Algumas autoridades mundiais já passaram por Ourinhos. Os motivos podem ser os mais diferentes e inusitados possíveis ou, simplesmente, era preciso estar em nossas terras por razões pessoais e/ou políticas. Uma das visitas que está na lembrança dos ourinhenses é a do Príncipe de Gales.

A ilustre presença foi em 1931, o futuro Rei Eduardo VIII da Inglaterra com o seu irmão Jorge, proporcionou histórias de romance, comédia e virou uma lenda. Há quem diga que o momento foi um assombro. Naquela época, havia boletim municipal e foi divulgado:

“Ao povo: Em demanda ao Paraná, onde visitarão as importantes Companhia Agrícola Barbosa e a Brazil Plantation, passarão amanhã por esta cidade, às 8 horas do dia, acompanhados dos demais membros da sua luzidia comitiva, os ilustres hóspedes que o Brasil acolhe com inexcedível carinho e extraor- dinária alegria. Oportunidade que talvez jamais se reproduzirá na história de Ourinhos, cujo povo não pode e não deve faltar à estação […] para dar as boas-vindas e aclamar […] o herdeiro do trono da Grã-Bretanha e seu irmão, o príncipe Jorge […]”.

Considerado uma decepção geral, o motivo foi o atraso de uma hora e meia da chegada do trem e as altezas não abriram a janela para que a multidão pudesse observá-los. Mas o caminho da volta seria o mesmo.

A dupla de sangue azul veio ao Brasil em nome da diplomacia e dos altos interesses econômicos britânicos, nada diferente do presente. Toda a programação da época incluía visitar o estado do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Já a estadia em terras do Paraná havia um toque pessoal, os príncipes eram acionistas da Brazil Plantation que foi fundada em Londres por nobres, financistas e generais.

Foto: livro “Ourinhos – Memórias de uma Cidade Paulista” – Jefferson Del Rios

E em todo estilo de pompa inglês, o Príncipe chegou ao Paraná trajando cáqui e com chapéu redondo. Um jovem magro e de olhos azuis. Jorge, o irmão, estava de camisa esporte. Foram recepcionados por um conjunto de chapéus femininos e pérolas. O Príncipe também não perdeu tempo e começou a fotografar e filmar a paisagem da fazenda onde fora visitar, Água do Bugre.

Ao fim da calorosa recepção, foram para Cornélio Procópio e Paula Souza, finalmente, conhecer os loteamentos e fazendas da companhia. Reza a lenda que as altezas ficaram impressionadas com o tamanho da melancia e da abóbora.

Em nenhum momento da visita, nenhuma autoridade ourinhense foi convocada para estar presente. O que se noticiava na época na era: “À tarde […] correu célere a nova do regresso à noite dos príncipes. O povo, porém, já decepcionado, deixou de comparecer às 23h30 à estação. Nesse momento, porém, S.S. A.A. não se achavam dormindo e apareceram alguns instantes, trocando impressões com o elemento feminino ali numerosamente representado. Com pequena demora, o comboio continuava o seu percurso”.

O Príncipe de Gales foi embora sem ao menos dar atenção para os ourinhenses que esperavam pela sua rápida passagem na cidade. E de volta em sua terra, assumiu o trono do Império Britânico em 1937, tornou-se Duque de Windsor e viveu em Paris. O curioso é que ele não considera importante a sua passagem pelo estado do Paraná, uma de suas anfitriãs acredita que isso seja um ato de ingratidão.

Fonte: livro “Ourinhos – Memórias de uma Cidade Paulista” – Jefferson Del Rios


Curioso, né?


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