamos para nos acompanhar em nossa vida rotineira. Por isso, vai tentar a prova da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e buscar fazer alguma pós-graduação para ocupar a cabeça daqui em diante.

Carlos

Carlos Eduardo da Silva Pantaleão, 55, é amigo de vida e de graduação de Benedito. Uma pessoa que sempre trabalhou na área de vendas e hoje é corretor de imóveis. Carlos conta que começou a graduação por ver muita desigualdade social nos ambientes que frequenta.

“Escolhi o curso de Direito para compreender melhor os nossos direitos e ir para a luto. Quero ser um advogado que busque pela justiça social”, conta Carlos. A sua vida universitária, para si próprio, foi uma evolução. Entrou com uma visão e saiu com outra e percebeu que todas as diferenças encontradas em sala de aula lhe ajudaram a agregar valor para a sua vida.

Carlos escolheu o Direito movido pela esperança de justiça social.

“Me considero ser uma pessoa mais madura. Percebo que consigo enxergar melhor os problemas da vida e com o conhecimento que adquiri tenho mais esperteza para não deixar ninguém passar a perna em mim. E pretendo não parar de estudar, quero fazer mestrado e doutorado”, adverte Carlos.

É nesse sentido que a sua recomendação para você que está lendo é para não perder o interesse em estudar, o caminho é longo e difícil, mas a recompensa é maravilhosa. Porque a graduação nos ajuda a ser uma pessoa mais proativa, mais preparada para quaisquer obstáculos, além da sociedade nos enxergar com olhos de consideração.

Sandra

Sandra Regina Berton, 52, veterana de um ano na frente de Benedito e Carlos. É funcionária pública do Tribunal de Justiça há 23 anos, é filha única e mãe da Letícia e do Lucas. É escrevente de gabinete, fez audiência, cuida da fila de sentenças da família, despacha decisões e faz atendimento ao público, em geral.

Uma pessoa que ama o que faz, gosta de resolver os problemas das pessoas e se sente muito bem quando satisfaz o desejo do outro. Considera ser uma pessoa que ama praia, música sertaneja e que gosta de conhecer novos lugares e culturas.

E optou por ter qualidade de vida para si mesma e seus filhos com plano de saúde, escola particular, boas viagens, comer bem, promover boas festas, sair e muitos outros fatores. Tudo isso em paralelo ao seu sonho de cursar Direito.

A sua vida começou em Osasco, em São Paulo. Por enfrentar diversas dificuldades foi empurrando com a barriga a sua vontade de cursar o superior. Já trabalhou em Delegacia de Ensino, local onde recebeu uma proposta para ser promovida caso se formasse em História. Sandra aceitou e foi estudar. Quando chegou o momento de assumir o cargo, a delegada que havia prometido havia se aposentado e ela perdeu a promoção.

Trabalhar na área jurídica sempre foi o sonho de Sandra. Foto: arquivo pessoal

Anos depois, em 1994, surgiu diversos concursos na área jurídica. Sandra decidiu fazer algumas provas e passou em Ourinhos, Assis, Prudente e São Paulo, tudo para escrevente. Em 1998, foi o ano que chamaram ela para trabalhar em São Paulo capital. Depois de um ano e 15 dias, em julho de 1999, se transferiu para Ourinhos e é onde trabalha até hoje.

Em 2015, ela recebeu a proposta de trabalhar com audiências no gabinete. Aceitou de prontidão, sem pensar duas vezes. No ano seguinte, ela começou a receber uma pressão do serviço para que cursasse Direito e toda a equipe de audiência ficasse completa com os estudos.

“Chamei meus filhos para conversar, porque em casa decidimos tudo juntos. E eles me apoiaram a começar a cursar Direito. Fui atrás e me matriculei”, relembra Sandra. Em 2017 começou a ser universitária.

Com o seu TCC já apresentado e aprovado, ela conclui que foi uma fase da vida muita boa. Por ter convido muito com os amigos e colegas de seus filhos em sua casa, conseguiu ter uma boa relação com os jovens da sua turma na universidade.

“Uma vez por mês, eu fazia o recreio com a turma. Levava salgadinho, maionese temperada, as meninas levavam refrigerante e no inverno fazia litros de chá. Em época de Páscoa, eu fazia bolo temático e preparava lembrancinha. Às vezes, eu ia até o Boticário e comprava pequenos cremes de mão para presentear os aniversariantes do mês. Eu gostava disso, não sei se porque eu sentia falta de algo ou sou carinhosa mesmo”, assume a estudante.

Com toda certeza, Sandra usufruiu de toda a energia e o aprendizado que os mais novos passaram para ela, como eles aprenderam mais sobre a vida com as suas experiências e conhecimento de mundo.

Ao avaliar a Sandra que começou a graduação e a Sandra que já está formada, é de uma pessoa com melhor compreensão do que está fazendo no seu dia a dia do trabalho. Apesar de muitos anos de experiência na área jurídica, nada se compara com a teoria que recebeu em sala de aula que lhe ajuda a entender cada processo do seu trabalho.

E o futuro é em busca de uma caminhada individual para que haja melhorias na sociedade, é conquistar o seu espaço no mercado de trabalhando pensando e agindo no coletivo. Por isso vai se especializar em Direito da Família e está desenvolvendo um projeto social em parceria com uma igreja de Ourinhos, aguarda pela aprovação do pastor. O projeto consiste em fornecer ajuda jurídica para mulheres que criam seus filhos sozinhos, é proporcionar uma condição melhor de vida baseada nos direitos que estas pessoas humildes não conhecem. O papel da Sandra será de ser uma ponte entre a família e o direito. Com isso, a igreja tem a liberdade de ajudar outras pessoas que realmente precisam de uma ajuda mais material, por exemplo, um idoso adoecido.


São pessoas que nos inspiram!


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