Eduardo Salgueiro é um nome que vem em sua memória? Ele foi prefeito de Ourinhos em 1919 a 1921, época em que a cidade havia sido emancipada recentemente. De alguma forma, foi uma pessoa que marcou história e recordar algumas situações e momentos é viver novamente aquele período.

Eduardo era filho de um casal espanhol e natural de Botucatu – SP. Sua propriedade era um armazém na Rua Paraná com a esquina da Antônio Carlos Mori. Um homem forte e que todos os seus passos políticos e sociais eram divulgados pela imprensa. O que é ainda um mistério, é sobre a renúncia ao cargo de prefeito e qual teria sido o seu papel na morte de Fernando Foschini, sub prefeito da cidade antes da elevação a município.

Pessoas próximas, como amigos e familiares, dizem que neste período ele era um jovem demais para ter culpa por alguma coisa. João Ferreira, antigo morador, é a única pessoa que tem capacidade de relacionar a morte com o Salgueiro. Rodopiano Leonis, ex-prefeito, é quem caracteriza Eduardo como arbitrário e rancoroso.

Foto: livro “Ourinhos – Memórias de uma Cidade Paulista” – Jefferson Del Rios

Enfim, Eduardo foi selecionado pela Câmara Municipal, em 1918, prefeito de Ourinhos. Naquela época, um juiz de paz organizava a eleição e, por coincidência ou não, era Afonso Salgueiro, irmão de Eduardo. Em 1920, foi quando Fernando faleceu e já estava fora da administração.

Foi em uma tocaia da Rua Paraná, localidade entre o Paraná e a Fazenda Santa Maria, que Salgueiro recebeu a acusação do crime e foi para julgamento. Sem sombra de dúvida, a imprensa noticiou o corrido.

Em 1921, o jornal O Estado divulgou: “Foram presos preventivamente nesta cidade, co-mo mandantes do assassinato de Francisco [sic] Foschini e Antônio Pe-dro de Paula, o prefeito e presidente do diretório político local, Eduardo Salgueiro; seu irmão Afonso Salgueiro, 1° Juiz de Paz; José Antônio Rabello, vereador; e João Rodrigues, 2.1 Juiz de Paz. Como mandatários já se acham presos João Miguel de Ávila e Francisco Coelho, suplente de delegado desta cidade. Graças aos esforços do sr. dr. Paulo Barreiras, delegado de polícia desta cidade, está completamente elucidado este crime bárbaro e covarde praticado de emboscada […]”.

E em 23 de março de 1921, o Estado de São Paulo transcreveu uma nota de A Razão dizendo: “Inquérito sobre o atentado a Foschini, em 30 de outubro de 1919, foi presidido pelo dr. Armando Ferreira da Rosa, delegado re-gional de Botucatu. Apurou a responsabilidade de Eduardo Salgueiro como o mandante”.

Nos vestígios em papéis do Fórum de Santa Cruz do Rio Pardo não se tem a íntegra da papelada, mas indícios do que sucedeu o caso. Eduardo aparece como culpado de indicação escrita ‘absolvido’. Os executantes foram ao júri no dia 22 de maio de 1911 às 14h e receberam a condenação de 30 anos de prisão. Houve recurso e outra sessão ocorreu em 24 de novembro de 1922, os réus foram absolvidos. Única coisa que sabem é que Eduardo ficou livre enquadrado no Artigo 294 no Parágrafo 1° do Código Penal, de 1890, sendo homicídio qualificado.

Já em 1926, o Correio Paulistano divulga que “O sr.  coronel Eduardo Salgueiro, representante da Standard, atendendo ao acréscimo […] do número de automóveis […], fez instalar em sua casa comercial uma bomba de gasolina […]”.  O mesmo jornal voltou a mencioná-lo, sem esquecer o título honorífico de coronel, quando Ataliba Leonel visitou Ourinhos em campanha eleitoral. A notícia, na edição de 15 de fevereiro de 1927, ressalta que “na resi-ência do sr. coronel Eduardo Salgueiro foi oferecido ao sr. Ataliba Le-onel uma taça de champanhe […]”.

Eduardo faleceu em 23 de novembro de 1932 de septicemia (infecção no sangue) aos 45 anos. E em razão da Revolução Constitucionalista de 32, não tem registros da imprensa sobre a sua morte.

Fonte: livro “Ourinhos – Memórias de uma Cidade Paulista” – Jefferson Del Rios

Imagem capa: site Prefeitura Municipal de Ourinhos


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