Não poderíamos deixar passar em branco o Dia Internacional da Mulher sem alguma história de alegrar a nossa alma. Por isso, para comemorar a data, trouxemos para você uma história de muita fé, determinação e garra. É a vida da ourinhense Maria Cristina Martins de Oliveira de 55 anos. Garanto que você vai se emocionar.
Cris
Cristina ou Cris, formas como ela é chamada pelas pessoas ao seu redor, é Policial Militar do Estado de São Paulo aposentada, professora de Educação Física, coordenadora diocesana e paroquial da Comunidade Mães Cristãs Santa Mônica da Diocese de Ourinhos e voluntária da padaria comunitária do Santuário Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe. É casada com Antônio, mãe do Thiago e Diego e avô do Pedro e da Theodora.
Cris conta que a sua vida sempre foi de muitas dificuldades, desde quando era criança. Seus pais eram humildes e trabalhavam arduamente fora de casa. Sua mãe sempre a levou e seu irmão à igreja, algo que estimulou a pequena criança, da época, querer fazer a sua Primeira Comunhão. Frequentou grupo de oração das crianças, jovens e adultos na Paróquia São Pio X, fez o retiro TLC, sempre participou e trabalhou nos eventos religiosos.
Em 1987, ela passou no concurso da Polícia Militar, o primeiro do interior do estado. Logo foi transferida para São Paulo durante um ano. Casou-se, teve dois filhos e na gravidez do segundo, no terceiro mês, a doença rubéola atingiu Cris. Foi informada pelo médico de todos os problemas que a criança poderia ter pela doença e por Lei ela estaria autorizada a interromper a gravidez.
“Se Deus permitiu que eu tivesse isso estando grávida e se a criança nascer com problemas, Ele também me dará sabedoria para lidar com essa criança. Eu não abortei. Tive um lindo bebê de quase quatro quilos e meio, vendendo saúde para honra e glória de Nosso Senhor Jesus”, relembra Cris.
Quando o filho mais velho estava com nove anos, o seu casamento chegou ao fim. Na época, Cris estudava Educação Física e fez uma Pós-graduação em Treinamento Desportivo. Enquanto policial, trabalhou em diversas áreas. O seu atual marido ela conheceu na igreja. Namoraram por um tempo, conseguiu a nulidade do primeiro casamento e puderam selar o matrimônio perante toda comunidade religiosa.
“A nossa família sempre foi muito unida em todos os momentos bons ou ruins, com a graça de Deus sempre tivemos e temos muitos amigos ao longo de nossas vidas. Verdadeiros anjos que Deus foi colocando ao longo de nossa caminhada”, fala Cris.
Os problemas de saúde…
Em 2010, Cris trabalhava na administração do Batalhão e começou a ter problemas de visão muito rápido. Sem pensar duas vezes, resolveu marcar uma consulta no oftalmologista e profissional não soube identificar o motivo da perda de visão. Um amigo neurologista solicitou uma tomografia e, assim, foi diagnosticado um aneurisma cerebral gigante no nervo ótico.
“Em Ourinhos, disseram que não tinha o que fazer, fiquei sem chão. Mas na expectativa de que algo ia acontecer, recebi um telefonema para comparecer em um consultório médico, onde me deram uma carta para no outro dia, logo pela manhã, estar na UNESP de Rubião Júnior que um especialista iria me atender. Assim, fui eu juntamente com minha mãe e minha cunhada. Às 14h eu estava na mesa fazendo a cirurgia de urgência para conter o aneurisma”, explica a policial.
Cris foi considerada uma bomba relógio pelo médico e a resolução do caso foi um milagre, a expectativa era dela ter falecido. Afinal, as pessoas morrem muito antes do aneurisma chegar a este tamanho. A cirurgia foi um sucesso!
Dias depois, Cris sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) Isquêmico e perdeu todos os movimentos do lado esquerdo, ficou acamada usando fraldas e as pessoas tendo que lhe ajudar.
“Fiquei na cadeira de rodas e depois fui me reabilitando. Isso tudo com a ajuda da família e amigos, fisioterapia, tratamentos médicos, academia e buscando melhorar dia após dia”, relata a cidadã.
Cris, realmente, recebeu uma nova chance de viver que ela agarrou com toda força. Fez o possível e o impossível para não se deprimir e acreditou que teria um propósito a ser cumprido em sua vida.
Atualmente, ela não tem mais os 60kg que pesava pelos treinos pós AVC, mas a medicação e repouso fez dobrar para 120 kg e conseguiu eliminar 32 kg. O braço esquerdo não voltou a funcionar e o direito é uma beleza. Cris comenta que caminha “com certa dificuldade, mas nada me impede de seguir lutando”.
A Covid-19…
Com a pandemia de coronavírus, Cristina enfrentou mais um desafio, a Covid-19. O importante é que ela pôde tratar da doença em casa. Mas por ainda não saber se estava doente ou não, acabou levando o vírus para seus pais e sobrinho.
O pai ficou cinco meses internado, sendo 40 dias intubado e o restando na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), isolamento, enfermaria em Marília e depois Ourinhos. Os últimos dias tratou em casa com a Cris e sua mãe cuidando dele, desde banho até cuidados básicos do dia a dia até o presente.
“A Covid-19 é um inimigo invisível que devemos respeitar e tomar os devidos cuidados conosco e com os outros, juntos venceremos mais essa batalha”, alerta Cris.
Por fim, o futuro que a Cris deseja é de um contexto mais humano, que as pessoas se amem mais sem interesses e que nenhuma atitude tenha que ter algo em troca.
Eu sei que você está emocionado (a)!
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